quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Vale a pena ler...

No “Primeiro de Janeiro” de hoje, 1 de Fevereiro de 2007, li um artigo de opinião de Vicente Ferreira Silva, sob o título Que caminhos para a nação portuguesa?, que achei interessante e que, pelo menos, nos faz pensar. Deixo aqui alguns excertos do artigo:
«(…) Devido ao ritmo de vida característico da nossa sociedade, os pais, que cada vez tem menos tempo para acompanhar os filhos, “depositam” nos professores a educação dos seus descendentes. Esperam que aqueles lhes ensinem conhecimentos mas, que também lhes facultem uma educação cívica, nomeadamente, os valores e as regras da coexistência social. Curiosamente, assim que os professores optam por, ou vêem-se na necessidade de, aplicar medidas disciplinares, os pais são os primeiros a manifestarem-se contra essas vias.
Talvez seja importante salientar que a cidadania não se esgota no conjunto de direitos e deveres concedidos pela lei. Para que a cidadania seja alcançada na sua plenitude é necessário um componente vital: o exemplo dos pais. E este chega-nos de várias maneiras, quer pela disciplina, quer pela transmissão dos valores característicos da formação recebida em família. Refiro-me, basicamente, aos “elos” familiares que são passados de geração em geração e que são essenciais para a formação da personalidade. Tais valores nunca nos chegarão se os pais estão ausentes. E não serão os professores, por mais aptos que sejam, apropriados para suprir as deficiências causadas por essa ausência porque nenhum professor pode ou deve substituir um pai. No limite, são um complemento dos pais.
Certamente que não é só de agora mas, ultimamente, o número de agressões de alunos a alunos e de alunos a professores aumentou preocupantemente. Ora, um jovem que agride um colega e/ou um professor é muito bem capaz de atacar um progenitor. E imanente à figura de um pai e/ou professor está a autoridade, pelo que, também não é de estranhar o aumento, registado pela Guarda Nacional Republicana e pela Polícia de Segurança Pública, dos delitos contra agentes da lei. Seguindo esta lógica, não é disparate nenhum considerar que também a autoridade do Estado é e/ou será desrespeitada e que os valores de ligação ao país se esmaeçam. Quantos portugueses se manifestaram a favor de uma união ibérica?
O crescimento da indisciplina e da agressividade dos jovens é um fenómeno em efervescência. Se não for devidamente analisado poderá colocar em causa, num futuro não distante, a segurança interna do país. Que devemos então fazer? Atrevo-me a sugerir o seguinte, sendo que esta sugestão não passa disso mesmo, uma hipótese.(…)».

(José Amaral)

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