quinta-feira, 29 de março de 2007

"Sentenças Delirantes dum Poeta para si próprio em tempo de cabeças Pensantes"








1
Não te ataques com os atacadores dos outros.

Deixa a cada sapato a sua marcha e a sua direcção.
O mesmo deves fazer com os açaimos.

E com os botões.


2
Não te candidates, nem te demitas. Assiste.
Mas não penses que vais rir impunemente a sessão inteira.
Em todo o caso fica o mais perto possível da coxia.


3
Tira as rodas ao peixe congelado,
mas sempre na tua mão.

Depois, faz um berreiro.
Quando tiveres bastante gente à tua volta,
descongela a posta e oferece um bocado a cada um.


4
Não te arrimes tanto à ideia de que haverá sempre
um caixote com serradura à tua espera.
Pode haver. Se houver, melhor...

Esta deve ser a tua filosofia.


5
Tudo tem os seus trâmites, meu filho!
Não faças brincos de cerejas
sem te darem, primeiro, as orelhas.

Era bom que esta fosse, de facto, a tua filosofia.


6
Perguntas-me o que deves fazer com a pedra que
te puseram em cima da cabeça?
Não penses no que fazer com. Cuida no que fazer da.

É provável que te sintas logo muito melhor.

Sai, então, de baixo da pedra.


7
Onde houver obras públicas não deponhas a tua obra.
Poderias atrapalhar os trabalhos.
Os de pedra sobre pedra, entenda-se.

Mas dá sempre um «Bom dia!» ao pessoal do estaleiro.
Uma palavra é, às vezes, a melhor argamassa.


8
Deves praticar os jogos de palavras, mas sempre
com a modéstia do cientista que enxertou em si mesmo
a perna da rã, e que enquanto não coaxa, coxeia.
Oxalá o consigas!

9
Tens um glorioso passado futurível,
mas não fiques de colher suspensa,
que a sopa arrefece.


10
Se tiveres de arranjar um nome para uma personagem
de tua criação, nunca escolhas o de Fradique Mendes.
A criação literária não frequenta o guarda-roupa,
muito menos quando a roupa tem gente dentro.


11
Resume todas estas sentenças delirantes numa única
sentença:
Um escritor deve poder mostrar sempre a língua portuguesa.


(Alexandre O’Neill de Poesias Completas, Assírio & ALvim, 2000)

terça-feira, 27 de março de 2007

Dia Nacional do Dador de Sangue



Comemora-se no próximo dia 27 de Março, no Salão da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Viseu, pelas 15 horas, o Dia Nacional do Dador de Sangue.
Pese embora ter sido instituída internacionalmente, em 2005, a data de 14 de Junho como Dia Mundial do Dador de Sangue, Portugal, através do Ministério da Saúde/Instituto Português do Sangue manteve a data de 27 de Março como Dia Nacional do Dador de Sangue, entendendo ser a mais relevante para louvar publicamente o reconhecimento pelo papel imprescindível do Dador de Sangue Nacional.
A decisão está em consonância de interesses com o movimento federativo e associativo de dadores de sangue, com a tradição e com a notoriedade que a data de 27 de Março alcançou ao longo destes anos.
Para mais informações consulte o Website: http://www.ipsangue.org/.

(Informação baseada no Portal da Saúde – Ministério da saúde)

Se todos ajudarmos podemos salvar muitas vidas. Ser dador de sangue não custa nada. Colabore!

(José Amaral)

Dia Mundial do Teatro


Hoje, 27 de Março, comemora-se o Dia Mundial do Teatro. A palavra teatro define tanto o prédio onde se podem apresentar várias formas de artes quanto uma determinada forma de arte.

O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador, "lugar onde se vai para ver". Entretanto o teatro também é o lugar onde acontece o drama frente a audiência, complemento real e imaginário que acontece no local de representação. Ele surgiu na Grécia antiga, no século IV a.C.

A consolidação do teatro, enquanto espectáculo, na Grécia antiga deu-se em função das manifestações em homenagem ao deus do vinho, Dionísio. Com o passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como "Ditirambos", foram ficando cada vez mais elaboradas. O primeiro director de coro foi Téspis, que desenvolveu o uso de máscaras para representar.


Em Portugal Gil Vicente (1465 – 1536?) É considerado o fundador do teatro português, no século XVI.
Contudo, Almeida Garrett que nasceu em 1799, no Porto, e faleceu em 1854, em Lisboa, foi quem fundou o Conservatório Geral de Arte Dramática, edificou o Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa e organizou a Inspecção-Geral dos Teatros, revolucionando por completo a política cultural portuguesa a partir de 1836, no rescaldo das Guerras Liberais.

