quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Morte...


"Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer."
Fernando Pessoa

"Todo mundo então era pérfido, mentiroso e falso? E lágrimas lhe vieram aos olhos, pois choramos sempre a morte das nossas ilusões com a mesma mágoa com que choramos os nossos mortos."
Guy de Maupassant

"Os mortos vêem o mundo / pelos olhos dos vivos"
Ferreira Gullar

"A morte está escondida nos relógios".
Giuseppe Belli

"Às vezes, é pela forma como morre que um homem mostra que era digno de viver".
Francis Ponge

"É mais fácil suportar a morte sem pensar nela do que suportar o pensamento da morte sem morrer".
Blaise Pascal

"Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro, ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha".
Rachel de Queiroz

"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera".
Benjamin Franklin

"Existem três tipos de pessoas: as que se preocupam até a morte, as que trabalham até morrer e as que se aborrecem até à morte".
Winston Churchill

"Morrer é duro. Sempre senti que a única recompensa dos mortos é não morrer nunca mais".
Nietzsche

"Nada mais certo do que a morte e nada mais incertos que o dia e a hora em que ela virá".
Cícero


(Origem: Wikiquote, a colectânea de citações livre.)

Dia de Todos-os-Santos / Dia dos Fiéis Defuntos

A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada, a 1 de Novembro, em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não.
Um dos objectivos do dia de Todos-os-Santos é suprir quaisquer faltas dos fiéis em recordar os santos nas celebrações das festas ao longo do ano.
A partir da perseguição de
Diocleciano o número de mártires era tão grande que se tornou impossível designar um dia do ano separado para cada um dos santos. Daí a necessidade de criar um dia para celebrar todos aqueles santos (essencialmente anónimos) que não têm um dia só para eles. Como muitos homens e mulheres foram vistos como exemplos de santidade criou-se este dia para celebrar todos os cristãos que se encontram na glória de Deus.


No dia seguinte ao de Todos-os-Santos, a Igreja Católica celebra o Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados (a 2 de Novembro).
Desde o
século II, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava.
Nestes dois dias as romarias aos cemitérios aumentam. Os familiares, assim, prestam homenagem e lembram os seus entes queridos que já partiram deste mundo e que deixaram saudades.

(José Amaral)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Dia das Bruxas


O Dia das Bruxas (Halloween) é um evento de cariz tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações pagãs dos antigos povos celtas.
Originalmente, o halloween não tinha relação com
bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e marcava o fim do Verão.
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e dia 1 de Novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Halloween.

(José Amaral)

Génio da Poesia

As sem razões do amor


Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.



Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no elipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.



Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.



Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.


(Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, a 31 de Outubro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de Agosto de 1987)

Génio do Relvado



Diego Maradona nasceu em Lanús, a 30 de Outubro de 1960. Conhecido como El Pibe, Maradona é considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos (para mim é seguramente o melhor). A sua carreira desportiva foi interrompida precocemente em função do consumo de substâncias dopantes e álcool. Aquele que era um ídolo, dentro do campo, para muitos jovens tornou-se um mau exemplo fora dos relvados.
No ano 2000, Maradona foi eleito como o melhor jogador de todos os tempos numa votação internacional do site da FIFA, mas sem carácter oficial.

(José Amaral)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Poema


O enforcado

No gesto suspensivo de um sobreiro,
o enforcado.

Badalo que ninguém ouve,
espantalho que ninguém vê,
suas botas recusam o chão que o rejeitou.

Dele sobra o cajado.

(Alexandre O'Neill, 1979)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Hora de Inverno


É já hoje, 27 de Outubro de 2007, que devemos acertar os relógios pela hora de Inverno. Assim, quando forem 02:00 horas da madrugada de 28 (em Portugal Continental) devemos atrasar os relógios para a 01:00 horas.
Poderemos, desta forma, dormir mais uma hora!

