domingo, 22 de outubro de 2006

O outro lado

Acabo de ler no Jornal de Notícias deste Domingo (22OUT06) um artigo escrito por Manuel Poppe, na rubrica “O outro lado”, subordinado ao tema Guimarães Rivoli e os professores. O artigo está dividido em três partes. Permito-me transcrever aqui a terceira:
«3. O Rivoli, mero incidente? De modo nenhum: é o sinal do autoritarismo desavergonhado que alastra. O exemplo vem de cima: a ministra da Educação interroga-se sobre a legitimidade do exercício da greve e da liberdade sindical dos professores, direitos constitucionalmente consagrados. Julga reformar o ensino desprezando a opinião dos professores, cortando carreiras, propiciando conflitos entre mestres e alunos, gerando instabilidade? Engana-se: paralisa o ensino, obsta à criação de Cultura. E nós? Resignados? “Portugal, nação que tudo abandonou, de tudo descrê, com um riso de ironia amarga”? Escreveu Oliveira Martins, há cem anos. Somos isso?»
Esta breve reflexão diz tudo. O Ministério da Educação encontrou nos professores um bode expiatório. Somos tratados, todos, como iguais os bons e os maus profissionais. Não podemos lutar pelos nossos direitos, temos de nos resignar a uma atitude de quero posso e mando.
Como é gratificante ouvir muitas vozes (com responsabilidades) insurgirem-se – e bem – contra o tempo da ditadura… Mas já não é gratificante constatar que essas mesmas vozes seguem a máxima do “que bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, mas não faças o que ele faz”.

José Amaral

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