quarta-feira, 21 de junho de 2006

SOS







Darfur: actriz Mia Farrow pede ajuda internacional para crise

A actriz norte-americana Mia Farrow pediu hoje apoio internacional para o Darfur de forma a minimizar os efeitos da grave crise humanitária naquela região, que visitou recentemente como embaixadora da Unicef .
Mia Farrow, 61 anos, apelou a um maior apoio às agências humanitárias que trabalham no Darfur e «enfrentam condições muito difíceis» e defendeu a presença no terreno de uma força de paz das Nações Unidas devido «à crescente deterioração da segurança».

Aproveitando a sua presença em Lisboa para participar no Lisbon Village Festival, que começa hoje à noite, Mia Farrow preferiu falar aos jornalistas da «preocupante» situação na região sudanesa de Darfur, cenário há mais de três anos de um conflito que provocou centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados que vivem uma situação «de terror».

Mia Farrow esteve em Darfur entre 11 e 15 de Junho na companhia de um dos seus sete filhos, Ronan, porta-voz da Unicef para a Juventude, depois de ali ter estado pela primeira vez há 18 meses.

Segundo a actriz, a crise humanitária agravou-se no último ano, sendo mais visível a escassez de assistência médica, de água e de alimentos.

Milhares de pessoas vivem em campos de refugiados numa situação cada vez mais precária e «aterrorizadas» devido a frequentes ataques das milícias árabes.

«Houve um acordo de paz que foi assinado e esperou-se que fosse um primeiro passo para a paz, mas ainda não está implementado nem foi assinado por todas as partes», sublinhou a antiga musa dos filmes de Woody Allen.

A actriz apareceu aos jornalistas para uma conferência de imprensa num dos últimos pisos de um hotel de Lisboa vestida com calças e casaco branco, t-shirt preta e usando um colar de artesanato africano.

Explicou que usa nesse colar talismãs que lhe foram oferecidos por uma mulher que conheceu num campo de refugiados e que vivera uma situação trágica tendo perdido o marido e os filhos, uns mortos outros raptados.

Por contraste com esta situação, Mia Farrow destacou a visita que fez hoje de manhã ao Hospital Garcia de Horta, em Almada, considerado um dos melhores hospitais pediátricos.

«Que sorte têm as crianças que ali estão por terem condições e poderem vir a realizar os seus sonhos», apontou. Apesar de ter dedicado quase toda a conferência de imprensa a falar de questões humanitárias, Farrow recusou definir-se como uma pessoa generosa.

Questionada sobre cinema, a actriz referiu que não tem projectos imediatos e só em Setembro saberá o que vai fazer a seguir, depois de ter participado em «Arthur and the minimoizes», um filme de animação que estreia dentro de dois meses.

Também confessou, «envergonhada», que não vê cinema português, mas prometeu fazê-lo.

Falou ainda da «óptima escola» que foi trabalhar com Roman Polanski (como realizador) e John Cassavetes (como actor) «há quase 40 anos» em «A semente do Diabo» (Rosemary's Baby), o filme que a lançou, em 1968.

Sobre a sua presença no Lisbon Village Festival, que inclui um festival europeu de cinema digital, com 28 filmes a concurso, Mia Farrow declarou-se fã das novas tecnologias.

in Diário Digital / Lusa (edição online)21-06-2006

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