domingo, 5 de novembro de 2006

A fada Sophia


Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1919. Faleceu em Lisboa a 2 de Julho de 2004. Foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX.

Frequentou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, mas não chegou a terminar o curso. Foi casada com o jornalista Francisco Sousa Tavares e mãe de cinco filhos (talvez o mais mediático o também escritor, Miguel Sousa Tavares). Os filhos motivaram-na a escrever contos infantis, mas que são lidos por todos, pois são maravilhosos. Quem nunca leu ou ouviu falar de “A menina do Mar”, “A Fada Oriana”, “O Cristo Cigano”, “Contos Exemplares” (dos quais destaco esse sublime conto denominado “O Homem”), “O cavaleiro da Dinamarca”? …

Criada na velha aristocracia portuguesa, educada nos valores tradicionais da moral cristã, dirigente de movimentos universitários católicos, veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, denunciando os falsos critérios do regime salazarista e os seus seguidores mais radicais.

Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare.

Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro sexto. Foi distinguida com o Prémio Camões em 1999 (tornando-se a primeira escritora de Portugal a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa).


Aqui fica um pequeno poema de Sophia que talvez funcione como conselho nestes tempos que correm, mais ou menos atribulados, na nossa pátria. Ou será no nosso exílio? O leitor que decida…

(José Amaral)


Exílio

Quando a pátria que temos não a temos

Perdida por silêncio e por renúncia

Até a voz do mar se torna exílio

E a luz que nos rodeia é como grades.

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