Há, hoje, em Portugal muitas companhias que desenvolvem um trabalho de itinerância por todo o território do país, como são os casos do Teatro ACERT (Tondela), do Teatro da Serra do Montemuro (Castro Daire), Urze-Teatro (Vila Real), Teatro das Beiras (Covilhã), Entretanto Teatro (Valongo), entre outros.

Também nas escolas se promove o Teatro, através de Clubes ou Oficinas de teatro. Na Escola Padre João Rodrigues (Agrupamento Vertical de Escolas de Sernancelhe) a Oficina de Teatro tem muitos alunos inscritos e tem desenvolvido muitas actividades sob a supervisão dos professores Manuela Lourenço e José Amaral.

(José Amaral)

segunda-feira, 26 de março de 2007

Grandes Portugueses


Salazar eleito "o maior português de sempre" em programa da RTP
Nem D. Afonso Henriques, nem D. João II, nem Camões, nem mesmo o Infante D. Henrique. António de Oliveira Salazar foi o nome escolhido pela maioria dos telespectadores da RTP1 que votaram na eleição do "maior português de sempre", no âmbito do programa "Os Grandes Portugueses".

No segundo lugar ficou o líder comunista Álvaro Cunhal e o terceiro mais votado foi o cônsul português Aristides de Sousa Mendes.

D. Afonso Henriques e Luís Vaz de Camões acabaram por ocupar os quarto e quinto lugares, respectivamente.

No estudo de opinião elaborado pela Eurosondagem para a RTP, publicado no site da estação pública, D. Afonso Henriques, Luís Vaz de Camões e o Infante D. Henrique são os nomes mais repetidos em resposta à pergunta "Da lista de 10 finalistas do concurso da RTP 'Grandes Portugueses', qual é o maior Português de sempre?"

O programa "Grandes Portugueses", um modelo original da BBC, já foi realizado em vários países. Em França foi eleito Charles De Gaulle, em Inglaterra Winston Churchill e nos Estados Unidos Ronald Reagan.


1º António de Oliveira Salazar - 41,0 por cento

2º Álvaro Cunhal - 19,1

3º Aristides de Sousa Mendes - 13,0

4º D. Afonso Henriques - 12,4

5º Luís de Camões - 4,0

6º D. João II - 3,0

7º Infante D. Henrique - 2,7

8º Fernando Pessoa - 2,4

9º Marquês de Pombal - 1,7

10º Vasco da Gama - 0,7


(in “Público” 26MAR07)


Será esta votação significativa? Todos os participantes salientaram que se tratava de um concurso e que os resultados deviam ser encarados enquanto tal. Não vale a pena fazer deste resultado “um cavalo de batalha”, nem deve, tão-pouco, ser usado para reavivar fantasmas do passado.
Contudo, Fernando Dacosta, na sua análise final aos resultados, referiu – e penso que bem – que este resultado não é um sentimento de saudosismo. É, porém, um “grito de protesto” contra o poder político português. Com o 25 de Abril (fim da ditadura de Salazar) foi prometido ao povo português um novo rumo para o país. Esse rumo – por culpa dos políticos que nos governam desde a revolução dos cravos – tarda em chegar. Há pessoas que continuam a ter fome, que continuam desempregadas…


(José Amaral)

quarta-feira, 21 de março de 2007

Dia Mundial da Poesia e da Árvore

A “Folha da Educação” e a “Papiro Editora” (na pessoa da Dr.ª Sandra Macedo) convidaram os escritores Manuela Reis e José Amaral para estarem presentes hoje, Dia Mundial da Poesia, no Externato Infante D. Henrique (Alfacoop – Cooperativa de Ensino, CRL) em Ruílhe – Braga, num encontro de escritores e no âmbito da actividade “O Dia da Poesia e da Árvore”.A Escola fica situada numa zona verdejante, nos arredores de Braga, e apresenta excelentes instalações e condições para a prática lectiva (http://www.alfacoop.pt/). Foi possível ver com agrado que os alunos se empenharam na preparação deste dia, a Biblioteca parecia um “jardim poético”.
Pelas 14:30 horas, o auditório começou a ganhar vida. Rapidamente ficou cheio (arriscaria 60 a 70 pessoas entre alunos, maioritariamente, e professores). Os autores apresentaram as suas obras e falaram da sua obra. Entre dois dedos de conversa foram declamados vários poemas dos autores. A aluna Joana e as professoras Maria dos Anjos, Isabel Ferreira e Regina – que me desculpem a primeira e a última não me lembrar do sobrenome – declamaram, e bem, os poemas seleccionados. Os alunos colocaram, também, várias questões aos escritores. Foram mais ou menos duas horas que passaram num ápice. No fim, ainda houve tempo para autografar alguns livros. Da minha parte, da parte da escritora Manuela Reis e do marido Alexandre que teve a gentileza de nos acompanhar, foi uma iniciativa louvável e gratificante. Um bem-haja à escola que nos acolheu de braços abertos. Uma palavra, ainda, para parabenizar os alunos que se comportaram de forma exemplar.E porque hoje a Poesia é rainha, aqui deixo um poema da autoria de Manuela Reis (in“Caminhada”, Papiro Editora):

