sexta-feira, 28 de julho de 2006

António Gedeão

Memórias inéditas nos 100 anos de Rómulo de Carvalho
Alfredo Cunha e Ana Vitória

O nome Rómulo de Carvalho talvez só diga alguma coisa aos académicos e a quem teve o privilégio de ter sido seu aluno ou de com ele privar como professor. Mas se falarmos em António Gedeão, o pseudónimo que o revelou no mundo das letras, já o assunto é familiar para um leque mais alargado de pessoas.
O homem que escreveu "Pedra Filosofal" foi o mesmo que se preocupou, nos anos 70, em divulgar noções básicas de física para o povo. Morreu em 1997. No próximo dia 24 de Novembro, data em que se assinala os 100 anos do seu nascimento, um grupo de amigos aproveita a oportunidade para realizar uma série de iniciativas com as quais pretende "recordar e manter viva na sociedade portuguesa a herança intelectual de Rómulo de Carvalho e do seu inseparável "amigo" António Gedeão".
Uma sessão solene no dia do aniversário, que terá como palco a Academia de Ciências de Lisboa, data em que também se assinala o Dia Nacional da Cultura Científica, instituído em 1996 pelo ministro da Ciência, Mariano Gago, a inauguração de uma exposição evocativa da sua obra científica, didáctica e poética, a inclusão de um conjunto de obras publicadas no âmbito do Plano Nacional de Leitura são apenas algumas das iniciativas previstas.
A exposição na BN assenta no espólio que, por decisão dos herdeiros, foi entregue à guarda desta instituição. Entre essa documentação, lembrou Natália Nunes de Carvalho, a viúva do homenageado, constam autênticas preciosidades. "Vivi com ele e não sei onde arranjava tempo para escrever aquilo tudo". Entre esses documentos contam-se uma colecção de 30 maços de papel que são o repositório de um aturado trabalho de investigação que Rómulo de Carvalho fez sobre as relações de Portugal com o estrangeiro. É um trabalho colossal que merecia ser publicado".
Rómulo de Carvalho costumava ainda fazer recortes de jornais e comentar as respectivas notícias. "Ele colava esses artigos num caderninho e, ao lado, escrevia os seus comentários sempre recheados de ironia e de um profundo sarcasmo. Abordava todos os aspectos da sociedade portuguesa ", adiantou a viúva.
O programa de comemorações tem o apoio, entre outras entidades já citadas, dos ministérios da Cultura, da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior e da Educação, da Fundação Calouste Gulbenkian, do Instituto Camões, da Biblioteca Nacional, e da Rádio e Televisão de Portugal.


in Jornal de Notícias (edição online) 28JUL06

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Citações

"Nossa existência é transitória como as nuvens do Outono. Observar o nascimento e a morte dos seres é como olhar os momentos da dança. A duração da vida é como o brilho de um relâmpago no céu, tal como uma torrente que se precipita montanha abaixo." (Buda)
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado para fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para faculdade. Você vai para o colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta para o útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando... E termina tudo com um óptimo orgasmo!!! Não seria perfeito?" (Charles Chaplin)
"Quando encontramos pessoas de valor, devemos pensar em como podemos ser iguais a elas. Quando, ao contrário, encontramos pessoas sem carácter, devemos nos voltar para o nosso interior e examinar o que se passa lá dentro." (Confúcio)
"Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo." (Mohandas Gandhi)
“Incomparáveis as virtudes do vinho. Puro ou terno como os homens e o seu coração. Com três copos conquistamos a felicidade. Mais três copos: temos o universo na mão” (Li Bai)
"Educai as crianças e não será preciso castigar os homens". (Pitágoras)

Piratas


«Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto»
O actor Johnny Depp protagoniza a segunda parte da odisseia de Os Piratas das Caraíbas em «Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto».

O mistério toma conta da embarcação de um pirata muito famoso. Um cofre misterioso incute ainda mais adrenalina à história…

Ficha técnica:
Titulo:« Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto »Título original:« Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest»Realização: Gore Verbinski Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Stellan Skarsgard, Bill Nighy, Jack Davenport, Kevin R.McNally, Jonathan Pryce Género: AventuraOrigem: EUA Ano:2006Duração: 150 minutos


Eis um belo filme para este Verão. Uma história bem urdida (no seguimento do primeiro filme) e com boas interpretações. Jonnhy Depp volta a estar em bom plano; arrisca-se (não só por este) a receber um Óscar da Academia (penso que já o justifica). Merece a pena ver estes piratas. Nota bem positiva para este filme de aventura.

Arquivo histórico


Maior arquivo nazi do mundo foi hoje aberto ao público


O maior arquivo nazi do mundo, com informação sobre 17,5 milhões de vítimas do Holocausto, foi hoje aberto ao público.

Trata-se do Serviço Internacional de Busca de Bad Arolsen (Alemanha), um arquivo onde milhões de europeus que desconheciam o destino dos seus familiares puderam encontrar pistas sobre o seu paradeiro desde que foi criado, em 1943.
Esta quarta-feira, a comissão de 11 países que dirige o serviço, administrado pela Cruz Vermelha e financiado pela Alemanha, anunciou a sua abertura definitiva ao público.
O acordo assinado hoje permitirá fazer cópias dos documentos e distribuí-las por todos os países membros da comissão, que, por sua vez, as tornará acessíveis aos investigadores. Os países em questão são: Israel, EUA, França, Reino Unido, Bélgica, Grécia, Luxemburgo, Holanda, Itália, Polónia e Alemanha.

in Diário Digital (edição online) 26JUL2006

sábado, 22 de julho de 2006

Destino? Fado?


destinos

A dulcíssima manhã acordara,

na alegre vida

de uma misérrima anciã.

