quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O Poder de um Livro


Mais uma belíssima obra literária que publicito. Trata-se de A Sombra do Vento, do espanhol Carlos Ruiz Zafón (Dom Quixote, 507 pág.).Esta obra literária é um verdadeiro fenómeno de vendas em Espanha, Alemanha, Estados Unidos e ameaça sê-lo em muitos outros países. Finalista de vários prémios, foi a vencedora do Prémio “Correntes d’Escritas/Casino da Póvoa 2006”.
Esta é uma narrativa electrizante, com muita ironia, mas é também uma obra sedutora e comovente. Um hino à arte de contar histórias que nos obriga a ler o livro de “fio a pavio” sem o querer largar.
Zafón relata-nos a história de Daniel Sempere, um menino de 11 anos que vive em Barcelona (1945), que perdeu a mãe e não consegue lembrar-se do rosto dela. O pai leva-o a um lugar misterioso: o «Cemitério dos Livros Esquecidos». Daniel encontra, então, um livro maldito (“A Sombra do Vento” do também barcelonês Julián Carax) que lhe desperta um enorme fascínio. Daniel procura descobrir a obra de Carax, mas descobre que existe alguém que procura todos os livros de Carax para os queimar. Daniel vai-se envolvendo nos mistérios e segredos mais obscuros de Barcelona. Daniel vai descobrindo que o mistério da obra de Carax está relacionado com a história de amor entre dois jovens. Ao longo da trama Daniel vai-se revelando como menino-homem, pois perde a inocência infantil e transforma-se no homem. Tudo isto a partir da leitura de um livro que mudou a vida de Daniel Sempere.

Aqui fica um extracto:
«Aproximei o ouvido dos lábios do interno, tanto que consegui sentir o seu hálito fétido e tépido na pele. Receei que me mordesse, mas inesperadamente pôs-se a soltar uma ventosidade de formidável contundência. Os seus companheiros desataram a rir e a dar palmas. Recuei uns passos, mas o eflúvio flatulento já me tinha apanhado sem remédio. Foi então que avistei junto de mim um ancião encolhido sobre si mesmo, armado de barbas de profeta, cabelo ralo e olhos de fogo, que se sustinha com uma bengala e os contemplava com desprezo.
- Perde o seu tempo, meu rapaz. O Juanito só sabe dar peidos e esses a única coisa que sabem é rir-se deles e aspirá-los. Como vê, aqui a estrutura social não é muito diferente da do mundo exterior.
O velho filósofo falava com voz grave e dicção perfeita. Olhou-me de alto a baixo, avaliando-me.»


(José Amaral)

4 comentários:

Isabel Filipe disse...

bem interessante o excerto que aqui deixas...


bjs e bfds

Amaral disse...

Isabel
Por sinal um livro mesmo mesmo muito bom. A sua leitura prende-nos.
Bjo

Menina do Rio disse...

Pareceu-me interessante. Boa partilha.

beijos

Amaral disse...

Menina do rio
É uma preciosidade, começando a ler não se tem vontade de parar.
Bom domingo
Bjo