«Passa o vento no meu coração,

abana-o e leva-o para longe,

para longe do que é emoção,

sem que eu saiba a razão.


Estou frio, nada me aquece,

e na aresta da casa de pedra

onde nasci, ficou marcada a presença

do que nada sou e nada consegui.»


(José Amaral)


terça-feira, 20 de março de 2007

Dia Mundial da Poesia

O Dia Mundial da Poesia, que se celebra hoje, 21 Março, foi instituído na 30ª Conferência Geral da UNESCO, em 2000. Na altura, o Director-Geral da organização, o japonês Koichiro Matsuura, justificou a iniciativa pela “universalidade e natureza transcendental desta forma de expressão, constituindo por isso mesmo um meio incomparável para a compreensão inter – cultural e para a consolidação da paz no mundo.”
A poesia, ou género lírico, é uma das sete artes tradicionais, através da qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos. O sentido da mensagem poética também pode ser importante (principalmente se o poema for em louvor de algo ou alguém, ou o contrário: também existe poesia satírica), ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético.


sentimentir


Estava eu

sentado debaixo de um plátano,

junto de uma fonte

cuja água era tão límpida

que me torturava,

naquele “locus amoenus”,

trazendo-me à memória

a pureza que perdera

mal enterrara a inocência.


Na mão

tinha um livro

de poesia

do Pessoa,

que dizia:

“Dizem que finjo ou minto

Tudo que escrevo. Não.

Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração”.


Meu pensamento

ficou paralisado

e meus gestos

tornaram-se lentos.

O chilrear de um rouxinol

fez-me acreditar

nas palavras

deste mensageiro,

poisque imaginei

o mais belo poema

que jamais pudera

sentir.


Puxei do pequeno caderno

de anotações,

que me acompanhava

nestas reflectoras tardes,

e do pequeno lápis azul,

todo mordido,

e num irreflectido gesto

comecei a rabiscar

as ígneas ideias

que flamejavam do meu coração.


Inspirado,

escrevi folhas e folhas,

fruto da minha imaginação

já que o meu coração

era contra.


Foi neste sentimentir,

que senti que,

também eu,

sentia ou mentia

tudo o que escrevia.


(in “Oráculo Luminar”, José Amaral)

Dia Mundial da Árvore

A comemoração oficial do Dia da Árvore teve lugar pela primeira vez no estado norte-americano do Nebraska, em 1872. John Stirling Morton conseguiu induzir toda a população a consagrar um dia no ano à plantação ordenada de diversas árvores para resolver o problema da escassez de material lenhoso.
A Festa da Árvore rapidamente se expandiu a quase todos os países do mundo, e em Portugal comemorou-se pala primeira vez a 9 de Março de 1913.
Em 1971 e na sequência de uma proposta da Confederação Europeia de Agricultores, que mereceu o melhor acolhimento da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), foi estabelecido o Dia Florestal Mundial com o objectivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra.
Em 21 de Março de 1972 – início da Primavera no Hemisfério Norte – foi comemorado o primeiro DIA MUNDIAL DA FLORESTA em
vários países, entre os quais Portugal.


Fonte: ICN (http://www.icn.pt/).


Amendoeira

Finais de Janeiro!

Em alguns dias

o Sol faz-se

anunciar

alegrando

os enfadonhos e tristes

dias de Inverno.

Na berma da estrada

por onde passa,

o professor

vê as amendoeiras

florir.

Algumas, já vestidas

de pétalas

branco-rosa,

são o contento

daquele que passa

todos os dias

por aquelas

desertas vias.

Em breve

desprender-se-ão da vida

e farão

estranhos bailados

no céu azul.


(in “Outonalidades”, José Amaral)

segunda-feira, 19 de março de 2007

DIA DO PAI

Dizem que o primeiro a comemorar o DIA DO PAI foi um jovem chamado Elmesu, na Babilónia, há mais de 4.000 anos. Ele teria esculpido em argila um cartão para seu pai. Mas a instituição de uma data para comemorar esse dia todos os anos é bem mais recente...
Em 1909, a norte-americana Sonora Louise Smart Dodd queria um dia especial para homenagear o pai, William Smart, um veterano da guerra civil que ficou viúvo quando a sua mulher teve o sexto bebé. Assim ele teve de criar os seis filhos sozinho numa fazenda no Estado de Washington. Foi olhando para trás, depois de adulta, que Dodd percebeu a força e generosidade do pai.