Empunhava um dúctil adufe,

qual favo de mel,

donde escorria uma melíflua melodia.

Tocava em seu adufe,

como quem bate na alma,

um som ritmado

que convidava a morte

- essa sonsa -

a oscular-lhe a face.

Aquele adufe,

o seu,

empalmado parecia uma arma de arremesso,

pronto para o prélio.

Uma voz esganiçada

a golpes de adaga,

mas apurada pela idade,

vinda do fundo

da pecaminosa alma

entoava uma melodia

de um dulçor tamanho,

capaz de nos metamorfosear

em nefelibatas.

O enigmático poema,

em castelhano,

era desconhecido:

«... una mañana en que llovia,

una chica con pasado de mujer,

que tenia, como Diós, en las manos

el destino del mundo...».

A vivacidade do adufe

contrastava com a negritude

das paupérrimas vestes;

a seu lado,

barba intonsa,

cajado na mão,

seu úbere homem;

parecia guardar

o “rebanho” de filhos,

descalços e ranhosos,

mas alegres por verem

que a sua mãe

começava a ganhar

o prélio travado

entre ela e o adufe,

entre a letra e a melodia.

As pancadas suavemente fortes

ecoavam por montes e vales

anunciando,

aos quatro cantos do mundo,

que aquela “mujer” de idade provecta,

cansada da vida,

estava, apenas, à espera

... da morte.

in Oráculo Luminar, José Amaral

Cidade ou campo?


CidampO

Um crepuscular fim de tarde,

rubicundo,

fez-me deixar os montes citadinos

despidos de gentes

e correr para as campestres ruas

amontoadas daquelas.

Procuro no bulício calmo

do campo,

a acalmia turbulenta

que acotovelei na cidade.

O roncar monocórdico dos tractores

da pequena cidade

recorda-me o infernal trânsito

do grande campo.

Os pássaros da cidade

presos em gaiolas de ar livre,

contrastando com os do campo,

livres em outras de betão.

Na cidade não conseguia ter

um momento de descanso,

poisque são tantos

os sons

os cheiros

as cores,

que me fazem sentir

...no Paraíso.

Tampouco, no campo consigo ter

um momento de turbulência,

poisque são tantos

o barulho

o fedor

a monocromia,

que me fazem sentir

...no Inferno.

Serei assi tão afortunado

por viver no campo

- fisicamente -

e na cidade

- mentalmente -

ou amaldiçoado,

p’lo contrário

in Poder da Díctamo, José Amaral

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Parabéns

Educação
Júri nacional de exames assume erros no site das provas do secundário realizadas em 2005

20.07.2006 - 13h52

O júri nacional de exames (JNE) retirou hoje do seu "site" o relatório que elaborou sobre os exames do secundário do ano passado porque o documento continha erros nos valores das médias, tal como noticia hoje o PÚBLICO, pelos quais pediu desculpa. O PÚBLICO de hoje dá conta que o relatório final do JNE sobre as provas do secundário realizadas em 2005 disponível na Internet desde Novembro do ano passado contém médias erradas e colunas com títulos trocados.
A presidente do JNE, Elvira Reste Florindo, disse hoje à Lusa que "em alguns quadros do relatório as notas de 2005 foram trocadas pelas notas de 2004" e que a entidade a que preside "assume o lapso".
"A presidência do JNE assume que ocorreram efectivamente algumas trocas de valores de médias de classificações no Relatório Final dos Exames Nacionais dos Ensinos Básico e Secundário, publicado em Novembro de 2005. Pelo lapso, [o JNE] pede desculpa aos eventuais lesados", indica uma nota da entidade enviada anteriormente à Lusa.
Devido a estas discrepâncias "agora detectadas", o documento foi hoje retirado da página de Internet e o JNE está a proceder às rectificações para que o documento corrigido esteja online "o mais tardar até sexta-feira", disse Elvira Florindo.
As dúvidas forma suscitadas por dois professores de Esposende e levaram o Ministério da Educação a detectar as falhas no documento.
Os dois professores compararam - no dia em que foram divulgados os resultados dos exames do secundário deste ano - médias nacionais difundidas pela comunicação social com as notas de 2005 no relatório do júri nacional.
O documento indica que no caso da Química a média da 1ª fase tinha sido de 9,6 valores mas, quando os dados foram tornados públicos este ano referiam uma classificação de 10,9 valores.
De acordo com o jornal, os professores Ana Paula Correia e José Ribeiro não conseguiam perceber por que razão a tutela dizia que a descida tinha sido assim tão significativa.
Sabiam que a média deste ano se tinha ficado pelos 7,7 valores e, quando iam comparar com os dados da página oficial do júri nacional, não encontravam os 9,9 valores publicados nos jornais mas sim 8,3 - o que representaria então uma descida pouco significativa.
A presidente do JNE ressalvou no entanto que em Julho do ano passado, meses antes da divulgação do relatório com os erros, o JNE enviou a informação correcta sobre os exames à comunicação social.
Por outro lado, Elvira Reste Florindo afirmou que no seu relatório de Novembro o JNE fez a análise a apenas 21 disciplinas e que as estatísticas relativas a todas as 44 disciplinas em exame no ano passado foram divulgadas correctamente na secção "Estatísticas" em Dezembro.
"Esta é uma listagem completa dos resultados dos exames nacionais do secundário de 2005 (à) os quais podem ser utilizados para qualquer estudo tido por conveniente", esclarece por outro lado a mesma nota.

in Publico (edição online)

Pois, pois se fossem os “desgraçados” dos professores vinha logo a Srª Ministra dizer que os professores são os culpados do insucesso. E agora Srª Ministra, não diz nada? Ou será que basta dizer (citando Elvira Reste Florindo) que se “assume o lapso”. Pasme-se LAPSO.
Ah, Educação continua assim que vais bem!!!

