terça-feira, 31 de julho de 2007

Morango silvestre...

Morreu Bergman, o imortal
A mensagem que transmitiu, sempre através de personagens eloquentes mas terrivelmente solitários, foi a de uma alvorada sem redenção possível. "A minha necessidade é estar morto" - diz-se no interior gelado de "Morangos silvestres" (1957), uma das suas obras-primas. "Absolutamente, totalmente, morto". Exactos 50 anos depois, Ingmar Bergman, sueco, 89 anos, considerado por demasiados o maior cineasta de sempre, morreu.
A sua última aparição pública deu-se no início deste mês na habitual bruma da ilha de Faarö, que o abrigava no mar Báltico e que tantas vezes filmou. Foi uma imagem penosa Bergman, metido numa cadeira de rodas, inerte, silente, doente, muito, muito cansado, deu-se a ver brevemente na homenagem dos seus 50 anos de carreira.
"Ele partiu calma e docemente", disse ontem a sua filha Eva Bergman, que revelou a notícia à agência sueca TT sem precisar a razão da morte ou a data do óbito. Segundo o jornal sueco "Dagens Nyeter", o cineasta morreu ontem de manhã, por volta das seis horas. O local e data do funeral não foram ainda revelados.
Cineasta dos cineastas
Não é só a Suécia que o chora - é o mundo que vê cinema. "Bergman era o cineasta dos cineastas", disse o presidente da associação de realizadores americanos, Michael Apted, que achou a súmula para o novo vácuo "Ele era a encarnação do cineasta".
Criador de coisas magníficas, complexas, inteligentes, que marcaram a imaginação e que inspiraram outros no mundo inteiro - o português João Mário Grilo fala numa "nova capacidade de simular e de inventar, com uma dimensão onírica" -, Ingmar Bergman exorcizou em toda a sua obra uma infância traumática. O resultado foram diversas obras-primas que exploraram essencialmente a ansiedade sexual, a solidão e a imensa procura de um sentido para a vida.
"Acima de tudo houve sempre Bergman", disse Woody Allen quando o sueco fez 70 anos. "É, provavelmente, o maior artista de cinema desde a invenção da máquina de filmar". João Lopes, professor universitário, crítico de cinema e 'bergmaniano' confesso, resume o desaparecimento assim "Se pusermos as coisas de forma simples, é como se tivéssemos perdido o Mozart do cinema".
Numa carreira que teve um arco de meio século - 54 filmes, 126 produções de teatro e 39 peças para rádio -, Bergman não foi nunca um cineasta fácil, dedicando-se a temas como a praga ou a loucura, mas era a mais clamada personalidade escandinava. Filmes como o duelo relacional "Cenas da vida conjugal", o clássico crepuscular "Fanny e Alexander" (quatro Oscars, inclusive o de melhor filme estrangeiro) ou o derradeiro "Saraband", elevaram-no a mestre do cinema, emprestando à Suécia uma permanente reputação de melancolia.
Os historiadores e os críticos, que lhe louvam as técnicas inventivas no jogo de grandes planos e sombras com diálogos incisivos, agruparam as suas temáticas recorrentes repressão, culpa e castigo. Numa rara entrevista à agência Reuters, em 2001, o cineasta revelou que os seus demónios pessoais atormentaram-no e inpiraram-no durante toda a vida. "São inumeráveis os demónios, aparecem nas alturas mais inconvenientes para criar pânico e terror", disse. "Mas aprendi a controlar as forças negativas e a fazer delas uma vantagem artística".
Entre os muitos cineasta que ontem choravam, Szabo, August, Allen, Angelopoulos, foi Andrzej Vajda, polaco, que o definiu melhor "Ele deu-nos esperança porque nos fez acreditar que se quiséssemos dizer alguma coisa acerca de nós próprios, o mundo haveria de reparar em nós".

(in Jornal de Notícias, edição online 31AGO07)

domingo, 29 de julho de 2007

Poema

Escrevo diante da janela aberta.

Minha caneta é cor das venezianas:

Verde!... E que leves, lindas filigranas

Desenha o sol na página deserta!


Não sei que paisagista doidivanas

Mistura os tons... acerta... desacerta...

Sempre em busca de nova descoberta,

Vai colorindo as horas quotidianas...


Jogos da luz dançando na folhagem!

Do que eu ia escrever até me esqueço...

Pra que pensar? Também sou da paisagem...