Muitos países têm datas especiais para homenagear os pais, mas não há uma data fixa, para se homenagear o pai, em todo o mundo. A Inglaterra e a Argentina comemoram a data no terceiro domingo de Junho. Em Itália e em Portugal, a homenagem acontece no Dia de São José, 19 de Março. Na Austrália, é no segundo domingo de Setembro. E na Rússia, no dia 23 de Fevereiro. Nos EUA é no terceiro domingo de Junho. No Brasil é no segundo domingo de Agosto.


tristeza

Eras um menino,

criança ainda.

Não sabias sorrir

e tinhas a tristeza estampada no

R

O

S

T

O

As lágrimas eram

a água que te lavava a

F

A

C

E

onde sulcavam

sonhos e amarguras.


V
I

V

I

A

S


N

U

M
CASEBRE

Num bairro de lata,

tão lavado

quanto a tua face.

A tua mãe morrera

ainda não tinhas feito

três primaveras;

o teu pai, esse, nunca o conheceste.


Abeirei-me de ti, e tu

B RU SCAMEN TE

fugiste como um bicho.

Tentei novamente.

Não te assustaste!

Demorei a minha mão

na tua face

e senti toda a tua tristeza e amargura

passar para mim.

Aquele menino

tinha um sonho.

Um sonho irrealizável!

Queria que eu lhe trouxesse

a mãe de volta

e que esta lhe mostrasse

o PAI que nunca

A

R

E

C

E

H

N

O

C


(in “Oráculo Luminar”, José Amaral)

sábado, 17 de março de 2007

Poema

Don du poème

Je t’apporte l’enfant d’une nuit d’Idumée!

Noire, à l’aile saignante et pâle, déplumée,

Par le verre brûlé d’aromates et d’or,

Par les carreaux glacés, hélas ! mornes encor,

L’aurore se jeta sur la lampe angélique.

Palmes! et quand elle a montré cette relique

A ce père essayant un sourire ennemi,

La solitude bleue et stérile a frémi.

O la berceuse, avec ta fille et l’innocence

De vos pieds froids, Accueille une horrible naissance :

Et ta voix rappelant viole et clavecin,

Avec le doigt fané presseras-tu le sein

Par qui coule en blancheur sibylline la femme

Pour des lèvres que l’air du vierge azur affame ?


Stéphane Mallarmé*


(* Stéphane Mallarmé nasceu em Paris, a 18 de Março de 1842 e faleceu em Valvins, a 9 de Setembro de 1898)

sexta-feira, 16 de março de 2007

AVAICHO OS INTELEQUETUAIS!...

Na edição desta semana da revista “Visão” (N.º732 – 15 de Março de 2007), na secção “Portofólio”, vem um artigo de Manuel António Pina («Avaicho os intelequetuais») que achei interessantíssimo. Faz-nos pensar e ler nas entrelinhas. Já na Bíblia se diz “quem tem ouvido para ouvir que oiça…” e eu acrescento quem tem olhos para ler, que leia. Aqui fica na íntegra o artigo


