sexta-feira, 29 de junho de 2007

Criar laços...


Antoine de Saint-Exupéry, filho do conde e condessa de Foscolombe, nasceu a 29 de Junho de 1900. Saint-Exupéry foi um célebre escrito, pintor. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi piloto. Faleceu durante uma missão de reconhecimento sobre Grenoble e Annecy a 31 de Julho de 1944. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram encontrados a poucos quilómetros da costa de Marselha. Seu corpo jamais foi encontrado.
Das obras deste escritor a mais conhecida é Le Petit Prince (O Principezinho) que data de 1943. A princípio, aparentando ser um livro para crianças, tem um grande teor poético e filosófico. É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições.
Já tive a oportunidade de ler e reler esta obra, tanto no original como traduzida, e de cada vez que a li fiz novas descobertas. Para partilhar com os leitores do AD LITTERAM aqui fica um pedacinho desta magnífica obra:

«-Je suis là, dit la voix, sous le pommier.
-Qui es-tu? dit le petit prince. Tu es bien joli…
-Je suis un renard, dit le renard.
-Viens jouer avec moi, lui proposa le petit prince. Je suis tellement triste…
-Je ne puis pas jouer avec toi, dit le renard. Je ne suis pas apprivoisé
-Ah! Pardon, fit le petit prince.
Mais après réflexion, il ajouta :
-Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
-Tu n'es pas d'ici, dit le renard, que cherches-tu?
-Je cherche les hommes, dit le petit prince.Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
-Les hommes, dit le renard, ils ont des fusils et ils chassent. C'est bien gênant! Il élèvent aussi des poules. C'est leur seul intérêt. Tu cherches des poules?»

(in Le Petit Prince, cap. XXI, Saint-Exupéry)



(José Amaral)

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Poema

Cheiros


Gosto do cheiro

da flor da laranjeira,

do alecrim

e do jasmim.


Faz-me imaginar

o odor do Paraíso.


Quando me perco

nesses cheiros

sonho imagens

calmas de serenidade

e imagino

como seria o mundo

se todos,

de olhos fechados,

seguíssemos o odor

da felicidade,

da paz,

… do amor.


(in Outonalidades, José Amaral)

terça-feira, 26 de junho de 2007

Um génio poético

Alexandre O’Neill, poeta português, nasceu em Lisboa, mas é descendente de irlandeses. Autodidacta, fez os estudos liceais, frequentou a Escola Náutica, trabalhou na Previdência, no ramo dos seguros, nas bibliotecas itinerantes da Fundação Gulbenkian, e foi técnico de publicidade. Esta é uma das suas áreas mais reconhecidas. Durante algum tempo, publicou uma crónica semanal no "Diário de Lisboa". Em 1947, Alexandre O'Neill, Mário Cesariny e Mário Domingues começam a fazer experiências a nível da linguagem, na linha do surrealismo, sobretudo com os seus “Cadáveres Esquisitos” e “Diálogos Automáticos”, que conduziam ao desmembramento do sentido lógico dos textos e à pluralidade de sentidos.A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda, manifestada no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas — com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, entre outros). Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neo-realismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor. A solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte são temas que conduzem ao medo e/ou à revolta, de que o homem só poderá libertar-se através do humor, contrabalançado por vezes por um tom discretamente sentimental, revelador de um certo desespero perante o marasmo do país. Este humor é, muitas vezes, manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflecte a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopeias ou de neologismos inventados pelo autor.
Acabei de (re)ler “Poesias Completas”, numa edição da Assírio & Alvim e que recomendo vivamente.

Portugal


Ó Portugal, se fosses só três sílabas,

linda vista para o mar,

Minho verde, Algarve de cal,

jerico rapando o espinhaço da terra,

surdo e miudinho,

moinho a braços com um vento

testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,

se fosses só o sal, o sol, o sul,

o ladino pardal,

o manso boi coloquial,

a rechinante sardinha,

a desancada varina,

o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,

a muda queixa amendoada

duns olhos pestanítidos,

se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,

o ferrugento cão asmático das praias,

o grilo engaiolado, a grila no lábio,

o calendário na parede, o emblema na lapela,

ó Portugal, se fosses só três sílabas

de plástico, que era mais barato!

*

Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,

rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,

não há "papo-de-anjo" que seja o meu derriço,

galo que cante a cores na minha prateleira,

alvura arrendada para ó meu devaneio,

bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.

Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,

golpe até ao osso, fome sem entretém,

perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,

rocim engraxado,

feira cabisbaixa,

meu remorso,

meu remorso de todos nós...


(in Feira Cabisbaixa, 1965)


(José Amaral)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Viva o Verão!...


Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento, em latitude, da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em 21 ou 22 de Dezembro e em 21 ou 22 de Junho.
O Verão é uma das quatro estações do ano. Neste período, as temperaturas permanecem elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é também o período do ano reservado às férias.
O Verão do hemisfério norte é chamado de "Verão boreal", e o do hemisfério sul é chamado de "Verão austral". O "Verão boreal" tem início com o solstício de Verão do Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de Junho, e finda com o equinócio de Outono nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de Setembro.


(José Amaral)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Miséria


Hoje celebra-se o Dia Mundial dos Refugiados, decretado pela Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados em 1951. Uma ocasião para reflectir, para denunciar e para tentar encontrar mais soluções para um problema latente.
Existem, em todo o globo, cerca de 20,8 milhões de refugiados, segundo os últimos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), liderado pelo ex-primeiro-ministro, António Guterres.
As regiões mais atingidas por este flagelo, decorrente na sua maioria de conflitos armados, são a Ásia, África e a própria Europa, segundo dados do ACNUR.

Guterres no Sudão com 160 refugiados

Um dos piores casos que envolvem refugiados continua a ser a tragédia no Darfur, no Sudão, onde Guterres está desde segunda-feira numa missão de três dias para marcar a celebração daquela data. Neste momento, o alto comissário acompanha o regresso a casa, no sul do Sudão, de 160 refugiados depois de vários anos no exílio, no Uganda.
«Foi uma grande honra para mim estar convosco no vosso regresso a casa depois de tantos anos no exílio», referiu António Guterres acrescentando que «as pessoas do sul do Sudão já sofreram demasiado, mas que agora há paz. A paz é o bem mais importante, tudo o resto é possível com a paz».
Apesar do sofrimento, da pobreza, da morte, esta luta continua a proporcionar alguns dos momentos mais reflexivos, transportados pelas imagens das agências de notícias internacionais. Do Darfur ao Kosovo, com passagem pela Palestiina. Veja as fotos.

(in Portugal Diário, 20JUN07)

domingo, 17 de junho de 2007

Poema 2


sossego




O Tiago dorme!

Deixá-lo dormir

seu sono sossegado

de menino-criança,

ainda.


Em seu sossegado sono

um agitado sonho

ou um calmoso pesadelo

perturba-lhe

o sorriso angelical.


Sonha com o paraíso,

com contos de fadas,

com histórias intermináveis,

com um país

de heróicos marinheiros.


Em seu sono

um agitado pesadelo

pende-lhe sobre a cabeça

(qual espada de Dâmocles)

e revolteado

vive,

dormindo,

neste inferno

que é o país

em que vivemos.


Chora!

Grita!

Estende a mão,

parecendo afundar-se

no abismo

em que se afunda

a nação.


Acorda!


Felizmente era um sonho!


(in Oráculo Luminar, José Amaral)

Poema 1

Como reparei que o anterior poema, da autoria de Alexandre O’Neill, foi do agrado dos leitores aqui deixo um outro poema retirado de “Poemas com Endereço” (1962) do mesmo autor. Repare-se no jogo hábil de palavras, transformadas em trocadilhos, que o poeta usa para deleite de quem lê.

BILHETE-POSTAL A ALEXANDRE

PINHEIRO TORRES


Absinto-me cansado

na outonalma.

De absinto, no Outono,

encharco a alma…


Muito deve a literatura

ao absinto.

Em qualidade, muito mais

que ao tinto…


Ó Alexandre, manda-me absinto

na volta do correio,

Que eu já sinto, com tanto tinto,

estancar-se-me o veio…


(José Amaral)

sábado, 16 de junho de 2007

Poema


O ATRO ABISMO


Quando o poeta escreveu: «… o atro abismo!»,

Umas vírgulas por ele mal dispostas,

Irritadas gritaram: «É estrabismo!»


Mas um ponto que viveu no dicionário,

De admiração caiu de costas

E abismado seguiu seu destino…


(in No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Li, mas não gostei...


Acabei de ler o primeiro livro de José Rodrigues dos Santos: “A Ilha das Trevas”. Confesso que o livro não me agradou muito. Já tinha lido dois livros de JRS (“A Filha do Capitão” e “A Fórmula de Deus”) que até me agradaram, mas este não me agradou. Contudo, deixo aqui uma sinopse do livro:

«Paulino da Conceição é um timorense com um terrível segredo. Assistiu, juntamente com a família, à saída dos portugueses de Timor-Leste e a todos os acontecimentos que se seguiram, tornando-se um mero peão nas circunstâncias que mediaram a invasão indonésia de 1975 e o referendo de 1999 que deu a independência ao país.

Só há uma pessoa a quem Paulino pode confessar o seu segredo – mas terá coragem para o fazer?

