quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Diz não à SIDA...

A 1 de Dezembro comemorar-se-á o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA.
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é o
conjunto de sintomas e infecções em seres humanos resultantes do dano específico do sistema imunológico ocasionado pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH, ou HIV segundo a terminologia anglo-saxónica).
Este flagelo continua a matar milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. O doente infectado pelo VIH fica progressivamente débil, frágil e pode contrair várias doenças que o podem levar à morte. Estas doenças normalmente não atacam as pessoas com um sistema imunitário que funcione bem, pelo que são designadas por “doenças oportunistas”.
Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus através de qualquer tipo de relação sexual não protegida. A mãe infectada pode transmitir o vírus ao filho durante a gravidez, parto ou aleitamento.
Hoje, ainda há preconceitos para as pessoas portadoras do vírus. Devemos conviver com essas pessoas e sermos seus amigos, para ajudarmos a derrubar esses preconceitos. Assim, evitamos que muitas pessoas, infectadas com o vírus da SIDA, se sintam postas de lado.

A Escola Padre João Rodrigues, Sernancelhe, associa-se à comemoração deste dia. Em virtude de o dia calhar a um Sábado, será comemorado no dia 3. Entre as várias actividades destacam-se: afixação de uma tarja gigante (com uma mensagem alusiva ao dia), sessões de esclarecimento, trabalhos em contexto de sala de aula e realização do símbolo da luta (com velas).

(José Amaral)

Fingidor...

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, a 13 de Junho de 1888 e faleceu, também, em Lisboa, a 30 de Novembro de 1935. É considerado um dos maiores poetas portugueses.
Teve uma vida discreta (no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde desdobrou-se em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos). Morreu, de problemas hepáticos, aos 47 anos.
Aqui fica o poema “Autopsicografia”, um dos mais conhecidos de Pessoa.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração.


(José Amaral)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Divulgação

O Agrupamento Vertical de Sernancelhe, com sede na Escola EB 2,3 Padre João Rodrigues, já tem o seu jornal/blog a funcionar.
É um espaço que dá a conhecer vários aspectos da vida escolar do agrupamento. Notícias, textos, fotografias... chegam a todos os que quiserem saber mais.
Nada mais simples que um simples clique no endereço http://jornalukabula.blogspot.com/ e já está.



(José Amaral)

Foi há um ano...

Por ter estado ausente deixei passar a data do primeiro aniversário da morte de Mário Cesariny. Este pintor e poeta português nasceu em Lisboa, a 9 de Agosto de 1923 e faleceu igualmente na capital portuguesa, a 26 de Novembro de 2006. Considerado o principal representante do surrealismo português adopta uma atitude estética de constante experimentação nas suas obras.
Aqui fica um belíssimo poema da sua autoria retirado de “O Virgem Negra”

Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor - muito melhor! -
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

(José Amaral)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Breve Pausa

Com um fim-de-semana à porta e algumas efemérides de permeio (Freddie Mercury morreu em Londres, a 24 de Novembro de 1991, foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. Tina Turner, nasceu em Tennessee, a 26 de Novembro de 1939, é uma cantora de R&B, pop, rock e soul, dançarina, além de actriz ocasional. Alexandre Dumas, filho, faleceu a 27 de Novembro de 1895, foi um escritor francês que seguiu os passos de seu pai) e muito provavelmente impossibilitado de actualizar o meu blog até um destes dias, desejo a todos os meus leitores um excelente fim-de-semana. Para isso, aqui deixo um belíssimo poema de José Régio:


Poema do silêncio


Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.


(José Amaral)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Reflexão

O nome François-Marie Arouet, talvez não nos diga nada, mas se utilizarmos o pseudónimo Voltaire já não será o mesmo. Este filósofo, poeta, ensaísta, dramaturgo e historiador nasceu em França (Paris) a 21 de Novembro de 1694. Faleceu, igualmente, na capital francesa a 30 de Março de 1778.
Aqui ficam alguns dos seus pensamentos:
"É perigoso estar certo quando o governo está errado."
"O trabalho afasta três grandes males: O ócio, o vício e a necessidade."
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
"Os principais males que atacam o homem vêm da ignorância."
Vale a pena pensar nestas palavras!

(José Amaral)

Flávia

Num comentário ao meu último post, o leitor David Santos fez-me um apelo: ajudar a Flávia!
A minha forma, singela, é publicar o poema (da sua autoria) que ele me enviou.
Para quem não sabe, a Flávia (a menina da foto) encontra-se em coma vigil há mais de nove anos. Todos poderão ajudar nem que seja consultando e deixando comentários no blog dedicado à Flávia:
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/

TEMPO SEM VENTO

Ah, maldito! Tempo,
Que me vais matando,
Com o tempo.
A mim, que não me vendi.
Se fosses como o vento,
Que vai passando,
Mas vendo,
Mostrava-te o que já vi.

