segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Camus


Albert Camus nasceu em Mondovi (Argélia), a 7 de Novembro de 1913 e faleceu em Villeblevin, a 4 de Janeiro de 1960, num acidente automobilístico. Escritor e filósofo. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento do escritor.
Sob estas directrizes, não é sem sentido que sua obra (filosófica e literária) tenha o absurdo como estandarte.
Conhece Sartre em 1942 e tornam-se bons amigos no tempo de pós-guerra. Conheceram-se devido ao livro "O Estrangeiro" sobre o qual Sartre escreveu elogiosamente, dizendo que o autor seria uma pessoa que ele gostaria de conhecer. Um dia em uma festa em que os dois estavam, Camus apresentou-se a Sartre, dizendo-se o autor do livro. A amizade durou até 1952, quando a publicação de "O Homem Revoltado" provocou um desentendimento público entre Sartre e Camus.
Aquando da sua morte, na sua maleta estava contido o manuscrito do "O Primeiro Homem", um romance autobiográfico que, por uma ironia do destino, nas notas ao texto ele escrevera que aquele romance deveria terminar inacabado.
Poderia deixar aqui a extensa bibliografia de Camus, mas prefiro deixar aqui duas passagens de dois livros dele que muito me agradaram.
«Pendant tout ce temps, il n’y a plus eu que le soleil et ce silence, avec le petit bruit de la source et les trois notes. Puis Raymond a porté la main à sa poche revolver, mais l’autre n’a pas bougé et ils se regardaient toujours. J’ai remarqué que celui qui jouait de la flûte avait les doigts des pieds très écartés. Mais sans quitter des yeux de son adversaire, Raymond m’a demandé : « Je le descends ? » J’ai pensé que si je disais non il s’exciterait tout seul et tirerait certainement» (in L’étranger).
«En vain, tous les soirs sur les boulevards, un vieillard inspiré, portant feutre et lavallière, traverse la foule en répétant sans arrêt : « Dieu est grand, venez à lui », tous se précipitent au contraire vers quelque chose qu’ils connaissent mal ou qui leur paraît plus urgent que Dieu. (…) toute l’angoisse qui se peint dans la journée sur les visages se résout alors, dans le crépuscule ardent et poussiéreux, en une sorte d’excitation hagarde, une liberté maladroite qui enfièvre tout un peuple. «Et moi aussi, je suis comme eux. Mais quoi ! la mort n’est rien pour les hommes comme moi. C’est un événement qui leur donne raison.» (in La peste)


(José Amaral)

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