A vida e tragédia de uma família timorense serve de ponto de partida. Um romance pungente onde a ficção se mistura com o real para expor, num ritmo dramático, poderoso e intenso, a trágica verdade que só a criação literária, quando aliada à narrativa histórica, consegue revelar.»

(José Amaral)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

O Dantas usa ceroulas de malha...

José Sobral de Almada Negreiros nasceu em Trindade, S. Tomé, a 7 de Abril de 1893. Faleceu em Lisboa, a 15 de Junho de 1970. Foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista.Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.
Em 1915 sai o primeiro número da revista ORPHEU. Algum escândalo
Júlio Dantas deprecia o trabalho. Reacções à inovação. Critica a publicidade feita à revista. Afirma não haver justificação para o sucesso. Diz que os autores são pessoas sem juízo.
A 21 de Outubro do mesmo ano estreia-se a peça Soror Mariana. O autor é Júlio Dantas. Almada vai agora reagir. Publica o Manifesto Anti-Dantas e por extenso. O manifesto não é apenas contra Dantas. É uma reacção contra uma geração tradicionalista, uma sociedade burguesa, um país limitado.
Aqui fica um excerto do “Manifesto”. Para ler na íntegra consultar:
http://www.prof2000.pt/users/tomas/manifesto_anti.htm

«UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS À PROA É UMA CANÔA UNI SECO!
O DANTAS É UM CIGANO!
O DANTAS É MEIO CIGANO!
O DANTAS SABERÁ GRAMMÁTICA, SABERÁ SYNTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER CEIAS P'RA CARDEAIS SABERÁ TUDO MENOS ESCREVER QUE É A ÚNICA COISA QUE ELLLE FAZ!
O DANTAS PESCA TANTO DE POESIA QUE ATÉ FAZ SONETOS COM LIGAS DE DUQUEZAS!
O DANTAS É UM HABILIDOSO!
O DANTAS VESTE-SE MAL!
O DANTAS USA CEROULAS DE MALHA!
O DANTAS ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O DANTAS É DANTAS!
O DANTAS É JÚLIO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!»

(excerto do “Manifesto Anti-Dantas”, Almada Negreiros)

(José Amaral)

terça-feira, 12 de junho de 2007

Santos Populares

Santo António de Lisboa nasceu em Lisboa, a 15 de Agosto de 1195 e faleceu em Pádua, a 13 de Junho de 1231. O seu nome de baptismo era Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo e era filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo. É também conhecido como Santo António de Pádua, por ter vivido e falecido nessa cidade italiana.Santo António é o padroeiro da cidade de Lisboa e o seu dia, 13 de Junho, é o feriado municipal desta cidade. As festas em honra de Santo António começam logo na noite do dia 12. Todos os anos a cidade organiza as marchas populares, grande desfile alegórico que desce a Avenida da Liberdade (principal artéria da cidade), no qual competem os diferentes bairros.
Com a festa de S.to António começam as festas dos Santos Populares. Aqui fica uma Quadra Popular, de Fernando Pessoa, a saudar essas comemorações:

“Santo António de Lisboa
Era um grande pregador
Mas é por ser Santo António
Que as moças lhe têm amor.”


(José Amaral)

Queres fiado...


Zé Povinho é uma personagem de crítica social, criada por Rafael Bordalo Pinheiro. Apareceu pela primeira vez no 5º exemplar de “A Lanterna Mágica” a 12 de Junho de 1875, num desenho alusivo aos impostos onde representa Fontes Pereira de Melo vestido de S.to António com o "menino" D. Luís I ao colo, enquanto Serpa Pimentel (Ministro da Fazenda) sacava o dinheiro do Zé que permanecia boquiaberto a coçar a cabeça vestido com um fato rural gasto e roto.
O próprio Rafael Bordalo Pinheiro diz "O Zé Povinho olha para um lado e para o outro e...fica como sempre...na mesma".
Quantas vezes não nos apetece, perante as mais diversas situações, fazer o célebre manguito? Quantas vezes já vimos a inscrição: “Queres fiado? Toma!”.

(José Amaral)

sábado, 9 de junho de 2007

"A Portuguesa"

A Portuguesa

Heróis do mar, nobre povo,

Nação valente, imortal,

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria sente-se a voz

Dos teus egrégios avós,

Que há-de guiar-te à vitória!


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!


Desfralda a invicta Bandeira,

À luz viva do teu céu!

Brade a Europa à terra inteira:

Portugal não pereceu

Beija o solo teu jucundo

O Oceano, a rugir d'amor,

E teu braço vencedor

Deu mundos novos ao Mundo!


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!


Saudai o Sol que desponta

Sobre um ridente porvir;

Seja o eco de uma afronta

O sinal do ressurgir.

