terça-feira, 3 de outubro de 2006

O pai de "A Portuguesa"


Keil, Alfredo (1850-1907)

Alfredo Keil (Lisboa, 3 de Julho de 1850 — Hamburgo, 4 de Outubro de 1907) foi um compositor de música, pintor, poeta, arqueólogo e coleccionador de arte português.

Era filho de João Cristiano Keil e de Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã e radicados em Portugal.

Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça. A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde feita Hino Nacional de Portugal – A Portuguesa.

Alfredo Keil foi galardoado com vários prémios, de entre os quais o mais importante foi a medalha de ouro recebida em 1879 na Exposição Artística do Rio de Janeiro.

O Hino é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras (estrofes de quatro versos), seguidas do refrão, uma quintilha (estrofe de cinco versos). É de salientar que, das três partes do Hino, apenas a primeira parte é usada em cerimónias oficiais, sendo as outras duas partes praticamente desconhecidas.

A Portuguesa é executada oficialmente em cerimónias nacionais, civis e militares, onde é prestada homenagem à Pátria, à Bandeira Nacional ou ao Presidente da República. Do mesmo modo, em cerimónias oficiais no território português por recepção de chefes de Estado estrangeiros, a sua execução é obrigatória depois de ouvido o hino do país representado.

A Portuguesa foi designada como um dos símbolos nacionais de Portugal na constituição de 1976, constando no § 2° do Artigo 11° (Símbolos nacionais e língua oficial) da Constituição da República Portuguesa:

A Portuguesa

Data: 1890 (com alterações de 1957)

Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil

I

Heróis do mar, nobre povo,

Nação valente e imortal

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria, sente-se a voz

Dos teus egrégios avós

Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!

II

Desfralda a invicta Bandeira,

À luz viva do teu céu!

Brade a Europa à terra inteira:

Portugal não pereceu

Beija o teu solo jucundo

O oceano, a rugir de amor,

E o teu Braço vencedor

Deu mundos novos ao mundo!

Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!

III

Saudai o Sol que desponta

Sobre um ridente porvir;

Seja o eco de uma afronta

O sinal de ressurgir.

Raios dessa aurora forte

São como beijos de mãe,

Que nos guardam, nos sustêm,

Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!

Texto adaptado de Wikipédia

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