Prémio APE/CTT


Com o livro "Esta voz é quase o vento"Poesia: José Agostinho Baptista recebe Grande Prémio APE/CTT 2004
19.07.2006 - 20h28 Lusa

José Agostinho Baptista recebeu hoje o Grande Prémio de Poesia APE/CTT 2004, pelo livro "Esta voz é quase o vento". O poeta madeirense considera que esta obra é "mais etérea, mais leve, menos dorida" e talvez "mais acessível" do que as anteriores.
A cerimónia decorreu no auditório da sede dos CTT, em Lisboa.
O prémio, instituído em 1989, destina-se a distinguir anualmente um livro de um autor português publicado integralmente e em primeira edição no ano a que respeita o concurso, não sendo admitidas obras póstumas.
Na edição de 2004, o galardão, no valor de cinco mil euros, foi atribuído a José Agostinho Baptista por maioria de um júri composto por António Osório, Maria Andresen, Nuno Júdice, José Viale Moutinho, Paula Costa e pelo presidente da APE, José Manuel Mendes, que o classificou como "um júri extremamente livre" que distinguiu "um grande poeta português".
José Agostinho Baptista agradeceu o prémio "a todos aqueles que nunca deixaram de acreditar" nele.
"Penso que este prémio é sobretudo pelo conjunto de uma obra e não propriamente por um livro, porque comecei a publicar há 30 anos e só agora é que o recebi. Fico contente. Diz-se que mais vale tarde do que nunca e será isso. Resta-me agradecer a quem acreditou em mim".
Comentando a apresentação feita na cerimónia de entrega do galardão pela porta-voz do júri, Paula Costa, que descreveu a sua obra como uma "mitologia da insularidade" e fez um resumo das referências e do percurso da sua poesia, o autor declarou-se comovido. "Comovi-me com as palavras que ouvi sobre a minha poesia, não sabia que era assim".
"A certa altura fiquei comovido porque acho que [Paula Costa] tocou nos pontos mais sensíveis desta poesia que, no fundo, é tão biográfica que às vezes ainda dói", insistiu. "[Qualquer análise] é sempre especulativa, porque a poesia é tão subjectiva que permite essa especulação, mas normalmente acertam ou então dão-me a descobrir aspectos que eu próprio não tinha visto. Sou um péssimo leitor dos meus próprios livros. Abrem-me algumas portas e eu não posso dizer que não têm razão. Às vezes, as análises são até contraditórias, díspares. Só me resta aceitar isso".
José Agostinho Baptista, nascido no Funchal a 15 de Agosto de 1948, começou a publicar em 1976, com "Deste lado onde", sendo a obra premiada o seu penúltimo título, anterior a "Quatro luas", editado este ano.
Entre os poetas distinguidos em edições anteriores com o Grande Prémio APE/CTT, figuram nomes como Eugénio de Andrade, Manuel Alegre, Egito Gonçalves, Natália Correia, António Ramos Rosa, Fiama Hasse Pais Brandão, Gastão Cruz, Manuel Gusmão e Manuel António Pina.

in Público (edição online)

Raul Cortez morreu

Vítima de cancro Actor brasileiro
Raul Cortez morreu aos 73 anos

19.07.2006 - 08h28 Lusa

O actor brasileiro Raul Cortez morreu ontem, em São Paulo, vítima de cancro no aparelho digestivo, anunciaram fontes hospitalares.
O actor, que estava hospitalizado desde o dia 30 de Junho, morreu na sequência de "complicações relacionadas com um cancro na região abdominal", segundo um comunicado do hospital.O velório decorre a partir de hoje no Teatro Municipal de São Paulo, e o seu corpo será cremado, de acordo com o seu desejo, informou o hospital.Um dos mais conhecidos actores brasileiros, Raul Cortez iniciou a sua actividade na televisão brasileira em 1955, tendo participado desde então em muitas telenovelas.A última participação foi na telenovela "Senhora do Destino" (2004) , onde interpretou o personagem Barão de Bonsucesso. Neste ano, a actor participou na série especial exibida pela Rede Globo de Televisão "JK", sobre a vida do antigo Presidente Juscelino Kubitschek


in "Público" (edição "online")

domingo, 16 de julho de 2006

Coragem e Sensatez

Fizeram chegar à minha caixa de correio electrónico uma carta à Ministra da Educação - provavelmente muitos outros já receberam - que passo a publicar no meu blog, por achar que é uma carta "corajosa" e com a qual eu concordo grandemente.