Vago, solúvel no ar, fico sonhando...

E me transmuto... iriso-me... estremeço...

Nos leves dedos que me vão pintando!


(in A Rua dos Cataventos, Mário Quintana)



(Mário Quintana nasceu a 30 de Julho de 1906 em Alegrete. Poeta, escritor, jornalista e tradutor, Quintana morreu em Porto Alegre, a 5 de Maio de 1994).

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Filme


«Os Simpsons»
É necessária uma tela de cinema para capturar a estupidez do Homer Simpson (essencialmente), a ignorância dos americanos…
O filme "Os Simpsons" procura fazer isso!
Sou um fã da série que acho espectacular e com muito sentido de humor.
Ontem, tive a oportunidade de ir ver o mais ansiado filme de animação, baseado na série de televisão de sucesso. Não fiquei totalmente desiludido, mas confesso que prefiro a série. No filme há alguma violência desnecessária, contudo o humor mordaz mantém-se. Homer necessita salvar o mundo de uma catástrofe que ele próprio criou.

(José Amaral)

quarta-feira, 25 de julho de 2007


Alegre escreve «contra o medo»
O deputado socialista Manuel Alegre escreve hoje «contra o medo», referindo-se a «alguns casos ultimamente vindos a público» que têm em comum «a delação e a confusão entre lealdade e subserviência».
«O PS não pode auto-amordaçar-se», escreve o histórico do PS, afirmando que apesar de se tratar de «casos pontuais», são «inquietantes» e «ameaçam repetir-se».
Num artigo de opinião publicado no jornal Público no dia em que primeiro-ministro, José Sócrates, é entrevistado na SIC, o vice-presidente da Assembleia da República questiona «a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa» e diz que «há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE».
Alegre critica também algumas políticas do Governo de José Sócrates, como a «progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde», o «encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas», o Estatuto dos Jornalistas que configura «um risco para a liberdade de imprensa», o «precedente grave» do cruzamento de dados na função pública ou a «tendência privatizadora» em sectores como a electricidade, a água e o ensino superior.
«Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo, mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa», escreve, lamentando a falta de «alternativas à sua liderança», dentro do próprio PS, mas também no PSD.
Já no final de Junho Manuel Alegre considerara «desproporcionada» e «intolerante» a decisão do ministro da Saúde de exonerar uma directora de centro de saúde que se recusou a retirar um cartaz com críticas ao governante.
A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, foi exonerada pelo ministro da Saúde por não ter retirado um cartaz das instalações do centro contendo declarações de Correia de Campos «em termos jocosos».
O artigo de Manuel Alegre é agora publicado um dia depois de o Ministério da Educação anunciar o arquivamento do processo disciplinar instaurado pela direcção regional de Educação do Norte a Fernando Charrua devido a um comentário sobre o primeiro-ministro.
O caso insurgiu todos os partidos da oposição, que exigiram a demissão da directora regional do Norte, entretanto reconduzida no cargo, e acusaram o Governo de instalar um clima de perseguição política e delito de opinião.

(in Portugal Diário, edição online, 25JUL07)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Poema

VerãO


O dia clareou.

O Sol brilha intensamente,

os pássaros chilreiam,

as crianças, em brincadeiras animadas,

divertem-se.


Jogam à bola,

ao pião,

com o arco,

à apanhada,

à cabra-cega.


O Sol vai a pino,

o estio é cruel;

os raios de Sol

beijam-nos, viventes,

carinhosamente,

mas a canícula não perdoa.


É necessário procurar uma sombra,

uma cascata de água fresca.


Vem-me, então, à mente

o desejo de me deitar à sombra

de um amieiro, à beira-rio,

a pescar.


Sem camisa,

em calções,

refrescar-me-ia

e...

bendiria

o Sol “abensuado

deste Verão.


Alfim verão,

como é belo o Verão.


(in Poder da Díctamo, José Amaral)

sábado, 21 de julho de 2007

Hemingway, Ernest (1899-1961)


Ernest Hemingway, nasceu a 21 de Julho de 1899 perto de Chicago, em Oak Park.. Hemingway ficou famoso pelo seu estilo de vida aventureiro. É recorrente encontrar-se na sua obra referências às touradas em Espanha, à caça submarina em Cuba e aos safaris em África. Hemingway vivia fascinado pelo perigo e pela vida selvagem.Casou várias vezes e morou muitos anos em Cuba, tornando-se amigo de Fidel Castro. Em 1954, ganha o Prémio Nobel de Literatura.Da sua vasta Obra, destacam-se títulos como "O Sol Também se Levanta", "Adeus às Armas", "Por Quem os Sinos Dobram” e "O Velho e o Mar". Suicida-se com um tiro, assim como havia feito seu pai, a 2 de Julho de 1961, em Ketchum, Idaho, EUA.