(José Amaral)

Alterações Climatéricas

Mais uma sugestão de leitura: “O Sétimo Selo” (Gradiva, 502 pág) de José Rodrigues dos Santos.
É um livro que se lê num fôlego e, embora não sendo nada de transcendente, tem o condão de nos alertar para o problema do Aquecimento Global.
Esta é mais uma aventura do professor Tomás Noronha. Relata-nos a história de quatro cientistas. Dois desses cientistas são assassinados e os outros dois encontram-se desaparecidos. Por causa dos dois cientistas assassinados, a Interpol contacta Tomás Noronha para decifrar um enigma com mais de mil anos, um segredo bíblico que o criminoso rabiscou numa folha e deixou ao lado do cadáver: 666, o número da besta. É a partir de aqui que Tomás entra em campo para solucionar este enigma. Os encontros com Filipe, seu colega de estudos na adolescência, e desencontram tornam a narrativa atractiva.
A exploração petrolífera encaminha o mundo para o Apocalipse. O relato alerta-nos para os perigos do aquecimento do Planeta, ameaças que se erguem à sobrevivência da humanidade. No meio desta história rocambolesca há, ainda, tempo para o relato da perda das faculdades de Graça Noronha, após a morte do marido, que acaba “despejada” num lar.

(P.s. – Embora não tenha a ver com o livro vale a pena ler a edição desta semana da revista “Visão” [n.º 764 de 25OUT07 – Edição Verde] que aborda, profundamente, o problema das Alterações Climatéricas. Se quisermos podemos ajudar a plantar uma árvore. Para tal, basta ir a
http://aeiou.visao.pt/portugalverde/ e seguir as instruções. Quando for pedido o código da revista basta escrever Por um Portugal Verde. Não custa nada!)

(José Amaral)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sociedade Ponto Verde

A Sociedade Ponto Verde apresenta a partir de hoje um novo anúncio de televisão. “Pedinchões” é o nome do spot publicitário que volta com algumas das pequenas grandes estrelas que desde o primeiro anúncio, exibido em 2004, se tornaram caras conhecidas dos portugueses.
“Pedinchões” pode ser visto numa televisão perto de nós, nos canais generalistas RTP 1 e 2 e TVI bem como nos canais de cabo Sic Notícias, RTPN, AXN, Fox, Hollywood, Panda, Sic Mulher, Sic Radical e TV Record. A campanha é composta por quatro filmes de 30 segundos, dirigidos aos quatro materiais de embalagens: papel/cartão, vidro, plástico e metal. Uma versão mais longa, de 60 segundos, será exibida nas salas de cinema Lusomundo.
(retirado de
http://www.pontoverde.pt/).
Certamente já todos vimos na televisão dois novos anúncios da Sociedade Ponto Verde. Aquelas crianças com ares tão angelicais, com frases tão simpáticas, cheias de paciência e de graciosidade apelam-nos, a nós adultos, para fazermos algo tão simples: ajudar a tornar o Planeta mais limpo, menos poluído. Penso que ninguém deixará de ficar indiferente a este anúncio. Agora, mãos à obra!

(José Amaral)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Do Tempo e dos Homens

Mais um livro que acabo de ler, “Do Tempo e dos Homens – Volume I – Da história literária à história da cultura” da autoria de Joaquim de Montezuma de Carvalho (Edição do Instituto Piaget, 501 pág), e que aqui recomendo.
É um livro que reúne alguns dos mais importantes ensaios críticos que servem de referência no escasso campo do pensamento literário do século XX.
O livro divide-se em três partes: I – Temas Literários (A – Literatura de Língua Portuguesa; B – Literatura Europeia; C – Literatura Comparada), II – Camoniana; III – Temas de História da Cultura.
Os ensaios aqui apresentados revelam uma cultura vastíssima e reflectem o pensamento, nu e cru sem rodeios, do autor. Diz o que tem a dizer e não se preocupa em evitar outras opiniões ou em discordar, de todo ou em parte, de outros autores. O autor, Joaquim de Montezuma de Carvalho, revela uma extraordinária lucidez crítica.
Evidentemente que não se trata de um romance, que se lê como quem bebe um copo de água, mas é uma obra que requer uma leitura atenta e aprofundada. Muito se aprende com a leitura deste livro e recomendo-o, em particular, aos professores de Português e de História, mas também a todos aqueles (autodidactas ou não) que se interessam pela cultura.