Carta à Ministra da Educação

Minha Cara Maria de Lurdes Reis Rodrigues

Nos tempos que correm, você é, digamos, a face visível do meu patrão, o Ministério da Educação. Não me sinto, porém, "seu" empregado; sinto-me seu igual. Sou também, como você, professor (há mais de duas décadas), tenho, de vida, alguns anos a mais do que você (para infelicidade minha), escrevo e publico poesia (e sempre gostei de partilhar poesia com os meus alunos, apesar de não ser professor de Português ou de Língua Portuguesa) e, talvez diferentemente de você, quando entrei para a Faculdade, não planeava ser professor, mas jurista. E, antes de ter optado por ser professor, fiz outras coisas na vida: fui tradutor, fui assessor jurídico, fui advogado, fui jornalista, fui gestor comercial. E tenho três filhos, dois dos quais estão ainda no ensino básico e em escolas "públicas", quero dizer, escolas "do Estado". Tenho pensado, escrito e publicado "alguma coisa" sobre educação, currículo que, infelizmente, não lhe reconheço. Não sei, por isso, francamente, entre nós, quem terá mais autoridade para falar de educação e de ensino. Claro: você é a Ministra da Educação: tem autoridade política. Mas não era desta "autoridade" (circunstancial) que eu falava. Referia-me a outra: aquela que decorre da reflexão, da experiência e do interesse (não profissional,corporativo ou político, mas "civilizacional"). Tenho, diante dos meus olhos, um Despacho assinado por si, datado de 7 de Junho (ou seja, de anteontem). Está para publicação no Diário da República. Estabelece (transcrevo-o) " regras e princípios orientadores a observar, em cada ano lectivo, na elaboração do horário semanal de trabalho do pessoal docente" (...), "bem como na distribuição do serviço docente correspondente". Define ainda " orientações a observar na programação e execução das actividades educativas que se mostrem necessárias à plena ocupação dos alunos dosensinos básico e secundário durante o período de permanência no estabelecimento escolar". Não quero discutir consigo o conteúdo do Despacho. É, simplesmente, mais um Despacho, uma fórmula legislativa que os episódicos governantes deste pobre país gostam muito de usar para dar a entender (coitados!) que sabem e que podem. Não leve a mal que a desiluda: de Despachos Ministeriais (bem ou mal intencionados) está o inferno (e Portugal) cheio. Em mais de duas décadas, não sei de nenhum Despacho que tenha, efectivamente, contribuído para mudar a qualidade das aprendizagens dos nossos alunos (quero dizer: dos nossos filhos). Você sabe tão bem quanto eu: precisamos de professores qualificados, profissionalmente autónomos e responsáveis e motivados. Mas não acredite que os crie por Despacho. E com Despachos como este, e com todas as declarações que tem vindo a fazer sobre os professores (e não discuto sequer se com razão ou sem ela), só tem conseguido, liminarmente, uma coisa: humilhar e desmotivar os professores em geral, os competentes e todos os outros. Escolheu, imprudentemente, o caminho errado. Porque você ainda não percebeu que não basta ter autoridade política para "mandar" e para "mudar". É preciso suscitar a paixão, o entusiasmo, a clarividência, o pundonor. E, nesta arte, você tem-se revelado, lamento muito escrevê- lo, completamente incompetente. Conseguiu apenas fazer-se odiar (pelas melhores e pelas piores razões). Não vejo, sinceramente, como o ódio que, actualmente, os professores lhe devotam poderá contribuir para a felicidade dos meus filhos. Lamento muito (repito) escrever isto, porque até comecei por simpatizar consigo. Continuo a considerá-la uma pessoa bem intencionada. Mas, porventura mal aconselhada, errou o método e o alvo. E agora já é muito tarde para voltar atrás e reganhar a confiança daqueles que deveriam ser os seus principais aliados. Com toda a franqueza e com toda a frontalidade, entre colegas, permita-me que lhe diga: acho que deveria demitir-se e dar o lugar a outro. Talvez ao António Nóvoa, agora o seu Reitor, se ele estivesse disponível para colar os cacos que deixou (infelizmente, não acredito que quisesse). Pena que, em devido tempo, não se tivesse aconselhado com ele...

Ademar Santos

sábado, 15 de julho de 2006

Não abondenemos os nossos Amigos.

Não ao Abandono…

Nesta altura do ano, as férias grandes, é frequente verem-se muitos animais (sobretudo cães) abandonados. Os seus donos para poderem usufruir de férias sem encargos e preocupações acham que a solução é abandonar os animais. Não, não é solução! É necessário corrigir este erro crasso. Há muitos locais onde se podem deixar os animais. Ao abandonar um animal só estamos a arranjar novos problemas e a dar, muitas das vezes, mais trabalho aos canis já de si “cheios” por causa da incúria humana.
As preocupações dos canis avolumam-se nesta altura do ano. Há sempre novos “clientes” e as ajudas não se alteram, mantêm-se as mesmas.
Há algum tempo fiz referência à Aanifeira (
http://aanifeira.blogspot.com/ e http://canilmunicipaldafeira.blogspot.com/) sobre uma campanha de angariação de fundos – venda de t-shirts – e agora volto a fazê-lo para sensibilizar os leitores para a necessidade de adopção de cães.
Deixo também um novo endereço (
http://www.sosanimal.com/aanifeira//) do site SOS Animal – Aanifeira onde podemos encontrar mais informações.

Passo a reproduzir um e-mail que me fizeram chegar para podermos constatar até que ponto os humanos se tornam tão desumanos.

VAMOS AJUDAR ESTE MENINO, A SAIR DESTE PESADELO!
JUNTOS PODEMOS FAZER A DIFERENÇA! PASSE A FRENTE ESTE E-MAIL. QUEM SABE NÃO ACHAMOS UNS BONS DONOS PARA ESTE MENINÃO?
MUITO OBRIGADA!