«Contava-se antes do 25 de Abril uma anedota em que dois amigos conversavam num café. Perguntava um: “Quantos são 2 mais 2?”. E o outro: “Quatro”. O primeiro de novo: “E quem foi o primeiro rei de Portugal?” “Acho que foi D. Afonso Henriques…” “Põe-te a pau, pá, que a PIDE anda atrás dos intelectuais!” A PIDE acabou entretanto, mas os intelectuais têm boas razões para continuarem desassossegados. Saber quantos são 2 mais 2 e quem foi o primeiro rei de Portugal (ou que a água ferve a 100 graus e ângulo recto a 90…) é ainda hoje algo capaz de suscitar mais hostilidade social do que acender um charro no meio da missa e o melhor que tem a fazer quem sabe coisas como essas é não o confessar a ninguém. «Intelectual» (normalmente diz-se «pseudo-intelectual») ou «académico» são os piores insultos que em Portugal se podem dirigir a um autóctone. E a suspeita de que alguém lê coisa diferente do Correio da Manhã e dos livros da D. Margarida Rebelo Pinto, ou que vê o canal Arte em vez de ouvir as prelecções do professor Marcelo, é suficiente para acabar com a carreira mais promissora. Pacheco Pereira, no PSD, e Manuel Alegre e Carrilho, no PS, que o digam.
Alegre, ainda por cima, lê e escreve versos e, entre nós, “poeta” é injúria pior do que “intelectual”. Aliás, é sabido que é por sermos um “país de poetas” que o défice público atingiu as épicas proporções que se conhecem com todo o seu interminável cortejo de prosaicas consequências para a bolsa das famílias. Por sua vez, Carrilho é “filósofo” e chamar “filósofo” a alguém, sobretudo a um político (mas não só: imagine o leitor que o vizinho lhe chama “filósofo” numa reunião do condomínio, admitiria uma coisa dessas sem lhe dar logo um tabefe?), é tão ou mais grave que chamá-lo de “poeta”.
Nas universidades, os estudantes que estudam em vez de copiar nos exames são “marrões” e os poucos que lêem são “ratos de biblioteca”, sendo que o problema não é serem “ratos” (ser “rato”, na política, nos negócios, na vida em geral, é um elogio que se agradece com um sorriso de modéstia), o problema é serem, bleugh!, de “biblioteca”. Um estudante “rato” é o que consegue tirar um curso sem ter lido um livro e que, metendo pela via rápida de qualquer juventude partidária, em pouco tempo chega a assessor de uma Secretaria de Estado, enquanto o colega “intelectual” continua estupidamente encafuado na biblioteca a preparar o mestrado para poder inscrever-se num Centro de Emprego.
“Marrão”, “rato de biblioteca”, “filósofo”, “poeta”, “intelectual”, “académico” são insultos que, em Portugal, nem aos árbitros de futebol se dirigem. Se algum imprudente adepto chamasse “intelectual” ou “filósofo” (há uns anos, um jogador chamou “filósofo” ao árbitro Jorge Coroado e apanhou poucas da Liga!) a um árbitro, este interromperia imediatamente o jogo e, virando-se para a bancada, gritaria: “Intelectual é a tua mãe!”, o que resultaria num sururu pior do que se a equipa da casa perdesse com um penalty no último do prolongamento (e a mãe do adepto, envergonhada, não voltaria decerto a sair à rua até ao fim da época). E nenhuma companhia de seguros cobre as consequências resultantes de um condutor chamar a outro “poeta” num engarrafamento em vez do inofensivo e portuguesíssimo filho desta ou daquela.
Recordo-me de um antigo cartoon de Siné com uma manifestação encabeçada por um cartaz garatujado com a palavra de ordem «Avaicho os intelequetuais!». Sempre acreditei que fosse uma homenagem de Siné ao bom povo português.»

(José Amaral)

quinta-feira, 15 de março de 2007

Prémio Camões para António Lobo Antunes

O Prémio Camões 2007, o mais importante galardão literário da língua portuguesa, no valor de cem mil euros, foi hoje atribuído ao escritor português António Lobo Antunes.

A decisão do júri teve por fundamento “a mestria em lidar com a Língua Portuguesa, aliada à mestria em descortinar os recessos mais inconfessáveis dos homens, transformando-o num exemplo de autor lúcido e crítico da realidade literária”, informa o Ministério da Cultura português, em comunicado.

António Lobo Antunes nasceu a 1 de Setembro de 1942, em Lisboa.

"Memória de Elefante", o seu primeiro romance publicado, começou a ser escrito em 1976 e chegou às livrarias em 1979, ano em que começou oficialmente a sua carreira de escritor. Para além de "Memória de Elefante", publica nesse ano "Os Cus de Judas".

Em 1996 é distinguido com o prémio France Culture pelo romance "A Morte de Carlos Gardel". Um ano mais tarde volta a receber o mesmo prémio, desta feita pelo livro "Manual dos Inquisidores".

Três anos depois é distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da APE e com o Prémio D. Diniz da Fundação Casa de Mateus, pelo romance "Exortação aos Crocodilos", com o qual recebe também, em 2000, o Prémio de Literatura Europeia do Estado Austríaco.

Em 2003 prossegue o reconhecimento internacional da sua carreira, com o Prémio Internacional União Latina e o Prémio Ovidius, da União de Escritores Romenos

Um ano mais tarde recebe o Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril Sol, pelo romance "Boa Tarde Às Coisas Aqui Em Baixo". No mesmo ano é galardoado com o Prémio Jerusalém pelo conjunto da sua obra.

Nos últimos dois anos foi distinguido com a Grande Ordem de Santiago de Espada (2005) e o Prémio José Danoso (2006), atribuído pela Universidade Chilena de Talca.
Prémio Pessoa prefere ficção

O júri deste ano reuniu-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e foi constituído por Francisco Noa (Moçambique), João Melo (Angola), Fernando J.B. Martinho (Portugal), Maria de Fátima Marinho (Portugal), Letícia Malard (Brasil) e Domício Proença Filho (Brasil).
Instituído em 1988, o galardão distinguiu, desde a sua primeira edição, oito autores portugueses, sete brasileiros, dois angolanos e um moçambicano.