(José Amaral)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Nações Unidas



A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada, logo após a II Guerra Mundial, oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, na Califórnia. Foi fundada por 51 e a primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946. Actualmente a sede da ONU é em Nova Iorque.
A Sociedade das Nações foi quem esteve na base da criação da ONU. Foi a percursora desta organização e surgiu "para promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança".
A ONU tem seis línguas oficiais: Inglês, Francês, Espanhol, Chinês, Russo e Árabe. Os documentos oficiais são, quase todos, traduzidos para estas línguas.
Um dos feitos mais assinaláveis da ONU é a proclamação da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Vale, também, a pena ler o texto da Carta das Nações. http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/pm/Tratados/carta-onu.htm.

(José Amaral)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Dia Internacional das Bibliotecas Escolares


Hoje, 22 de Outubro de 2007, comemora-se o Dia Internacional da Biblioteca Escolar.
O Agrupamento Vertical de Sernancelhe associa-se a este dia e os responsáveis da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos prepararam algumas actividades, das quais se destaca o Peddy-Paper da Biblioteca. Muitos serão os alunos que, hoje, passarão pela Biblioteca.
A Biblioteca Escolar é um pólo fundamental em qualquer escola. Contudo, nem sempre os alunos sabem dela retirar os melhores proventos. As Bibliotecas Escolares são óptimas para o sucesso educativo, onde os alunos têm muitos recursos ao seu alcance: livros didácticos e outros, conselhos e motivação, na escolha de livros para a tua leitura, acesso à Internet…
Acho que não devem ser só os alunos a beneficiar das Bibliotecas. Penso que a Biblioteca tem de abrir as portas a outros intervenientes, nomeadamente os Encarregados de Educação. É necessário envolver cada vez mais os Pais/Encarregados de Educação na aprendizagem dos filhos. Nesse particular, as Bibliotecas Escolares podem ter um papel importante a desempenhar.

(José Amaral)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Literatura Nobel

Quando foi anunciado o Prémio Nobel da Literatura 2007 o nome do vencedor (Doris Lessing) soou-me desconhecido ou, pelo menos, estranho e pouco familiar. As críticas dividiram-se como sempre, mas acicatou-me a curiosidade.
Vai daí, comprei o livro “Gatos e mais gatos” (Livros Cotovia, 165 pág). Lê-se em duas penadas. A leitura cativa! Doris Lessing, nesta obra, conta-nos uma história sobre gatos. Contudo, a mesma não pode ser analisada assim de forma tão isolada. É bem mais uma Parábola em que a autora pela “vida” dos gatos mostra o lado humano que há ou não há nos Homens. Aliás, a autora termina o livro dizendo: “Conhecendo gatos, uma vida inteira com gatos, o que resta é um sedimento de mágoa bem diferente do que é devido aos humanos: composto de dor pelo seu desamparo, de culpa em nome de nós todos”. É difícil em qualquer página não encontrar mais de dez vezes a palavra gato/a/os/as (também com um título destes…).
O AD LITTERAM deixa aqui um excerto:


«Telefonei a três veterinários perguntando se era necessário retirar o útero e as trompas da gata – não podiam laquear as trompas e deixar-lhe o sexo pelo menos? Todos, com ênfase, insistiram o melhor era tirar tudo. “Fica tudo arrumado”, disse um; exactamente as mesmas palavras que um ginecologista usou com uma amiga minha. “Vou limpar-lhe tudo, fica tudo arrumado”, disse.
Muito interessante.
Em Portugal, dizem H. e S., que são portugueses, quando as senhoras burguesas se reúnem nos seus chás, falam das suas operações e dos seus problemas femininos. A frase que usam para esses órgãos é exactamente a mesma que é usada para as miudezas das galinhas: “As minhas miudezas, as tuas miudezas, as nossas miudezas”».