" O destino dos animais é muito mais importante para mim do que o medo de parecer ridículo" - Émile Zola

Amigos: tive conhecimento da história do Lutti, bem triste, à qual não pude de forma alguma ficar indiferente. O Lutti precisa urgentemente de arranjar uma família temporária ou ainda melhor, um dono. Precisa de esquecer todo o sofrimento pelo qual já passou. Por favor passem este apelo a todos os vossos contactos, na esperança de, quem sabe, o Lutti arranjar um doninho. Ele está na zona do Porto, mas que a distância não seja um impedimento para a sua adopção. Tudo faremos para arranjar uma boleia que o leve a uma nova vida, um novo LAR. O Lutti foi encontrado atado a uma árvore completamente espancado e cortado no meio do monte, sem água nem comida, bastante magro e neste estado... Arranjei uma solução temporária num terreno que foi cedido por uma amiga mas que ainda não tem qualquer tipo de estruturas.... e não poderá ficar ali por muito mais tempo.... É de porte grande, é novo, não tem mais de 2 anos e depois de recuperado vai ficar UM LINDO MENINO DE OLHOS AZUIS. É muito meigo e até o ladrar dele é baixinho e de desespero. Vamos ajudar o Lutti a esquecer tudo pelo que passou! Uma família, um dono, qualquer ajuda será bem-vinda.

CONTACTOS: Ana (912290514) ou
anna_alm20@hotmail.com

Obrigado

Atenção Redobrada

Madeira tem o maior índice de ultravioletas
Onda de calor exige cuidados redobrados


A onda de calor que assola o país preocupa os especialistas que recordam os perigos de uma exposição solar descuidada. Ao mesmo tempo, o Instituto de Meteorologia prevê que a Madeira seja a região a registar o maior índice de raios ultravioletas.

Segundo fonte do IM, esta é "uma previsão até à próxima quarta-feira" e trata-se de "uma situação perfeitamente normal para a Madeira em termos de previsão devido à sua posição geográfica de latitude baixa".De acordo com a directora regional de Saúde Pública, Isabel Lencastre, em declarações à agência Lusa, este serviço tem desencadeado campanhas de alerta nos últimos anos sobre os cuidados a tomar nesta época de calor, nomeadamente através da distribuição de material de apoio.Cuidados a terPara evitar a exposição aos raios ultravioletas recomenda-se a utilização de óculos de sol nas crianças. Os especialistas alertam para a necessidade dos pais protegerem os filhos. A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia faz igual alerta explicando que as radiações podem prejudicar gravemente a visão.Por sua vez os dermatologistas aconselham uma exposição moderada ao sol, a utilização de óculos e chapéus-de-sol, o uso de protector solar e evitar o mais possível as horas de maior calor (entre as 12h00 e as 17h00). A prevenção é o melhor remédio para travar males maiores.As doenças de pele são uma das consequências do Verão. Sol a mais pode provocar o pior dos cancros da pele: o melanoma. Apesar das inúmeras campanhas de prevenção, a incidência do melanoma tem vindo a aumentar. Em Portugal estima-se que todos os anos surjam 800 novos casos. O cancro de pele pode começar num sinal, que se vai alterando, mudando de cor, tamanho e forma. É por isso importante estar atento. Outras recomendações importantes são a utilização de roupas claras, cobertura para a cabeça e refeições ligeiras. Nesta altura também não se deve ingerir bebidas açucaradas nem alcoólicas.


in Sic-Notícias (edição online) 15JUL06

Filme de Animação

Pular a Cerca
De: Tim Johnson, Karey Kirkpatrick Com: Bruce Willis (Voz), Nick Nolte (Voz), Avril Lavigne (Voz)Outros dados: EUA, 2006, Cores, 83 min.

Resumo:Com a chegada da Primavera, a tartaruga Verne e os seus amigos acordam do seu sono de Inverno e descobrem que foi construída uma cerca enorme no meio do seu habitat natural. É então que aparece RJ, um guaxinim oportunista, que tenta convencê-los que a vida do outro lado da cerca é muito melhor, pois vivem lá "humanos" que só pensam em comer.

Já tive a oportunidade de ver este filme (com o meu filho) e merece-me uma nota bastante positiva. É um filme interessante, com piadas bem conseguidas, muito movimentado e com uma mensagem actualíssima.

Rembrandt


Rembrandt nasceu há 400 anos

A 15 de Julho de 1606, nascia o pintor e gravador Rembrandt, Harmenszoon van Rijn, em Leindn, na Holanda. Rembrandt é o autor de «Tobias», «O Samaritano», «Ronda Nocturna», entre outros quadros.
Figura maior da pintura europeia, expoente do Barroco, Rembrandt encontra-se exposto em Portugal, na colecção permanente do Museu Gulbenkian, em Lisboa, com a «Figura de Velho», óleo de 1645, e «Pallas Athena», quadro mais tardio, concluído poucos anos da morte do pintor, entre 1664-65. Rembrandt morreu a 04 de Outubro de 1669, em Amsterdão.

in Diário Digital / Lusa (edição online) 15JUL2006

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Mais do mesmo

Exames 9ºano: 64% dos alunos tiveram negativa a Matemática

Seis em cada dez alunos do 9º ano tiveram negativa no exame nacional de Matemática, apesar da média de notas ter subido ligeiramente em relação ao ano passado, segundo dados do Ministério da Educação.

Dos 92.217 estudantes que realizaram a prova na primeira chamada, 64% tiveram nota negativa, com um ou dois valores (numa escala de um a cinco), enquanto os restantes 36% alcançaram uma nota positiva.

De acordo com os dados, 13% (11.988) tiveram a nota mais baixa da escala, enquanto só 2% (1.844) atingiram o valor máximo.

No total, a média de notas ficou-se pelos 2.4 (o mesmo que 48%), o que representa uma ligeira subida relativamente aos 2.2 (ou 44%) registados em 2005, ano em que cerca de 70% «chumbaram» no exame.