Onze dos premiados são ficcionistas: Vergílio Ferreira, vencedor em 1992; Rachel de Queiroz (1993); Jorge Amado (1994); José Saramago (1995); Pepetela (1997); Autran Dourado (2000); Maria Velho da Costa (2002); Rubem Fonseca (2003); Agustina Bessa-Luís (2004); Lygia Fagundes Telles (2005); e José Luandino Vieira (2006). Cinco são brasileiros, quatro portugueses e dois angolanos.

Miguel Torga, o primeiro autor consagrado com o galardão, poderia integrar o lote de prosadores — tem uma importante obra ficcional e diarística —, mas é provavelmente como poeta que mais tem sido reconhecido e estudado.

Entre os poetas, além de Torga (1989), a lista inclui João Cabral de Mello Neto (1990), José Craveirinha (1991), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999) e Eugénio de Andrade (2001). Os portugueses são em maior número: três. Mello Neto é brasileiro e Craveirinha moçambicano.

O ensaio está em clara desvantagem no confronto com as restantes disciplinas. Em 18 anos, apenas dois ensaístas o receberam: o português Eduardo Lourenço, em 1996, e o brasileiro António Cândido, em 1998. Incluído no lote de ficcionistas — por ter sido a ficção o núcleo central da sua obra de escritor —, Vergílio Ferreira não estaria deslocado entre os ensaístas. É autor de significativos títulos nesta área.
Em 18 anos, apenas uma vez o prémio foi recusado. No ano passado, Luandino Vieira, invocou para tal "razões de consciência".

in “Público” 14MAR07

quarta-feira, 14 de março de 2007

Marxismo

Karl Heinrich Marx nasceu em Tréveris, a sul da Prússia, a 5 de Maio de 1818. Faleceu em Londres, a 14 de Março de 1883. Este intelectual alemão é considerado um dos fundadores da Sociologia. A sua influência estende-se a outras áreas tais como: Filosofia, Economia, História já que o conhecimento humano, na sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. O Marxismo é o conjunto de ideias filosóficas, económicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo. Marx teve, ainda, participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário.


(José Amaral)

Teoria da Relatividade

Albert Einstein nasceu em Ulm, a 14 de Março de 1879. Faleceu em Princeton, a 18 de Abril de 1955. Foi Einstein, físico, que propôs a Teoria da Relatividade. A Teoria da Relatividade foi criada por Einstein em duas etapas: em 1905 ele publicou um trabalho que mais tarde ficou conhecido pelo nome de Teoria da Relatividade Especial, que trata do movimento uniforme; e em 1915, publicou a Teoria da Relatividade Geral, que trata do movimento acelerado e da gravitação.
As reflexões de Einstein, que mais tarde o levaram à criação da Teoria da Relatividade, começaram quando ele tinha 16 anos.
Einstein ganhou o Prémio Nobel da Física de 1921 pela correcta explicação do Efeito Fotoeléctrico, no entanto, o prémio
só foi anunciado em 1922. O seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da energia atómica, apesar de ter sido contra seu desenvolvimento como arma de destruição em massa.
Nos seus últimos anos, a sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na história, e na cultura popular, Einstein tornou-se um sinónimo de alguém com uma grande inteligência e um grande génio.
Foi um dos maiores génios da Física, tendo o
seu QI estimado em cerca de 240.


(José Amaral)

domingo, 11 de março de 2007

Diário de Anne Frank

Terça-feira, 11 de Abril de 1944


Querida Kitty:


Sinto como que marteladas na cabeça! Nem sei por onde começar. Sexta-feira (Sexta-feira Santa) à tarde, e no sábado também, fizemos vários jogos. Esses dias passaram-se sem novidade e bastante depressa. No domingo pedi ao Peter que viesse aqui e mais tarde subimos e ficámos lá em cima até às seis horas. Das seis e quinze até às sete horas ouvimos um belo concerto de música de Mozart; do que mais gostei foi da «K'eine Nachtmusik». Não consigo escutar bem quando há muita gente à minha volta, porque a boa música comove-me profundamente.

(…) As nove e meia o Peter bateu à porta e pediu ao pai que subisse para lhe ensinar uma frase inglesa muito complicada.

- Aqui há gato - disse eu à Margot. - Ele não está a dizer a verdade.