(José Amaral)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Poeta

António Ramos Rosa nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924. É um dos mais ilustres poetas portugueses da actualidade.
O AD LITTERAM publica, aqui, este poema de ARR:


Poema dum Funcionário Cansado


A noite trocou-me os sonhos e as mãos

dispersou-me os amigos

tenho o coração confundido e a rua é estreita

estreita em cada passo

as casas engolem-nos

sumimo-nos

estou num quarto só

num quarto sócom os sonhos trocados

com toda a vida às avessas a arder num quarto só

Sou um funcionário apagado

um funcionário triste

a minha alma não acompanha a minha mão

Débito e Crédito Débito e Crédito

a minha alma não dança com os números

tento escondê-la envergonhado

o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente

e debitou-me na minha conta de empregado

Sou um funcionário cansado dum dia exemplar

Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?

Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço

Soletro velhas palavras generosas

Flor rapariga amigo menino

irmão beijo namorada

mãe estrela música

São as palavras cruzadas do meu sonho

palavras soterradas na prisão da minha vida

isto todas as noites do mundo numa só noite comprida

num quarto só


(José Amaral)

"Alma Trocada"



O último post que aqui coloquei foi sobre o livro de Rosa Lobato Faria, “Alma Trocada”. O AD LITTERAM deixa aqui um excerto para aguçar a curiosidade.

«Há uma linha que divide o amor da paixão? Não sei. Só sei que lhe gritei uma vez e outra e outra vez, amo-te estúpido, amo-te animal, amo-te cabrão, filho da puta, cigano de merda, meu amor.
Já chega, disse ele entre beijos. Já chega, patrão. Vou tomar um duche no teu chuveiro e volto a buscar as senhoras. Combinei às seis. Volta para o teu livro, se puderes.
Sarcástico, como sempre, seguro do seu domínio, do sorriso, os lábios cheios, os dentes perfeitos.
- Rastapartam anormal. Não vás ainda. Tens tempo.
Mas já ele se fechava na casa de banho a usar o meu gel, o meu champô, o meu desodorizante, o meu creme de corpo, a minha água-de-colónia italiana.
Se por um lado odiava este abuso de confiança, por outro adorava a ideia de encontrar na banheira, nas minhas coisas, nos meus lençóis, o seu inconfundível cheiro a feno.»

(José Amaral)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Surpresa literária



Acabei de ler um livro que me surpreendeu pela positiva. Trata-se de “Alma Trocada” (Edições Asa, 192 pág.) da autoria de Rosa Lobato Faria.
É uma obra muito bem escrita, num registo ligeiro, muito soft, que aborda um tema, ainda, tabu: a homossexualidade. A escrita de RLF muito irónica, soando a uma escrita poética (não fosse RLF mais conhecida pela sua obra poética) prende-nos a atenção.
Trata-se da história de Teófilo que acaba por desmarcar o casamento com Raquel, pois descobre que não é isso que quer. Teófilo acaba por se apaixonar por Hugo, um advogado, mas gosta de Tinito, um cigano, que era empregado na quinta da avó Jacinta. Os amores e desamores de Teófilo são o tema central da história
O AD LITTERAM deixa aqui a sinopse para que os leitores possam avaliar:
«É um lugar comum dizer-se que determinada orientação sexual não é uma escolha, porque, se fosse, ninguém escolheria o caminho mais difícil. Foi esse caminho mais difícil que Teófilo teve de percorrer, desde a incompatibilidade com os pais, aos desencontros dentro de si próprio, chegando mesmo a acreditar que alguém lhe tinha trocado a alma…»

(José Amaral)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Leitura Recomendada