Mas tu não queres ver,
Eu sei!
Contudo, vais ferindo
E remoendo,
Como quem sabe morder,
Mas ainda não acabei
Nem de ti estou fugindo,
Atrás dos que vão correndo.

Se é isso que tu queres,
Ir matando,
Escondendo e abafando,
Não fazendo como o vento:
Poder fazer e não veres
Aqueles que vais levando,
Mas a mim?
Nem com o tempo!

(José Amaral)

sábado, 17 de novembro de 2007

Sugestão de Leitura



Desta feita a minha sugestão de leitura centra-se no último livro de Miguel Sousa Tavares: “Rio das Flores”. Com a chancela da “Oficina do Livro” (632 pág.) é um romance que se lê com bastante agrado. Este segundo romance (o primeiro foi “Equador”) vem confirmar MST como romancista em ascensão.
Alguns críticos vieram já dizer que o livro tem 100 páginas a mais e outros vieram dizer que para ser uma obra completa faltam-lhe 100 páginas. Opiniões!...
Estamos na presença de uma história passada em Portugal (centrada no Alentejo), Espanha (fazem-se referências a outros países da Europa) e Brasil, na primeira metade do século XX.
Essa história relata-nos a saga da família Ribera Flores, uma família de proprietários rurais, nesses anos conturbados da primeira metade de um século marcado por várias ditaduras (as mais directamente frisadas são as de Franco e Salazar).
Depois da Morte do patriarca Ribera Flores, ficamos com o relato dos amores e desamores dos dois irmãos: Diogo e Pedro. O primeiro, mais aventureiro porque acha o país pequeno para ele, casa-se com Amparo e, depois de emigrar – por causa dos negócios – para o Brasil, deixa-a (com dois filhos) e apaixona-se por Benedita de quem tem também uma filha; Pedro, mais agarrado à terra e também mais rebelde, apaixona-se por Angelina e sofre um desgosto de amor. Nunca mais se apaixonou (embora mantenha uma paixão secreta pela cunhada).
É um romance que fala dos apegos e desapegos à família, de amores e paixões, apego à terra e às suas tradições.
Serve, esta leitura, para conhecermos um pouco mais da história da primeira metade do século XX, em especial em Portugal. Tem o condão de nos fazer pensar e de nos colocar dois pontos de vista distintos, isto é, duas formas diferentes de pensar/encarar um mesmo problema.

(José Amaral)

Fumar Mata!...


O Dia Nacional do Não Fumador assinala-se este sábado (17 de Novembro) para alertar para os malefícios do tabaco, considerado pela Organização Mundial de Saúde a principal causa de morte evitável em todo o Planeta.
(José Amaral)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Poeta-Cauteleiro

António Aleixo nasceu em Vila Real de Santo António,a 18 de Fevereiro de 1899 e morreu em Loulé, a 16 de Novembro de 1949 (de tuberculose). É, talvez o maior poeta popular português, embora seja semi-analfabeto. Famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos.
A sua foi tudo menos monótona; foi tecelão, guarda de polícia, servente de pedreiro, trabalho este, que emigrado, também exerceu em França. Quando regressou a seu Algarve passou a vender cautelas (chegou a ser conhecido nas feira como o “poeta-cauteleiro”).
O AD LITTERAM deixa aqui algumas quadras deste singular poeta. Que sirvam para rir, mas que não deixem de nos fazer pensar.


«Forçam-me, mesmo velhote,
de vez em quando, a beijar
a mão que brande o chicote
que tanto me faz penar.


Eu não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
lições de filosofia.


Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um mundo novo a sério.


P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.


Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, não parecendo o que são,
são aquilo que eu pareço.


O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
- quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!


Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.


Para não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes.

Sei que umas quadras são conselhos
que vos dou de boa fé;
outras são finos espelhos
onde o leitor vê quem é.

Vemos gente bem vestida,
no aspecto desassombrada;
são tudo ilusões da vida,
tudo é miséria dourada.

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!»

(José Amaral)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

E, porque o Inverno tarda...


Recordações


Há dias assim:
Simplesmente
...melancólicos!

A chuva primaveril
apanhou-nos de surpresa.

Das copas das árvores
gotas escorrem
e brilham como cristais.

Melancolicamente vemos,
através da vidraça,
crianças a chapinhar
nas poças d’água.

Recordamos,
com saudade,
a nossa meninice.

Há dias assim:
simplesmente
...dias!


(in “Outonalidades”, José Amaral)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

S. Martinho

São Martinho (de Tours) era um soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na Hungria, em 316, sob uma educação da religião dos seus antepassados. Aos 10 anos de idade entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que se preparam para receber o baptismo). Aos 15 anos de idade, e contra a própria vontade, teve de ingressar no exército romano e dirigir-se para a Gália. Aos 18 anos abandonou o exército.
Segundo a
lenda, quando era ainda soldado, ocorreu o que tornou São Martinho conhecido em todo o mundo. Ao entrar pelo portal da cidade de Amiens, montado no seu cavalo, deparou com um pobre homem praticamente sem roupas. Era Inverno e rigoroso. Ao ver que ninguém o ajudava, mesmo pessoas com muito mais posses que ele, tentou ajudá-lo a proteger-se do frio. Desembainhando a espada cortou a sua capa militar ao meio e ofereceu metade ao pobre pedinte. Ainda segundo a lenda, acto contínuo, despontou um Sol radioso. Por isso, nesta altura do ano é normal uns diazitos de sol, aos quais chamamos de Verão de S. Martinho.
Nessa mesma noite S. Martinho teve uma
visão na qual vislumbrou a face de Cristo, que vestia a capa dada ao mendigo, e assim São Martinho acreditou que aquele a quem ajudara tinha sido Jesus Cristo.
Em Portugal, é tradição no dia 11 de Novembro comemorar-se o S. Martinho. Para tal, não podem faltar as castanhas assadas, o vinho novo ou a jeropiga.

(José Amaral)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Sophia

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, a 6 de Novembro de 1919 e faleceu em Lisboa, a 2 de Julho de 2004 (com 84 anos).
Sophia foi uma das mais importantes
poetisas portuguesas do século XX e foi distinguida com os mais variados Prémios dos quais se destacam o Prémio Camões (1999) e Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana (2003).
Também se distinguiu como contista (
Contos Exemplares) e autora de livros infantis (O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, A Fada Oriana, etc.).
A anémona dos dias

Aquele que profanou o mar
E que traiu o arco azul do tempo
Falou da sua vitória

Disse que tinha ultrapassado a lei
Falou da sua liberdade
Falou de si próprio como de um Messias

Porém eu vi no chão suja e calcada
A transparente anémona dos dias.

(“No Tempo Dividido e Mar Novo”, Edições Salamandra, 1985)

(José Amaral)

domingo, 4 de novembro de 2007

"Poemalvorada"


AlvoreS

No alvor da aurora
abri os olhos, mas não acordei.
Sentia-me sorumbático,
perdido na imensidão
de um deserto de acalmia
de brisas suaves
de pensativos e expectantes
desejos incontidos
incontados
“in com tudos”.

Bateram, suavemente,
na madeira das minhas pálpebras
perguntando se morava,
naqueles “berlindes observantes”,
alguém.
Não, não morava lá ninguém.
Perdão!
Morava um... invisual.

O meu mundo,
sempre com a luz eléctrica cortada
(maldita companhia,
só pensa em impostos)
era negro;
de um negro lindo,
para mim,
um negro acetinado
que me protegia.

Agradeci aos Céus
o facto de ser invisual.
Não, não é masoquismo!!!

Assim não sou obrigado
a ver violência,
miséria,
ódio, ...nada.

Chamam-me cego,
alguns ceguinho,
eu sei.
Quero que saibais,
irmãos:
- «Vejo melhor, eu,
na minha cegueira,
que vós na vossa verborreia prepotente».



(in “Poder da Díctamo”, José Amaral)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Leitura de gaiola



Mais uma sugestão de leitura. Desta feita “Canário” (Dom Quixote, 319 pág.) de Rodrigo Guedes de Carvalho. É uma história bem escrita, pejada de ironia e pr vezes, escrita numa crueza mordaz. A história versa sobre duas personagens: um homem preso (Geraldo) por ter matado o companheiro da mãe e um escritor famoso (Alexandre).
As histórias interligam-se. Geraldo é filho de Alexandre que tem outra filha do seu casamento. A filha de Alexandre deu-lhe um neto autista que o avô quase não quer saber da sua existência. Quando Alexandre descobre que é “pai bastado” a sua vida parece desmoronar-se. Cai do pedestal. Este romance permite-nos conhecer a vida na prisão, mas também a de outras prisões que vivemos na nossa vida.
Vale a pena ler este romance, muito bem escrito e que nos põe a pensar.

(José Amaral)

Saudosismo

ESPERANÇA E TRISTEZA

Minha tristeza é pior que a tua dor;
Um dia, no teu ventre sentirás
Reencarnar para o mundo o teu amor:
A mesma alma, o mesmo olhar... verás!

Eu sei que há-de voltar; e assim terás
A alegria primeira, ainda maior...
E então, de novo, alegre ficarás;
Será primeiro o teu segundo amor!

Mas eu que, antes do tempo, já declino,
Quem sabe se verei o teu Menino,
Numa idade em que possa compreender?

E partirei sem lhe deixar,
Na memória, esse interno e fundo olhar,
A comovida imagem do meu ser...

(Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, nasceu em
Amarante, a 2 de Novembro de 1877 e faleceu a 14 de Dezembro de 1952. Foi um dos mais notáveis representantes do saudosismo)