E tinha razão. Havia ladrões no armazém. Com rapidez, o pai, o Peter, o sr. van Daan e o Dussel desceram. A mãe, a Margot, a srª van Daan e eu ficamos à espera. Quatro mulheres cheias de medo não podem fazer outra coisa senão porem-se a falar. Assim fizemos. De repente, ouvimos, lá em baixo, uma pancada forte. Depois, silêncio. O relógio deu dez menos um quarto. Estávamos lívidas, muito quietas e cheias de medo. Que foi feito dos homens? O que é que significava aquela pancada? Haverá luta entre eles e os ladrões? Dez horas. Passos na escada. Entra primeiro o pai, pálido e nervoso, depois o sr. van Daan.

- Fechem a luz. Subam sem fazer barulho. Deve vir a polícia.

Agora não havia tempo para medos. Fechámos a luz. Ainda peguei no meu casaquinho e subimos.


(excerto do “Diário de Anne Frank”)

Anne Frank

Anne Frank (de nome completo Anneliese marie Frank) nasceu em Frankfurt (Alemanha) em 12 de Junho de 1929. Faleceu em Bergen-Belsen no início de Março de 1945, após ter contraído tifo, com quinze anos. A irmã de Anne, Margot, tinha também falecido dias antes de tifo e de subnutrição. Anne era Judia e foi obrigada a viver escondida dos nazistas durante o Holocausto. Ela e a sua família, juntamente com mais quatro pessoas, viveram 25 meses, durante a Segunda Guerra Mundial, num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela, em Amsterdão, nos Países Baixos, denominado Anexo Secreto.

Enquanto vivia no Anexo Secreto, Anne escrevia no seu diário (que ganhou de presente de aniversário), que ela baptizou de Kitty. No seu Diário Anne escrevia o que sentia, pensava e o que fazia.

Ao fim de longos meses de silêncio e medo aterrorizante, acabou por ser denunciada aos nazistas e deportada para os campos de concentração nazistas. Anne Frank foi deportada inicialmente para Auschwitz, juntamente com os pais, a irmã e as outras pessoas com quem se refugiava na casa de Amsterdão (hoje casa-museu). Depois levaram-na para Bergen-Belsen, juntamente com a irmã, separando-a dos pais.

O seu diário, guardado durante a guerra por Miep Gies, foi publicado pela primeira vez em 1947. O diário está actualmente traduzido em 67 línguas e é um dos livros mais lidos do mundo.

Para saber mais sobre a vida de Anne Frank pode consultar:

http://www.starnews2001.com.br/anne-frank/anne-frank.html

http://www.annefrank.com/

http://www.annefrank.org/content.asp?pid=1&lid=2

(José Amaral)

quarta-feira, 7 de março de 2007

MULHER...


Hoje, 8 de Março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. É assim todos os anos. É um dia comemorativo para a celebração dos feitos alcançados pela mulher. A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi inicialmente proposta na viragem do século XX, durante o rápido processo de industrialização e expansão económica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. Em 1975, designado como o Ano Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas começou a patrocinar o Dia Internacional da Mulher.

A mulher sempre foi fundamental na sociedade. É ela que transporta em seu seio novos seres e que os dá à luz. Ela é fonte inspiradora de pintores, poetas, cantores…Assim foi com Tom Jobim e Vinicius de Morais se inspiraram para criar uma das canções mais traulitadas em todo o mundo. A versão definitiva (pois nem Vinicius nem Tom gostaram da letra da canção) foi feita mais tarde por Vinicius, inspirado numa moça – Helô Pinheiro – que passava frequentemente em frente ao Bar Veloso (que hoje se chama Garota de Ipanema).


“Garota de Ipanema”

(Composição: Tom Jobim e Vinícius de Morais)


Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça,
É ela a menina, que vem e que passa,
Num doce balanço, a caminho do mar.
Moça do corpo dourado do sol de Ipanema,
O seu balançado é mais que um poema,
É a coisa mais linda que já vi passar.

Ah, Por que estou tão sozinho.
Ah, Por que tudo é tão triste?
Ah, A beleza que existe,
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha.

Ah, Se ela soubesse

Que, quando ela passa,
O mundo sorrindo se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.


Ah, Por que estou tão sozinho.
Ah, Por que tudo é tão triste?
Ah, A beleza que existe,
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha.

Ah, Se ela soubesse

Que, quando ela passa,
O mundo sorrindo se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.

Por causa do amor, por causa do amor…


(José Amaral)

terça-feira, 6 de março de 2007

incultos


A biblioteca da escola

deve sofrer de solidão!?

Está sempre vazia,

devota à ignorância

a que o Povo Português

se foi habituando.