Manuel da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém, a 15 de Outubro de 1911 e faleceu a 11 de Março de 1993. Nasceu no Alentejo e foi um dos maiores escritores (poeta, contista, romancista e cronista) portugueses.
A sua região natal é motivo de eleição dos seus primeiros textos. Só mais tarde e a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a cidade de Lisboa.
Manuel da Fonseca foi presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. Da sua extensa Obra destacam-se nomes como: Rosa dos ventos (1940, poesia), Planície (1941, poesia)
, O Fogo e as cinzas (1953, contos), Um anjo no trapézio (1968, contos) Cerromaior (1943, romance) e Seara de vento (1958, romance).
Aconselho as obras “O Fogo e as cinzas” e “Cerromaior”, porque se lêem com muito agrado.

(José Amaral)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ele há coincidências...


Há coincidências que nos fazem pensar!
O escritor e jornalista brasileiro Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte, a 12 de Outubro de 1923 e faleceu no Rio de Janeiro, a 11 de Outubro de 2004. Faleceu com 80 anos, vítima de cancro, a um dia de completar novo aniversário. A partir de 1956 Sabino decidiu viver da escrita e do jornalismo. Sabino foi agraciado com alguns prémios literários.
Da sua extensa obra destacam-se livros como O homem nu (1960), O grande mentecapto (1979), O menino no espelho (1982), Martini seco (1987), O bom ladrão (1992), Aqui estamos todos nus (1993), Um corpo de mulher (1997), O galo músico (1999) e Os movimentos simulados (2004)
Da sua extensa obra apenas conheço “O menino no espelho”, uma história muito bonita e que vale bem a pena ler.

(José Amaral)

Nobel da Literatura 2007


A britânica Doris Lessing, com 87 anos, é a contemplada com o Nobel da Literatura deste ano. Doris Lessing, descrita pela academia como "um exemplar de experiência feminina que, com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização ao escrutínio", tem uma obra vasta e diversificada.
Lessing começou por dedicar-se, na sua ficção, aos temas do comunismo, com "A boa terrorista" ou "Filhos da violência", por exemplo, para se dedicar depois a uma surpreendente ficção científica, ou espacial, com exemplares como "Formação do Representante do Planeta 8". A sua obra está publicada em Portugal em várias editoras, sendo uma das mais populares escritoras, em paralelo com nomes como Marguerite Yourcenar (in “Publico online”, 11OUT07)

(José Amaral)



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

"Mina de Diamamantes"

Quando aqui postei um texto sobre "O Malhadinhas", de Aquilino Ribeiro, numa edição da Bertrand Editora, referi que a mesma obra continha um outro conto: "Mina de Diamantes".
É o relato da vida de Diamantino Dores (Dêde) que emigrou para o Brasil onde se tornou famoso e onde arranjou um emprego importante que lhe dava bom dinheiro. Envolvido em problemas de saias é aconselhado a vir visitar o seu país. Vem para Portugal e é recebido (depois de subornar um jornalista) como um herói. Contudo, Domingos é um trafulha, embora generoso. Revela-se um mãos largas e o país revela-se um país de "mãos estendidas". Domingos tem dinheiro, mas desbarata-o. É o típico português que mostra que tem uns "tustos", mas que encontra o outro típico português que nada tem, mas que se choraminga para ver se lhe dão algum.
Mais uma obra excelente, esta nunca tinha lido, de Aquilino. Vale a pena ler!

Aqui fica um excertozinho para deleite:
«Diamantino, tomada às vezes de inquietude, considerava instintivamente aquele bojo de cetáceo, espraiando olhos a todos os pontos, inclusive às bancadas que ficavam à sua espalda. Se houvesse desastre e lhe abrissem a porta, ele seria o primeiro a escapar-se. Mas que ideia! As probabilidades de salvação seriam idênticas para todos. Qual porta, qual carapuça! Aquele barinel de alumínio e aço desconjuntar-se-ia em todos os órgãos. O que era combustível arderia como um archote. A bela carcaça oval esborrachava-se como um ovo.»