Já na prova de Língua Portuguesa, os alunos conseguiram melhores resultados, tendo alcançado nota positiva 54% dos 92.144 que fizeram o exame na primeira chamada.

No entanto, ao contrário do que aconteceu na Matemática, o número de alunos com positiva desceu significativamente em relação ao ano passado, quando 77% dos estudantes «passaram» na prova.

A média de notas também diminuiu, passando de 3.0 (ou 60%) para 2.6 (52%).

Os exames nacionais do 9º ano, cujos resultados foram hoje afixados nas escolas, são obrigatórios para a conclusão do ensino básico e valem apenas 30% para a classificação final dos estudantes.

Por isso, e apesar dos resultados maioritariamente negativos no exame de Matemática, 68% dos alunos conseguiram passar à disciplina, obtendo uma nota positiva no final do ano.

No caso da Língua Portuguesa, 87% dos alunos concluíram a disciplina com uma avaliação final positiva.

Nos dois exames, os resultados alcançados pelos alunos externos (que se autopropuseram a exame, depois de terem chumbado) são claramente piores do que os dos alunos internos.

A Matemática, 95% dos 4.060 alunos externos tiveram negativa, o mesmo acontecendo com 80% dos 4.119 que se autopropuseram ao exame de Língua Portuguesa.

in Diário Digital / Lusa (edição online) 12JUL2006

terça-feira, 11 de julho de 2006

Paredes

Paredes, Carlos (1925 – 2004)

Carlos Paredes nasceu em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925. É o mais conhecido guitarrista português. Também é compositor. Filho de Artur Paredes é um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa. Há quem lhe chame “O homem dos mil dedos”.

Carlos Paredes começou a tocar com a idade de quatro anos com o pai e começou a sua carreira aos onze. No final dos anos 50 esteve preso por fazer oposição ao regime ditatorial que vigorava em Portugal. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco, (de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça). Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo "Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!" Quando os presos políticos foram libertados, eram vistos como heróis, ele sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo, sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar dizia "Que havia pessoas, que sofreram mais do que ele!".

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 devido a uma falha renal.

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Carlos Paredes foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

Bergman

Bergman, Ingmar (1918 -?)

Ernst Ingmar Bergman nasceu em Uppsala, a 14 de Julho de 1918. É um dramaturgo e cineasta sueco.

Estudou na Universidade de Estocolmo, onde se interessou por teatro, e mais tarde, por cinema. Iniciou a sua carreira em 1941, escrevendo a peça de teatro «Morte de Kasper» e, em 1944, escreveu o primeiro argumento para o filme «Hets». Realizou o primeiro filme em 1945, «Kris».

Os seus filmes lidam geralmente com questões existenciais como a mortalidade, solidão, e fé. As suas influências literárias vêm do teatro: Henrik Ibsen e August Strindberg. Foi casado com Liv Ullmann, com quem tem uma filha. Dirigiu a actriz em dez filmes, o primeiro foi Persona.

Da sua extensa filmografia destacam-se:

  • 2003 - Saraband (Cinema Digital)
  • 1982 - Fanny och Alexander (Fanny e Alexander)
  • 1974 - Trollflöjten (A flauta mágica )
  • 1973 - Scener ur ett Äktenskap (Cenas de um casamento)
  • 1972 - Viskningar och rop (Gritos e sussurros)
  • 1969 - En passion (A paixão de Ana)
  • 1968 - Skammen (Vergonha)
  • 1966 - Persona (Quando duas mulheres pecam)
  • 1957 - Smultronstallet (Morangos silvestres)
  • 1956 - Det sjunde inseglet (O sétimo selo)
  • 1954 - En lektion I kärlek (Uma lição de amor)
  • 1951 - Sommarlek (Juventude, divino tesouro)
  • 1948 - Hamnstad (Porto)
  • 1945 - Kris (Crise)

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Ingmar Bergman foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

Kahlo

Kahlo, Frida (1907 – 1954)

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, pintora mexicana,em Coyoacán. Era filha de um fotógrafo judeu-alemão e uma mestiça mexicana. nasceu a 6 de Julho de 1907

Em 1910 contrai poliomielite, sendo esta a primeira de uma série de enfermidades, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida.

Entre 1922 e 1925 frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelado. Em 1925 aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez; um acidente de autocarro nesse mesmo ano deixa-a com lesões permanentes. Durante sua longa convalescença começa a pintar.

Em 1928 conhece Diego Rivera (com quem casará no ano seguinte) e adere ao Partido Comunista Mexicano. Entre 1937 e 1939 Leon Trotski vive em sua casa de Coyoacan. Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreve para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declara mais tarde: "Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei meus sonhos. Pintei minha própria realidade".

Morre em Coyoacan em 13 de Julho de 1954. Quatro anos mais tarde, sua casa familiar transforma-se no Museu Frida Kahlo.

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Frida Kahlo foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

Erasmo

Roterdão, Erasmo de (1466 – 1536)

Desiderius Erasmus Roterodamus, conhecido como Erasmo de Roterdão ou Erasmo de Roterdã, nasceu provavelmente a 27 de Outubro de 1466 em Roterdão, em Geert Geertsen.