Os livros poentos

e novos em folha

(reveladores

da pouca curiosidade)

não ajudando o mostrar

esta manquidão cultural

que grassa no país.


(in "Oráculo Luminar", José Amaral)

Semana da Leitura anima Escolas


A Semana da Leitura arrancou ontem, com dezenas de escolas da região a dinamizarem iniciativas lúdicas e de carácter pedagógico que envolvem a comunidade escolar. Incentivar o prazer de ler nos mais jovens e promover o encontro das obras com os seus leitores são alguns dos objectivos deste projecto desenvolvido pela Comissão do Plano Nacional de Leitura.
Os debates, os espectáculos, as dramatizações e os momentos de poesia são algumas das actividades realizadas pelas instituições e bibliotecas escolares.
A Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Infante D. Henrique, em Viseu, foi uma das que viveu um clima de "festa" durante o dia de ontem. Pais, encarregados de educação e familiares foram convidados a passar pelo estabelecimento de ensino, de modo a participarem nas iniciativas desenvolvidas pelos educandos.
"A adesão foi muito positiva", adiantou a coordenadora da Biblioteca, Ana Sousa, acrescentando que os visitantes receberam uma flor e um marcador de livros, com uma frase temática.
"O projecto da Semana da Leitura é uma continuação das iniciativas desenvolvidas ao longo do ano e visa fomentar este hábito enquanto actividade lúdica e de desenvolvimento de conhecimentos", explicou a bibliotecária, sem deixar de acrescentar que a acção se reveste de grande importância tendo em conta o problema da iliteracia em Portugal.

(excerto in “Diário Regional de Viseu” 06Mar07)


A Escola EB2,3 Padre João Rodrigues (Sede do Agrupamento Vertical de Escolas de Sernancelhe), também, está envolvida nesta actividade. Não penso que seja a solução para a falta de gosto pela leitura, mas sempre é uma ajuda.
A Biblioteca da escola vai, ao longo da semana, desenvolver várias actividades. Nas semanas antecedentes os alunos (2º, 3º Ciclo e dos Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos) fizeram cartazes alusivos, ilustraram textos (contos, poemas, anedotas…) e fizeram marcadores para livros. Os responsáveis pela biblioteca elaboraram um conjunto de actividades das quais se destaca: afixação na Biblioteca da Escola da lista de livros mais requisitados e leitores mais assíduos; ao longo da semana serão lidas Histórias, Contos, Poemas... nas aulas de Estudo Acompanhado e Língua Portuguesa, por forma a despertar o gosto pela leitura e também pela escrita e pela ilustração; presença de vários escritores (escritor/ilustrador Fernando Santos, escritor Carlos Paixão e o ilustrador Carlos Pais e o escritor José Amaral), leitura de contos adequados a diferentes níveis de ensino, pequena dramatização sobre a Guerra e a Paz (pelos alunos da Oficina de Teatro)…
Como dizia Mário Quintana: «Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem». Espero que os alunos adquiram gosto pela leitura, porque “Ler é um redobrado Prazer”.


(José Amaral)

sexta-feira, 2 de março de 2007

Mais um prémio para VGM

ofélia

é no vaivém da lua que naufraga

uma rosa nocturna assim perdendo

o lume e o perfume em que se apaga

o despegar das pétalas na vaga

vagarosa em que voga estremecendo,

com as grinaldas frouxas que inda traga,

ofélia entre nenúfares descendo,

vestida de palavras e morrendo.

(“Poemas com pessoas”, in “Poesia 1997/2000” de Vasco graça Moura*)


[* Vasco Graça Moura vencedor do prémio Vergílio Ferreira 2007. “Este prémio é muito importante, quer pelo prestígio da instituição que o criou, quer pelo nome de Vergílio Ferreira, representando um momento importante para mim”, disse Vasco Graça Moura.]


(José Amaral)

quinta-feira, 1 de março de 2007

"Manhã Submersa"


Vergílio Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916, em Melo – Concelho de Gouveia – e faleceu em 1996. Este escritor português, professor de formação, publicou inúmeras obras das quais se destacam: “Manhã Submersa”,Aparição” e “Mudança” (esta é a obra que marca a transição entre dois períodos literários: Neo-Realismo e Existencialismo). A sua vasta obra, muito influenciada pelo local onde nasceu com vista sobre a Serra da Estrela, geralmente está dividida em ficção (romance, conto), ensaio e diário.

O seu nome continua actualmente associado à literatura através da atribuição do Prémio Vergílio Ferreira. Em 1992, foi galardoado com o Prémio Camões.

Para saber mais vale a pena consultar este sítio:

http://www.rotadosescritores.org/

escritor_4.shtml


(José Amaral)