(José Amaral)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Revolucionário

Che Guevara (ou El Che) nasceu em Rosário, na Argentina, 14 de Junho de 1928 e morreu em La Higuera, Bolívia, a 9 de Outubro de 1967.
Provavelmente o revolucionário (transformado em ícone) mais conhecido em todo o mundo.

(José Amaral)

domingo, 7 de outubro de 2007

Poema

Edgar Allan Poe nasceu em Boston, a 19 de Janeiro de 1809 e faleceu em Baltimore, a 7 de Outubro de 1849.



Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.

Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alva
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,

a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demónio, ante meus olhos.

(Edgar Allan Poe)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

HOMENAGEM AOS PROFESSORES

O dia 5 Outubro foi declarado pela UNESCO Dia Internacional do Professor (cfr. Dia Internacional do Professor).
O AD LITTERAM deixa aqui a sua singela palavra de apreço para todos aqueles que, como o autor deste blog, são professores.

Amendoeira

Finais de Janeiro!

Em alguns dias
o Sol faz-se
anunciar
alegrando
os enfadonhos e tristes
dias de Inverno.
Na berma da estrada
por onde passa,
o professor
vê as amendoeiras
florir.

Algumas, já vestidas
de pétalas
branco-rosa,
são o contento
daquele que passa
todos os dias
por aquelas
desertas vias.

Em breve
desprender-se-ão da vida
e farão
estranhos bailados
no céu azul.


(in “Outonalidades”, José Amaral)

Feriado Nacional


Amanhã, 5 de Outubro, feriado nacional, comemora-se a Proclamação da República Portuguesa que resultou da Revolução em 1910. Alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta para derrubar a Monarquia. A República foi proclamada à varanda da Câmara Municipal de Lisboa no dia 5, contudo no Porto e no resto do País só o foi nos dias seguintes.
Depois desta revolução a bandeira passou a ser verde e vermelha e “A Portuguesa” tornou-se o Hino Nacional.
Bom descanso e bom feriado!

(José Amaral)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"Malhadinhas"

Acabei de ler “O Malhadinhas”, de Aquilino Ribeiro, numa edição da Bertrand Editora, que contempla ainda “Mina de Diamantes” (a ler). Não o li, por Aquilino estar na moda (como já vi escrito por alguns opinion makers) e mesmo que o fizesse o problema era meu. Li-o, porque me apeteceu e para recordar esta belíssima história que já havia lido há muito tempo.
Trata-se da história de um almocreve, contada por ele mesmo, à volta da qual giram homens, mulheres, animais…
Aquilino relata-nos os usos e tradições dos habitantes da serra na região de Viseu (Beira Alta). O Malhadinhas, almocreve, estabelece as comunicações entre o interior (“onde Judas perdeu as botas”) e o litoral, o campo e a cidade, levando e trazendo produtos essenciais.
O AD LITTERAM deixa aqui uma passagem desta belíssima obra:

« - Porque reza tanto, tio Malhadas? – perguntou-me um dia destes, ao sair de casa, o Albino alfaiate, que é vizinho. – Dá com o juízo em droga…
E para judeu… - Vossorias conhecem-lhe o código civil? Artigo primeiro: Albino, trata de ti; artigo segundo: trata de ti, Albino; artigo terceiro: está revogada a legislação em contrário. – Pois para judeu, resposta de judeu:
- Rezo pelos teus pecados, pelos do próximo… Carrasco, trazes aí tanto menino sem pai!...
- Aí vem o tio Malhadinhas! E pelos seus pecados não reza? Dizem que você não foi boa bisca…
- Os meus de tão pouca monta eles são que já passaram ao rol do esquecimento. Que fiz eu, Albino? Arranhaduras. Mais fez S. Pedro, que cortou a orelha do capitão, e é um dos pilares da Igreja e chaveiro do céu.»

(José Amaral)