Era, quase de certeza, filho ilegítimo. A informação sobre a sua família e a sua juventude não é muito, contudo o próprio faz-lhes referências nos seus escritos. O pai era padre (Gerard) e da mãe (Margarete) pouco ou nada se sabe. Nessa altura a sua educação ficou a cargo de uma série de mosteiros, e foi uma educação exemplar, a melhor possível a um jovem do seu tempo. Realizou os votos monásticos aos 25 anos, mas nunca viveu como tal. Era um crítico da vida monástica e das características que julgava negativas na Igreja.

Frequentou o Collège Montaigu em Paris e continuou os seus estudos na Universidade de Paris, então o principal centro da escolástica, apesar da influência crescente do Renascimento da cultura clássica, que chegava de Itália. Erasmo optou por uma vida de académico independente, independente de país, independente de laços académicos, de lealdade religiosa, e de tudo que pudesse interferir com a sua liberdade intelectual e a sua expressão literária. Os principais centros da sua actividade foram Paris, Louvain, Inglaterra e Basiléia. No entanto, nunca pertenceu firmemente a nenhum destes sítios.

A sua residência em Louvain expôs Erasmo a muitas críticas mesquinhas por parte daqueles que eram hostis aos princípios do progresso literário e religioso aos quais ele devotava a vida. Ele interpretava esta falta de simpatia como uma perseguição e procurou refúgio em Basiléia, onde, sob abrigo de hospitalidade suíça, pôde expressar-se livremente e onde estava rodeado de amigos. Foi lá que ele esteve associado por muitos anos com o grande editor Froben, e aonde uma multidão de admiradores de (quase) todos os cantos da Europa o veio visitar. A produtividade literária de Erasmo começou relativamente tarde na sua vida. Apenas quando ele dominou o Latim é que começou a escrever sobre grandes temas contemporâneos em Literatura e em Religião.

A sua revolta contra as formas de vida da igreja não resultou tanto de dúvidas quanto à verdade da doutrina tradicional, nem de alguma hostilidade para com a organização da Igreja. Sentiu antes a necessidade de aplicar os seus conhecimentos na purificação da doutrina e na liberalização das instituições do cristianismo.

Ele publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516 - Novum Instrumentum omne, diligenter ab Erasmo Rot. Recognitum et Emendatum. A edição incluiu uma tradução em Latim e anotações. Baseou-se também em manuscritos adicionais recentemente descobertos.

Na segunda edição, o termo mais familiar "Testamentum" foi usado em vez de "Instrumentum". Esta edição foi usada pelos tradutores da versão da Bíblia do Rei Jaime I de Inglaterra. O texto ficou conhecido mais tarde como o textus receptus. Erasmo publicou mais três edições - 1522, 1527 e 1535. Foi a primeira tentativa por parte de um académico competente e liberal de averiguar aquilo que os escritores do Novo Testamento tinham efectivamente dito. Erasmo dedicou o seu trabalho ao Papa Leão X, como patrono da aprendizagem, e considerou o seu trabalho como o seu principal serviço à causa do Cristianismo.

O movimento de Martinho Lutero começou no ano seguinte à publicação do Novo Testamento, e foi um teste ao carácter de Erasmo. Erasmo tinha uma simpatia pelos pontos principais da crítica luterana à Igreja. Tinha um grande respeito pessoal por Martinho Lutero e Lutero sempre falava de Erasmo com reverência pelo seu conhecimento.

A sua obra mais conhecida, "Praise of Folly" ("Elogio da Loucura"), foi dedicada ao seu amigo Sir Thomas More. Em 1536 ele escreveu "De puritate ecclesiae christianae", na qual ele tentou reconciliar os diferentes partidos.

Erasmo retornou a Basiléia, a sua casa mais feliz, em 1535, após ausência de seis anos. Aí faleceu em 12 de Julho de 1536.

Aqui ficam, também, algumas citações de Erasmo de Roterdão:

  • "Rir de tudo é coisa de tontos, não rir de nada é coisa de estúpido."
  • "O amor recíproco entre quem aprende e quem ensina é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento."
  • "Não merece o doce quem não experimentou o amargo."
  • "A primeira fase do saber é amar os nossos professores."
  • "Os grandes escritores nunca foram feitos para suportar a lei dos gramáticos, mas sim para impor a sua."

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Erasmo de Roterdão foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

Modigliani


Modigliani, Amedeo (1884 – 1920)

Amedeo Clemente Modigliani nasceu na região da Toscana, em Livorno a 12 de Julho de 1884. Era o quarto filho, e último, de uma família judaica. Desde cedo começou a revelar interesse pela pintura (sempre incentivado pela mãe). Visitava com a progenitora museus de arte e matriculou-se como aluno no estúdio de Gugliemo Micheli.

Na infância sofreu de tifo, o que comprometeu a sua saúde para o resto da vida. Com esta doença – mais concretamente o tratamento – foi forçado a constantes viagens. Não foi um mal maior, já que pode estar em contacto com outras culturas. Este intercâmbio cultural viria a marcá-lo. Em 1906 mudou-se definitivamente para Paris.

Como outros pintores e artistas, viveu a experiência da extrema pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue, para Modigliani, uma exposição individual na galeria Weil. A exposição durou apenas um dia, pois se transformou num escândalo graças aos nus expostos na vitrine da galeria.

Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918. Na noite de 24 de Janeiro de 1920, aos 36 anos, Modigliani morre de tuberculose, agravada pelo consumo excessivo de álcool e drogas (haxixe). Foi sepultado no célebre Cemitério do Père-Lachaise.

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Amedeo Modigliani foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

Pausa Poética

RestolhO


Era noite.

Noite de breu medonho.

Acometia a nossa pequeneza.

Caminhávamos, passos periclitantes,

através dos atalhos dos campos.