Raios dessa aurora forte

São como beijos de mãe,

Que nos guardam, nos sustêm,

Contra as injúrias da sorte.


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!



(Música: Alfredo Keil

Letra: Henrique Lopes de Mendonça)

Dia de Portugal


Amanhã, 10 de Junho, comemora-se o Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas.

«As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram»;

(in “Os Lusíadas”, Luís de Camões)



O dia em que nasci moura e pereça,


O dia em que nasci moura e pereça,

Não o queira jamais o tempo dar;

Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,

Eclipse nesse passo o Sol padeça.


A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,

Mostre o Mundo sinais de se acabar,

Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,

A mãe ao próprio filho não conheça.


As pessoas pasmadas, de ignorantes,

As lágrimas no rosto, a cor perdida,

Cuidem que o mundo já se destruiu.


Ó gente temerosa, não te espantes,

Que este dia deitou ao Mundo a vida

Mais desgraçada que jamais se viu!


(Luís de Camões)


Já agora vale sempre a pena consultar estes dois sítios interessantíssimos:
http://www.presidencia.pt/diadeportugal2007/
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/index.html

(José Amaral)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Corpo de Deus

A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como Corpo de Deus, começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade belga de Liège, tendo sido alargada à Igreja universal pelo Papa Urbano IV, em 1264.
Chegou a Portugal, provavelmente, nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.



A palavra Deus

Recebi-a
já esvaziada
de rituais e incenso,
só o nada com Bach
onde cabia
tudo o que lhe metíamos dentro,
sangue nos pés de rasgar matos,
sol doente,
a névoa dos rios sem destino
– neste mundo que os rumos exactos
tornam mais incoerente.

Entretanto no pátio da escola,
saltos de luz em espelhos
os outros meninos riam
por verem tudo explicado
com uma sílaba tão fácil
que só magoava os joelhos
(mas depois brincava-se nos intervalos.)

Eu não.

Preferia viver rodeado de mistérios.
E acrescentá-los.

("Poesia V" - Memória - II - de José Gomes Ferreira - 1959)



(José Amaral)

domingo, 3 de junho de 2007

Triatlo

Vanessa Fernandes consegue feito inédito ao vencer pela quinta vez seguida
A atleta portuguesa Vanessa Fernandes venceu este Domingo a prova de Madrid a contar para a Taça do Mundo de Triatlo, a quinta consecutiva, o que constitui uma sequência inédita.
Com esta vitória, Vanessa Fernandes ampliou a vantagem na liderança do ranking mundial de 2007. Anais Moniz, a outra atleta portuguesa presente na prova, terminou na 27ª posição, a 5.42 minutos de Vanessa Fernandes.

(in “MaisFutebol”, 03JUN07)

Esta jovem atleta portuguesa não pára de nos surpreender. Sem a publicidade do futebol leva e eleva o nome de Portugal nos quatro cantos do mundo. Os feitos de Vanessa só nos podem encher de orgulhos e fazem-nos sonhar com os Jogos Olímpicos de 2008. Força, Vanessa!

(José Amaral)

sábado, 2 de junho de 2007

Citações



“En política solo triunfa quien pone la vela donde sopla el aire; jamás quien pretende que sople el aire donde pone la vela”:

(Antonio Machado)

“Errar es humano. Culpar a otro es política”.

(Hubert H. Humphrey)

“La política es el arte de buscar problemas, encontrarlos, hacer un diagnóstico falso y aplicar después los remedios equivocados”.

(Groucho Marx)

“Apparently, a democracy is a place where numerous elections are held at great cost without issues and with interchangeable candidates”.

(Gore Vidal)

“The empires of the future are the empires of the mind”.

(Winston Churchill)

“O Estado é o mais frio de todos os monstros frios. Mente friamente, e esta mentira rasteja de sua boca: “Eu, o Estado, sou o povo.” É uma mentira. Só onde termina o Estado, começa o homem”.

(Nietzsche)

“O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”.

(Albert Einstein)

Política é a arte de governar os povos”.

(Aristóteles)

“Tous les princes ont vaincu les armes à la main ou ont péri étant désarmés”.

(Maquiavel)

(José Amaral)

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Dia Mundial da Criança


A celebração da infância, comemorada em todo mundo pelas crianças e com as crianças. Festeja-se anualmente a 1 de Junho. Hoje comemora-se o Dia Mundial da Criança.

“As crianças têm duas coisas em comum: fecham os ouvidos aos conselhos e abrem os olhos aos exemplos”

(Anónimo)

“Todas as crianças são inspiradas, nada têm a invejar aos poetas, que são pura e simplesmente crianças

(Jean Paul Sartre)

A todas as crianças do mundo: Feliz Dia da Criança!

(José Amaral)