sábado, 27 de maio de 2006

Outono!!!

OutonO

Era Outono!

Passei por uma ruazita;

num pobre banco de madeira,

um “pobre” idoso sentado.

Tinha uma lágrima,

no canto do olho,

prestes a escorrer pela sua face

já gasta pelas agruras da vida.

Era Outono!

Nesse preciso momento reparei,

na única árvore existente.

Estava praticamente despida.

Tinha a sua beleza,

tal como o velhinho;

uma única folha

se mantinha incólume

à passagem do tempo.

Era Outono!

O idoso baixou a cabeça.

O ramo da árvore,

onde se encontrava a solitária folha,

buliu.

Era Outono!

Quando nada o fazia prever,

o sopro da vida,

gélido e aterrador,

percorreu a ruazita.

Foi fatal!

Para a folha que... caiu.

Para o idoso que... faleceu.

Era Outono!...

in “Poder da Díctamo” (José Amaral)

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