segunda-feira, 22 de maio de 2006

FALTAM MEDICAMENTOS!?


Mais de uma centena de medicamentos vendidos com receita médica, em diferentes dosagens e quantidades, está esgotada e sem data prevista para novos fornecimentos às farmácias. Outros remédios só deverão voltar às prateleiras daqui a meses ou em 2007. Um problema que especialistas dizem não representar perigo para a saúde pública porque há alternativas terapêuticas, os chamados medicamentos similares.

Insulinas para diabéticos, antibióticos, anti-inflamatórios, tratamento de doenças cerebrovasculares e cardiovasculares, cancro, problemas dos olhos, de pele, psiquiátricos, auto-imunes, totalizam os 103 remédios que já não são fornecidos às farmácias, muitos desde 2005.

Os doentes arriscam-se a sair da consulta com uma receita e não conseguirem aviá-la na farmácia nem encontrarem um estabelecimento que tenha o remédio em armazém. Nesse caso, precisam de voltar ao médico para pedir nova receita.

Os médicos queixam-se de não receberem a informação de que o remédio está esgotado. “Só quando é retirado do mercado é que somos alertados”, diz Eduardo Mendes, da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral.

Especialistas ouvidos pelo CM afirmam que “todos os medicamentos esgotados têm similares que podem substituí-los” e, por isso, “não haverá o risco de um doente não ter tratamento”.

Mário Jorge, da Associação dos Médicos de Saúde Pública, não tem dúvidas de que “os centros de saúde deviam ser avisados”.

O Infarmed fez adiar para hoje um esclarecimento sobre o caso.


A alteração das embalagens é uma das razões apresentadas ao CM por fonte da indústria farmacêutica para a falta dos medicamentos. “O ajustamento das embalagens foi uma medida do actual Gover
no mas o problema é que cada ministro da Saúde decide alterar a dimensão das caixas, o que levanta problemas aos fornecedores e isso reflecte-se no abastecimento às farmácias.”

Outras razões podem explicar a ruptura de fornecimento, designadamente a redução do preço dos remédios em seis por cento, uma medida decretada pelo Ministério da Saúde em 2005. Também a ocorrência de problemas no fabrico ou na distribuição, e ainda a quebra de vendas podem levar um laboratório a deixar de produzir um determinado medicamento. Um especialista diz que o “fabricante não é obrigado por lei a colocar os remédios no mercado e há sempre alternativas terapêuticas”.

Cristina Serra, in Correio da Manhã online 22Mai06

Esta sim é uma notícia que me causa estranheza e preocupação. Como é possível chegar-se a um ponto tal? E falam da gripe das aves que, se cá chegar, estamos preparados para combater a pandemia. Pois, pois… com este panorama devemos estar preparados, devemos!

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