Atravessámos um restolho.

A lua, alta, começou a vislumbrar-se,

e, foi quando, ao largo,

ressaltou o restolho,

negro, ao luar.

O trigo fora já cortado;

naquele campo – que outrora

fora um mar dourado –

apenas, e só, algumas espigas caídas

deixadas ao abandono,

prenhes de sementes,

esperando que alguma pobre viúva

as viesse recolher em seu regaço,

ou quiçá,

algum animal as transportasse

para servirem

de lauto sustento

aos seus rebentos.

Ao largo do restolho,

do lado direito,

árvores – penso que choupos,

quais guardiões –

demasiado esguias e esbeltas,

estrategicamente posicionadas,

guardavam o seu tesouro.

Os campos cheiravam

a rosmaninhos;

os grilos entoavam

uma melodia monocórdica

que se “espraiava”

ao longo do restolho.


De repente,

um pio, horripilante,

de um mocho

acordou a noite.

Fez-nos avivar o passo

e atravessar, quasi a correr...

...o restolho.

in Poder da Díctamo, José Amaral

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Justa Homenagem

Eugénio alvo de homenagem no Fundão

A Câmara do Fundão vai organizar, entre hoje e o próximo domingo, o "Encontro do Vento – Festival de Castelo Novo", iniciativa integrada no programa de animação das Aldeias Históricas.
O programa inclui um campo de férias para jovens, uma feira de produtos locais durante três dias e actividades ligadas à poesia e literatura.
Na próxima sexta-feira, o Agora Teatro apresenta três sessões dirigidas a infantários da peça "Túu Túu", um espectáculo de teatro poético, feito com objectos. O espectáculo volta a estar em cena no sábado. Ainda na sexta-feira, às 22 horas, o Teatro de Montemuro leva ao palco "O Regresso do Pepino", uma peça aberta ao público.
Um dos pontos altos do Encontro do Vento acontece no sábado, entre as 9 e as 13 horas, com montagem do Jardim do Vento. Trata-se de um espaço onde vão ficar instalados os objectos eólicos construídos pelos jovens que participam no campo de férias.
O campo de férias "O Vento das Pedras" decorre entre hoje e domingo, na casa paroquial de Castelo Novo e inclui ainda outras actividades, como observação de estrelas, um atelier de fotografia, actividades ligadas à geologia e botânica.
Serão também instalados no Jardim do Vento os instrumentos musicais eólicos realizados ao longo do ano lectivo por alunos de escolas do 2º e 3º ciclos do concelho do Fundão. No mesmo dia, vão funcionar oficinas de objectos eólicos e um atelier de instrumentos musicais eólicos.
No sábado, a poesia está em destaque com uma visita ao Jardim do Lugar da Casa, em Atalaia do Campo. O jardim inclui várias peças artísticas em homenagem a Eugénio de Andrade e foi criado ao lado da casa onde o poeta viveu a sua infância.
Seguem-se um café poético, já em Castelo Novo, e um recital no local da Lagariça, pelas 22 horas. Ali será feita a apresentação da antologia de poesia "Palavras de Vento e de Pedra", edição que reúne mais de 80 poetas portugueses e galegos.
No domingo, as actividades do Encontro do Vento encerram às 18 horas com o Grupo de Música de Câmara de oboé e fagote pela Escola Superior de Artes de Castelo Branco.
O meteorologista Costa Alves animará ainda um debate com jovens e crianças com o título "Conversas do Vento".

Alfredo Cunha in “Jornal de Notícias” (edição online)

domingo, 9 de julho de 2006

Caiu o Pano...



Itália - Campeã do Mundo






França - 2º Lugar (finalista vencido)






Alemanha - 3º Lugar






Portugal - 4º Lugar



Acabou hoje, um mês depois de ter tido início na Alemanha, o Campeonato do Mundo de Futebol 2006.
A Itália, após prolongamento, acabou por vencer a França em grandes penalidades. A partida acabou por ficar marcada pelo adeus de Zidane à selecção francesa, com uma expulsão (cartão vermelho directo após agressão a um adversário).
No cômputo geral a Itália acaba por ser uma justa vencedora.
Portugal acabou a prova num honroso 4º lugar depois de ter perdido, no jogo da atribuição do 3º/4º lugar, para a equipa da casa por três golos a um.
A selecção portuguesa conseguiu um bom resultado, elevando bem alto o nome do país.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Preocupação

Pyongyang diz ter poderio militar invencível

A Coreia do Norte afirmou hoje ter um poderio militar invencível, embora sem fazer qualquer referência ao lançamento esta madrugada de 10 mísseis, um dos quais de longo alcance e com capacidade para atingir os EUA.

«Continuaremos a nossa revolução à nossa própria maneira, de acordo com a nossa convicção, nesta situação complicada e conflituosa, já que temos um poderio militar invencível e revolucionário, mesmo para os imperialistas Estados Unidos», lê-se no jornal do Partido Comunista.

O artigo, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, exalta a política norte-coreana de dar prioridade ao desenvolvimento militar.

Normalmente, a imprensa oficial norte-coreana leva dias para comentar directamente os principais acontecimentos.

A Coreia do Norte realizou hoje um teste em que lançou pelo menos seis mísseis, incluindo um de longo alcance que pode atingir o Alasca.

O lançamento suscitou uma onda de fortes críticas internacionais, tendo já o Japão imposto sanções à Coreia do Norte. Entretanto, está prevista uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para analisar o ocorrido.

in Diário Digital (edição online) 05JUL2006

Aqui está uma notícia que nos deve preocupar muito…