O AD LITTERAM deixa aqui um pedacinho de “O Velho e o Mar”:
«Olhou para trás, e viu que não havia terra à vista. “Não tem importância, pensou. Posso sempre voltar guiado pelo clarão de Havana. Ainda há mais duas horas até o sol se pôr e talvez que ele venha ao cimo antes disso. Se não vier, talvez venha com a lua. Se também não vier, talvez venha com o nascer do sol. Não sinto cãibras e estou em forma. Quem tem o anzol na boca é ele. Mas que peixe, para puxar assim! Deve ter a boca cerrada no fio. Quem me dera vê-lo. Quem me dera vê-lo, ao menos uma vez, para saber com quem tenho de me haver”. O peixe não mudou de andamento nem de direcção essa noite, tanto quanto pelas estrelas o homem avaliava».

(José Amaral)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Foi há 38 anos...


A 20 de Julho de 1969, Neil Armstrong, Edwin “Buzz” Aldrin e Michael Collins, os tripulantes da missão Apollo 11, tiveram um lançamento perfeito da Terra. O seu destino era a Lua, um local chamado Mar da Tranquilidade.A Apollo 11 foi, assim, a primeira missão tripulada a aterrar na Lua. Esta missão era comandada pelo astronauta Neil Armstrong. Foi, assim, que Armstrong se tornou no primeiro ser humano a pisar no solo lunar. Ao pisar o solo lunar Neil Armstrong disse:“Este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.

(José Amaral)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mais uma sugestão de LEITURA

Com mais algum tempo livre, posso agora desfrutar do prazer da leitura. Assim, acabei de ler mais um livro de Haruki Murakami (já publiquei um post de um outro livro deste autor). “Kafka à beira-mar” (Casa das Letras, 589 pág.) é um livro “viciante”. Este epíteto atribuído pelo “Independent” confirma-se, apesar de as muitas páginas poderem assustar. A escrita de Murakami prende-nos e surpreende-nos. O livro lê-se com muito agrado e, no meu ponto de vista, é ainda melhor que o anterior que aqui publiquei (“À Procura do Carneiro Selvagem”).
Este Kafka relata-nos a história de Kafka Tamura, de quinze anos, que foge de casa. Arrasta-se sob o peso de uma profecia do pai (Tamura mataria o pai e dormiria com a mãe e com a irmã).
A outra história centra-se em Nakata, um idoso que nunca recupera de um acidente enquanto criança.
Estas duas histórias, paralelas, misturam-se com outras histórias criando um enredo que nos suscita curiosidade. Todas as histórias de uma forma ou outra estão interligadas. Todas elas existem em função umas das outras.
O AD LITTERAM transcreve aqui um excerto para estimular, ainda mais, a curiosidade:

«Ao despedirem-se, um deles diz que, aconteça o que acontecer, irá visitá-lo quando os crisântemos estiverem em flor. Mas antes que o primeiro consiga pôr-se em campo para cumprir a sua promessa, vê-se envolvido numa disputa entre clãs no seu terreno e acaba por ficar detido sem que lhe seja permitido escrever sequer uma carta. O Verão chega ao fim e vem o Outono, tempo dos crisântemos. O guerreiro vê-se impossibilitado de honrar a promessa que fez ao amigo. Para um guerreiro, nada é mais importante do que uma promessa. A honra é mais importante do que a própria vida. É assim que este guerreiro pratica haraquiri, transformando-se num espírito e empreendendo uma viagem para ir ter com o seu amigo. Sentam-se então os dois no meio dos crisântemos e dizem o que lhes vai na alma, e é assim que o espírito desaparece da face da Terra. É um conto maravilhoso».

(José Amaral)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Porque...


Porque


Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão.

Porque os outros têm medo mas tu não.


Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.


Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.


Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.


(in “No Tempo Dividido e Mar Novo”, Sophia Mello Breyner Andresen)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Outra Sugestão

Outro dia, na revista “Visão”, li uma breve entrevista onde era citado o livro A louca da Casa (170 pág.) de Rosa Montero. A entrevistada dizia-se maravilhada com o livro. Eu movido pela curiosidade, e porque tinha ficado extremamente agradado com a “História do Rei Transparente” da mesma autora, comprei o livro. Li-o em pouco tempo. Não me desiludiu, embora estivesse à espera de um outro registo. Porém, acabei por gostar de o ler já que o livro conta-nos muitas curiosidades, medos, dúvidas… dos escritores.O AD LITTERAM deixa aqui uma breve sinopse:

«Rosa Montero empreende uma viagem ao mais profundo do seu ser através de um jogo narrativo pleno de surpre-sas, onde literatura e vida se misturam num cocktail afrodisíaco de biografias alheias e de autobiografia romanceada. E assim descobrimos, por exemplo, que Goethe adulava os poderosos, que Tolstoi era um energúmeno, que Rosa, ela própria, em criança, se julgava anã, e que, com vinte e três anos, manteve um extravagante e arrebatador romance com um actor famoso. Todavia, não devemos fiar-nos por completo em tudo o que a autora conta sobre si mesma: as recordações não são sempre o que parecem. Um livro sobre a fantasia e os sonhos, a loucura e a paixão, os medos e as dúvidas dos escritores – mas, também, de cada um de nós –, A Louca da Casa é, sobretudo, a tórrida história de amor que existe entre Rosa Montero e a sua própria imaginação».

(José Amaral)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Sugestão de Leitura


Após alguns comentários em revista e jornais, e levado pela curiosidade, comprei o livro “Em busca do Carneiro Selvagem”, de Haruki Murakami. E em boa hora o fiz! A escrita deste autor, nascido no Japão (Quioto) em 1949, é extremamente cativante., Murakami escreve uma história “detectivesca” onde a realidade é palpável, dura e fria. Poderia ser a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica. Trata-se do relato de um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, e que se vê envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da História. Um carneiro sobrenatural...
É um livro que merece ser lido e que o AD LITTERAM aconselha vivamente. Se ainda não escolheu uma leitura para as suas férias, leia este excerto de “Em busca do Carneiro Selvagem” e decida. Vai ver que não se arrepende!


«Após quinze minutos de marcha, fomos dar a um riacho de águas límpidas, sobre o qual haviam construído uma sólida ponte feita de troncos de bétula e munida de uma balaustrada; mais adiante, via-se uma pequena clareira. Pousámos a bagagem e descemos até ao rio para matar a sede. Nunca tinha bebido uma água tão deliciosa. De sabor ligeiramente doce, com um agradável odor a terra, e tão fresca que fiquei com as mãos vermelhas».


Boa leitura!


(José Amaral)

domingo, 8 de julho de 2007

Salvemos o Planeta


Live Earth: 24 horas de música de Sydney ao Rio de Janeiro
O Live Earth, a maratona de música mundial por um mundo mais verde, terminou hoje no Brasil 24 horas depois de ter arrancado na Austrália, unindo sete continentes, oito cidades oficiais e os mais variados artistas à roda do planeta.
O evento oficial começou no sábado na cidade australiana de Sidney, às 10:00 horas locais (01:00 em Lisboa), com dança e música tradicional aborígene e com uma mensagem de boas-vindas do antigo vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o promotor do Live Earth.
No palco de Sidney estiveram também, entre outros, Jack Johnson, John Butler Trio ou os Crowded House.
O Japão dividiu o Live Earth por dois palcos, desde o meio-dia em Tóquio até ao início da noite em Quioto, por onde passaram os norte-americanos Linkin Park, a Yellow Magic Orchestra de Ryuichi Sakamoto e Michael Nyman, entre outros.
Na China, o terceiro palco do Live Earth, em Xangai, recebeu a actuação mais pequena dos eventos oficiais apenas com três horas de duração e prejudicada pelas condições meteorológicas.
Em Xangai estiveram cerca de 3.000 pessoas para ouvir uma dezena de estrelas locais e a soprano britânica Sarah Brightman.
No continente africano, aquele que será mais afectado pelas alterações climáticas, 12.000 pessoas assistiram em Joanesburgo, na África do Sul, às actuações dos Ub40, Baaba Maal e Danny K., entre outros.
A meio do dia de sábado, a maratona arrancou na Europa, a partir de Hamburgo, na Alemanha, com a participação de Shakira para cerca de mil pessoas, já que a chuva afastou o público do estádio de futebol da cidade.
Yusuf (nome de Cat Stevens), Enrique Iglesias, Katie Melua, Snoop Dogg e Chris Cornell também subiram ao palco do estádio de Hamburgo.
As atenções viraram-se de seguida para Londres, onde os Génesis arrancaram com a participação inglesa, a partir do novo estádio de Wembley.
O palco de Wembley recheou-se dos artistas mais famosos da actualidade, recebendo Duran Duran, Beastie Boys, James Blunt, Metallica, Black Eyed Peas, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers e Madonna.
Em Washington, as estrelas de música country Garth Brooks e Trisha Yearwood inauguraram a jornada de música norte-americana com a canção «We Shall Be Free», num concerto que se realizou no Museu do Índio Americano, onde também actuou o grupo indígena, Blues Nation.
Rumando até Nova Iorque, a emissão prosseguiu no estádio dos Giants em Nova Jérsia, já com a presença de Al Gore.
Em defesa do ambiente e da saúde do planeta, também subiram ao palco os actores Leonardo di Caprio e Kevin Bacon para marcar o arranque do concerto.
O estádio, que estava abarrotado e sem números oficiais de pessoas na plateia, recebeu os Alicia Keys, Bon Jovi, John Mayer, Smashing Pumpkins, Roger Waters e o final apoteótico com os renascidos The Police.
Do norte para o sul da América, o Live Earth voou para as praias do Rio de Janeiro, onde estavam 400 mil pessoas espalhadas por quatro quilómetros de areal.
Pelo palco de Copacabana passaram nomes brasileiros, como Marcelo D2, Jorge Ben Jor e Jota Quest, e artistas internacionais como Pharrell, Macy Gray e Lenny Kravirz.
Por muitos outros palcos mais pequenos em todo o mundo, foram decorrendo eventos ligados ao Live Earth, como foi o caso de Lisboa.
No Pavilhão Atlântico estiveram artistas portugueses e lusófonos, como Salgueiro, Sérgio Godinho, Xutos & Pontapés, Cool Hipnoise, David Fonseca, Blind Zero, Anjos, Viviane e Mercado Negro, durante sete horas de música.
A maratona de música de 24 horas à roda do mundo que alertou para o problema do aquecimento global foi, segundo Al Gore, o início de uma campanha de três anos para «curar o planeta».

in Diário Digital / Lusa (08JUL07)

7 Wonders of the World

Ontem, 07/07/2007, no magnífico Estádio da Luz, em Lisboa, foram anunciadas as novas sete maravilhas do mundo.
Das eleitas é de destacar apenas a presença de uma maravilha europeia (Coliseu de Roma) e, talvez, uma surpresa: o Cristo Redentor.





CHICHÉN ITZÁ (MÉXICO)









CRISTO REDENTOR (BRASIL)










COLISEU DE ROMA (ITÁLIA)






GRANDE MURALHA (CHINA)









MACHU PICCHU (PERU)
















PETRA (JORDÂNIA)








TAJ MAHAL (ÍNDIA)







(José Amaral)

7 Maravilhas de Portugal

Ontem 7/7/2007, em Lisboa foram reveladas as sete maravilhas de Portugal. Concorde-se ou não com o método de selecção e votação, elas estão escolhidas.

Pessoalmente apostava em duas (em particular) e não foram eleitas o que me desiludiu até certo ponto. Penso que o Castelo de Almourol e o Convento e a Basílica de Mafra mereciam figurar entre as sete eleitas.

O AD LITTERAM regista aqui as vencedoras (a ordem é aleatória)




PALÁCIO DA PENA








CASTELO DE GUIMARÃES






MOSTEIRO DA BATALHA







MOSTEIRO DE ALCOBAÇA







CASTELO DE ÓBIDOS




MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS





TORRE DE BELÉM




(José Amaral)

sexta-feira, 6 de julho de 2007

07-07-2007

Concorde-se ou não com a escolha (e acima de tudo com o método da mesma) é já amanhã, 7 de Julho de 2007, que serão eleitas as Sete Novas Maravilhas do Mundo e, também, as Sete Maravilhas de Portugal.
A partir do Estádio da Luz e com transmissão para todo o mundo veremos quais as eleitas.
De entre as finalistas, aposto – nas internacionais – em Angkor Wat, Taj Mahal, Timbuktu e Grande Muralha.
De entre as nacionais o Castelo de Almourol, Convento e Basílica de Mafra e Ruínas de Conímbriga.
Entretanto aqui fica o meu contributo:



maravilhas


Julguei-me à altura

de realizar uma obra d’arte

comparável às sete maravilhas

do mundo antigo:

imorredoura,

quais faraónicas Pirâmides do Egipto;

luzente,

qual promontorial Farol de Alexandria;

encantadora,

quais fragrantes Jardins Suspensos de Semíramis e muros da Babilónia;

divinal,

qual majestosa Estátua de Zeus Olímpico de Fídias;

sublime,

qual imponente Colosso de Rodes;

tumular,

qual gigantesco Mausoléu Halicarnasso;

e sagrada,

qual magnificente Templo de Artemisa em Éfeso.


Vi-me na iminência de,

impotente,

não atingir tão valeroso objectivo.


Pensei, então,

utilizar o molde

de algumas maravilhas

do mundo dos nossos dias:

o natural Machu Picchu;

a lunar Muralha da China;

o sonoro Big-Ben;

a altiva Tour Eiffel;

a libertadora Estátua da Liberdade.


Tampouco me achei

capacitado para ombrear

com tamanhas preciosidades.

Pensei, uma última vez,

em atingir

a mestria das maravilhas

do mundo natural

e quis fazer frente:

ao desértico Grand Canyon

ou

às dantescas Cascatas de Iguaçu.


Nada, nada, nada!!!


Cheguei à triste conclusão

que era incapaz de,

qual arquitecto,

reproduzir

ou imaginar sequer

qualquer maravilha

que tenuemente se aproximasse

de tão grandes maravilhas.


(in Oráculo Luminar, José Amaral)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Leitura de férias

Acabei de ler o livro “Vozes do Deserto”, da brasileira Nélida Piñon (Bertrand Editora, 264 páginas), e recomendo-o como leitura de férias. Nesta edição é de lamentar, apenas, (sem que isso seja um entrave) que a obra está escrita em Português do Brasil. Uma obra que prende a nossa atenção desde o início.
Partindo da história de há mil anos, em que Scherezade atravessou mil e uma noites contando histórias ao Califa e poupando, assim, a vida a mil e uma donzelas que o soberano ameaçara ceifar para se vingar da sultana, que o traíra com um escravo negro.
Passados mil anos, é a vez de Nélida Piñon, através da sua narrativa, contar a aventura interior vivida por Scherezade em face do homem que segura nas mãos o fio ténue da sua vida. Em "Vozes do Deserto", Nélida Piñon revela a mulher oculta por trás do mito da mais famosa narradora da literatura oriental --Scherezade. Numa escrita cuidada e rebuscada, fazendo-nos reportar aos grandes clássicos, Nélida presenteia o leitor com uma belíssima obra.

O AD LITTERAM deixa aqui um pequeno excerto:
«Caindo a noite, o Califa virá em seguida. Ele é sensível ao relógio, jamais se atrasa. Não perdoa quem desconsidera o valor do tempo, ainda que por minutos. Fiel a este atributo, ele desponta na curva do corredor, precedido pela diligente falange de guerreiros. Por disposição protocolar, o arauto responde por seus deslocamentos. Relevante figura na corte, ele anuncia de longe a aproximação do monarca, dando tempo às filhas do Vizir, que não estão isentas deste dever, de se prostrarem sobre o piso de mármore, antes de o soberano, ereto apesar do corpo cansado, cruzar o portal».

(José Amaral)

Belo pensamento

terça-feira, 3 de julho de 2007

Portugal


PORTUGAL

Del atlántico mar en las orillas

desgrenada y descalza una matrona

se sienta al pie de sierra á que corona

triste pinar. Apoya en las rodillas


los codos y en las manos las mejillas

y ciava ansiosos ojos de leona

en la puesta del sol. El mar entona

su trágico cantar de maravillas.


Dice de luengas tierras y de azares

mientras ella sus piés en las espumas

banando suena en el fatal império


que se le hundió en los tenebrosos mares,

y mira como entre agoreras brumas

se alza don Sebastián, rey del mistério.


[Este belíssimo soneto de Miguel de Unamuno, acompanhado deste não menos belo desenho de António Carneiro, foi-me enviado pelo Professor Joaquim de Montezuma de Carvalho]


(José Amaral)