segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Viva a Folia!...


A origem do Carnaval é pagã. Mas são muitas as teorias que tentam definir os primeiros festejos ora em Roma, nos festejos da Saturnália; ora no Egipto, nas celebrações que homenageavam os deuses Ísis ou Osíris. A corrente mais consensual associa o Carnaval aos bacanais e festejos similares que em Roma aconteciam por altura da Saturnália. Uma festa onde um carro com um formato de navio desfilava por entre uma multidão mascarada que se agitava em brincadeiras diversas.
Etimologicamente, a palavra Carnaval remete para a expressão carne levare que significa “afastar a carne”, (ou também a expressão carne vale, que significa “adeus à carne”) porque segundo o calendário cristão seria o último dia em que se poderia comer carne, a Terça-Feira Gorda, já que no dia seguinte – Quarta-feira de Cinzas – se inicia um período de jejum e reflexão. O Carnaval seria então a última folia de alegria profana que deveria anteceder esta época de tristeza.
No Carnaval muita são as expressões populares que se utilizam para caracterizar esta data: “é Carnaval ninguém leva a mal”, “no Entrudo vale tudo”, “a vida são dois dias e o Carnaval três” fazem todo o sentido quando a folia das batalhas de confetis e serpentinas dão lugar à critica e à sátira social nos desfiles de carros alegóricos. O Carnaval foi também uma festa proibida durante algumas ditaduras nos países que o celebravam, pois as máscaras permitiam a inversão de papéis sociais. Qualquer um podia ridiculizar um político, rimas eram feitas para criticar o governo e as instituições. Em Portugal o Carnaval, embora não tendo o brilhantismo do Carnaval brasileiro ou o misticismo do Carnaval de Veneza, também é festejado um pouco por todo o país. Torres Vedras (o mais português), Loulé, Ovar, Mealhada… Na região de Viseu também o Carnaval de Nelas e sobretudo o de Cabanas de Viriato (com a célebre “dança dos Cús”) são os que têm uma maior expressão.

(José Amaral)

Sem comentários: