sábado, 21 de maio de 2011

humor

Tom Sharpe, autor desconhecido para mim, surpreendeu-me com O Legado de Wilt (Teorema, 271 páginas). Trata-se de um romance carregado de humor, muitas vezes negro, que se lê com muito agrado. Uma escrita escorreita, com uma história bem enredada que nos prende do princípio ao fim. Aqui fica a sinopse: «Preso num trabalho que não quer - mas não pode dar-se ao luxo de perder - como chefe nominal do Departamento de Comunicação da Universidade de Fenland, Wilt continua sujeito aos caprichos dos poderes instituídos, tanto no trabalho como fora dele. As exigências de Eva, a sua pretensiosa mulher, e as propinas exorbitantes do colégio das insuportáveis quadrigémeas vão causar-lhe as maiores dores de cabeça. A ressaca também não ajuda, claro… Eva arranja-lhe um emprego de Verão, a dar explicações ao filho idiota (e armado) de uma aristocrata libidinosa. Wilt não acha graça nenhuma. Porém, à medida que as peripécias se acumulam e o Verão avança, Wilt começa a perceber que pode retirar da situação vantagens económicas, e a vantagem de dar também à própria Eva algumas dores de cabeça. Com o famoso humor negro de Tom Sharpe em grande evidência e um enredo hilariante, O Legado de Wilt é mais um clássico garantido do mestre britânico da farsa.»

(José Amaral)

domingo, 15 de maio de 2011

pérola literária

Ratos e Homens (Editora Livros do Brasil, 99 páginas), de John Steinbeck é uma pérola literária. Vale a pena ler esta belíssima história de amizade entre dois homens. Uma escrita escorreita e que nos prende da primeira à última página. Lê-se com facilidade e em pouco tempo. Aos interessados aqui fica a sinopse:«Ratos e Homens é o segundo (para muitos o primeiro) melhor livro do escritor estadunidense John Steinbeck. Publicado em 1937, dois anos antes de sua obra-prima: As Vinhas da Ira. Os livros de Steinbeck têm como pano de fundo a sociedade agrícola californiana do início do século passado, fortemente afectada pela Depressão. Principalmente a forte miscigenação com os mexicanos. Ratos e Homens também se inclui neste cenário de poucas perspectivas. A história tem como base a relação de dois homens, George Milton e Lennie Small. Amigos de infância. Entre eles há uma relação de mutualidade. Onde a imbecilidade de Lennie é amainada pela esperteza de George, assim como a pequena estrutura física de George é compensada pela força incomum de Lennie. Os dois vagueiam por fazendas do sudoeste, procurando emprego, nas colheitas. Têm um sonho em comum: juntar recursos e adquirir sua própria terra. Lennie gosta de animais e carrega um rato em seu bolso. O centro da história dá-se numa fazenda de cevada. George tem que falar por Lennie, tamanha inocência. Facto este que poderia prejudicar ambos. Mantêm relações amistosas com os outros empregados. Há também a perseguição por parte de Curley, filho do dono da propriedade, boxeador fracassado e marido de uma insinuante mulher. Essa mulher será uma constante fonte de problemas. Colocará Lennie e, consequentemente, George, em apuros. Por ciúmes, ocorre uma briga entre Lennie e Curley, onde o gigante destroça a mão do boxeador. Lennie e George fazem amizade com um velho negro, Crooks, que também passará a partilhar do sonho. Mas um dia ocorre um acidente, Lennie quebra involuntariamente o pescoço da mulher de Curley. Como se fosse um animalzinho. Lennie foge como um rato e é perseguido por ordem do agora viúvo. Aqui, a relação deixa a mutualidade e passa a ser comensal, onde o que resta a George é matar com dignidade o seu amigo Lennie».

(José Amaral)