sábado, 25 de novembro de 2006

"Très chique..."

José Maria Eça de Queiroz nasceu na Póvoa de Varzim, numa casa da Praça do Almada, a 25 de Novembro de 1845 e faleceu em Paris a 16 de Agosto de 1900. Era filho de José Maria Teixeira de Queirós e Carolina Augusta Pereira d’Eça (embora seja registado como filho de mãe incógnita). Para muitos é o maior escritor realista português do século XIX.

Com 16 anos foi para Coimbra estudar Direito, tendo aí sido amigo de Antero de Quental e de Teófilo Braga. No final do ano de 1867 forma-se o Cenáculo, contando-se Eça de Queirós entre os primeiros membros; dele farão parte Salomão Saragga, Jaime Batalha Reis, Augusto Fuschini, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, José Fontana, entre outros. Em 1869 e 1870, Eça de Queirós viajou ao Egipto, na companhia do Conde de Resende, e visitou o canal do Suez que estava sendo construído, o que inspirou diversos de seus trabalhos. Em 1871 foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.

Em 1886 casa-se com Emília de Castro Pamplona (Resende), no oratório particular da Quinta de Santo Ovídio no Porto.

Quando foi despachado mais tarde para Leiria para trabalhar como um administrador municipal, escreveu a sua primeira novela realista da vida portuguesa, O Crime do Padre Amaro. Aparentemente, Eça de Queirós passou os anos mais produtivos de sua vida em Inglaterra, como cônsul de Portugal em Newcastle e em Bristol. Os seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente 20 línguas.

Eça de Queirós morre após prolongada doença a 16 de Agosto, em Neully (França). Em Setembro, o corpo é trasladado para Portugal, realizando-se os funerais para o cemitério do Alto de S. João em Lisboa.

A obra de Eça é extensíssima e destaco alguns dos seus títulos mais conhecidos. Estes que aqui apresento já os li todos, também por isso os referencio, embora haja muitos outros tão ou mais conhecidos que estes.

A Cidade e as Serras

A Ilustre Casa de Ramires

A Relíquia

A Tragédia da Rua das Flores

As Farpas

Contos (A Aia, O Tesouro...)

O Conde d'Abranhos

O Crime do Padre Amaro

O Primo Basílio

Os Maias

Prosas Bárbaras

Quando estive em Resende a leccionar tive oportunidade de visitar a Fundação Eça de Queirós (eis o endereço da fundação http://www.feq.pt/). Penso que merece uma visita, pois é um lugar calmo e agradável e de grande simbolismo para que lê a obra de Eça. Fica em Tormes, no concelho de Baião. Ao chegarmos à fundação reportam-nos à memória algumas passagens das obras de Eça.

Com As Farpas, Eça (e Ramalho Ortigão) pretendia fazer crítica de costumes e analisar a sociedade portuguesa da época, interessado não no riso fácil e inconsequente, mas mais na reforma de instituições em crise. Pela sua caricatura da sociedade da época — que em muitos aspectos se mantém ainda hoje actual — e pelo seu humor, As Farpas são páginas importantes da nossa literatura.

(José Amaral)

5 comentários:

Felgueiras ý Alão disse...

Eça e Resende

Penso que para quem esteve a trabalhar em Resende perdeu uma grande oportunidade de explorar as obras de Eça.
Vejamos:

1- A casa da Torre da Lagariça, São Cipriano, a famosa casa do livro " a Ilustre Casa de Ramires";
2- Feirão, no cimo da serra de Montemuro, referida no livro " O crime do Padre Amaro";
3- Penedo de São João, Aregos, referido em "As cidades e as Serras";
4- A quinta de Santa Olávia, referida nos "Maias" sobranceira à Escola Secundária, terrenos os quais pertenceram a Eça de Queiróz.

Enfim, algumas dicas para um percurso Queirosiano que fizemos o ano passado, sem ir a Tormes. http://ecoturimindelo.wordpress.com

Amaral disse...

Ping
caso não tenha reparado não pretendi entrar em detalhes da(s) obra(s) de Eça que respeitam a locais póximos de Tormes , nomeadamente São Cipriano, Resende, Aregos e outros... Faço referência à Fundação que, por sinal, fica perto destes locais.
Não era minha intenção fazer esse estudo, portanto não me sinto em falta, pois caso contrário teria de referir todos os locais da obra de Eça.
Ao elencar estes locais espero que não me esteja a querer dar uma lição, pois sei muito bem do que fala. Por acaso foram a Sintra, França, Inglaterra...
Agradeço-lhe o reparo, mas dou-lhe a importância que merece: nenhuma, já que revela não ter lido com atenção o post.

Anónimo disse...

Olha, fiquei a conhecer um pouco mais sobre Eça. Ele e Júlio Dinis são dois escritores de que gosto e dos quais já li alguns livros, pelo menos os mais badalados.
Bom fim de semana.

Felgueiras ý Alão disse...

Caro Amaral:

Estranho a importância que deu ao post pois, como deve saber, a blogosfera pretende ser um espaço virtual onde a cidadania e troca de emoções e opiniões das pessoas pensantes e que gostam de exercitar os seus neurónios. A opinião não deve ser importante nem importante! É simplesmente a opinião e não deve ser retirada qualquer outra leitura dela. O jogo das palavras é ardiloso mas não malicioso!
Já agora esqueci-me de referir um outro local: Cárquere, a famosa Carquere!

Amaral disse...

Ping
a importância que dei ao post é a mesma que lhe está a dar. Aliás se assim não fosse porquê referir agora Cárquere; já justifiquei o artigo acho que fui esclarecedor no comentário.
Não pretendi, nem pretendo fazer um estudo exaustivo da vida e obra do Eça. Quis apenas realçar a data de nascimento deste grande escritor português e algumas outras curiosidades. Só isso e apenas isso. Se pretende desenvolver a notícia faça-o.
Quanto à blogosfera sei muito bem o que é, aliás não ofendi ninguém, nem proibi ninguem de emitir opinião. Espero que perceba isso de uma vez por todas.