Entra na sala
de pasta na mão
ou a tiracolo.
Na outra mão
o livro de ponto.
É o primeiro dia de aulas,
mas este ritual
repetir-se-á ao longo
do ano.
Os alunos
chegam a horas
nesse dia,
ritual que para alguns
jamais se repetirá
ao longo do ano.
Dão-se ao conhecimento.
Da turma dizem-se
“cobras e lagartos”;
realidade ou ficção?
o tempo o dirá!
(...)
Passam os dias!
O ano aproxima-se
a passos largos do fim.
Sai da sala
de pasta na mão
ou a tiracolo.
Na outra mão
o livro de ponto.
É o último dia de aulas,
mas este ritual
repetir-se-á ao longo
dos anos.
(in Oráculo Luminar, José Amaral)
4 comentários:
parece rotineiro ...
mas a profissão de professor não é uma rotina ... pois não???
gostei do poema.
bjs
Isabel
Eu garanto-lhe que por todas e mais algumas razões não é uma rotina. É vero que alguns caem na rotina e acomodam-se, mas esses são um número ínfimo. Eu procuro não me deixar cair nessa teia rotineira.
Obrigado por ter gostado do poema.
Bjo
É essa capacidade de inventar e fugir à rotina que admiro em alguns professores que conheço, infelizmente muito poucos.
Hoje, que o ensino deixou de ser uma vocação, e sim uma oportunidade de trabalho, apenas.
Quem sou eu para não gostar do poema, se nele leio a realidade?
Um abraço
Meg
Não posso discordar daquilo que afirma. Infelizmente hoje em dia ser professor não é de todo uma vocação.
Eu ainda me sinto vocacionado.
Abraço
Enviar um comentário