sábado, 13 de maio de 2006

Os Coristas


Argumento

Adivinha-se mais do que se sabe que se trata de um maestro de alto gabarito. Está nos EUA, é francês e recebe uma chamada de casa. Parece que há problemas com a sua mãe; faleceu. Inicia-se então uma viagem no tempo, instigada pela leitura de um diário que lhe é entregue após o funeral.

O espectador é transportado até uma França pós-guerra, de finais dos anos 40. O local, um sinistro sanatório para rapazes pobres e abandonados. É ali, já se vê, que se encontram as origens deste grande músico. E em breve iremos saber mais. Tudo começou no dia em que chegou o novo funcionário, Clément Mathieu. Para os jovens, o cabeça de óbus, como lhe chamam devido à sua calvice, é apenas mais um inimigo e um alvo a abater. Mas os métodos de Clément Mathieu vão prender a atenção das crianças rapidamente, e, ao mesmo tempo, provocar a inimizade do austero director da instituição, Rachin.

Na realidade Mathieu é um músico, frustrado, como diz a certa altura Rachin, não sem a sua ponta de razão. Mas seja como for, a sua capacidade de ensino e o seu empenhamento vão transformar a matilha de desordeiros perigosos da instituição num apurado grupo coral. Os problemas diminuem a olhos vistos à medida que a música penetra as almas das crianças, mas Rachin não é sensível a estas questões e não se deixará embalar pela melodia trazida por Clément Mathieu ao seu lar.

Deverei reconhecer que parti para a visualização de Os Coristas com alguma contrariedade. Ciente do argumento base, pensava para com os meus botões se não estaria já demasiado vista a história das crianças dificeis amaciadas e regeneradas por um professor dedicado e talentoso. Estava mesmo desconfiado, e a motivação era nula. Terei que ser honesto: era uma visualização por obrigação, para poder escrever esta análise.

Felizmente, a secreta esperança de que a aclamação geral da obra, dividida entre público e crítica, tivesse como base uma motivação que permitisse ultrapassar a contrariedade da reutilização exaustiva do tema, veio a verificar-se. O filme é, por assim dizer, mesmo muito bom. E de onde vem tanta qualidade? Da capacidade de recrear ambientes, de conjugar em numa harmonia digna de uma receita secreta porções de drama e humor, de uma banda sonora de fazer arrepiar. Mais uma vez o cinema francês surpreende com a sua capacidade criativa, por paradoxal que possa parecer tendo em conta o nosso apontamento sobre a exaustão do tema. É que uma coisa é fazer remakes iguais a tantos outros remakes, ou sequelas quase invariavelmente mais chatas que as anteriores; e outra, completamente diferente, é pegar numa história que à partida parece gasta de tanto ser mexida, e conseguir, mesmo assim, sair a público com algo completamente novo.

Entre tantos apanágios, se me pedissem para escolher apenas um que me tivesse impressionado mais, eu apontaria a capacidade da equipa de produção para viajar no tempo e pespegar ali na tela uma França de finais dos anos 40, sem a menor das imperfeições. Muitas vezes, perante filmes da “escola” americana, me impaciento com buracos enormes na reprodução de momentos históricos, ao que alguns me respondem que são sacríficios necessários para que o filme funcione bem comercialmente. Vão dizer isso aos franceses, que fizeram de um Os Coristas historicamente irrepreensível, um sucesso de bilheteira inesquécivel. Mas o público americano é diferente? Pois é... pois é...


Este foi, nos últimos tempos, o filme que mais me agradou. É um filme bem idealizado, bem realizado e bem interpretado.
Nele podemos ver dois modos distintos de educar: rigor e acção ("acção/reacção") por parte do reitor Rachin, que por vezes exagera nesse rigor e castiga os não-culpados; Por outro lado o cinismo deste reitor, aliado à imagem de pedagogo competente (não passa de um graxista), mostra o quão inoportuno pode ser querer os méritos alheios.
Do outro lado da barricada, o peão Clément Mathieu não envereda por esse caminho calcorreado por Rachin. Procura levar os alunos à razão, pelo exemplo, sem nunca se chatear e dando-lhe sempre o benefício da dúvida. É também um filme comovente de tão humano.
A educação, e sempre a educação, vista de formas tão distintas. Muitos colocar-se-iam ao lado de Rachin, julgando que a força tudo resolveria. Outros defenderiam com unhas e dentes os métodos de Mathieu. Uns tantos, talvez o acusassem de ser brando demais. Porém, ninguém fica indiferente aos métodos utilizados quer por um quer pelo outro.

Um filme que vale a pena ser visto e revisto. Grava-se-nos na memória esta história e faz-nos pensar o quão problemático e difícil é ser um bom professor, um bom pedagogo.

7 comentários:

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