sábado, 3 de maio de 2008

«Vazio»

Faz hoje (03MAI08) um ano que Madeleine McCann desapareceu da Praia da luz. O desaparecimento desta menina loirinha, com um traço único que a torna inconfundível (uma mancha no olho direito) foi notícia. Por todo o mundo se falou de Maddie, muito se disse, muitas hipóteses se levantaram - algumas assustadoras -, mas a menina ainda não apareceu... Vem isto a propósito para relatar uma daquelas coincidências. Ontem entre as 23 e a 01 da manhã estive a ver (em DVD) o filme português Alice.
Entre outros o filme conta com interpretações de qualidade de Nuno Lopes, Beatriz Batarda, Miguel Guilherme. O filme começa quando já se passaram 193 dias desde que Alice foi vista pela última vez. Todos os dias Mário, o pai, que neste filme assume o papel de elo mais forte do casal, sai de casa e repete o mesmo percurso que fez no dia em que a filha desapareceu. A mãe acredita na justiça, mas aos poucos vai perdendo essa fé e a hipótese de encontrar a filha. A obsessão de encontrar a filha, aliada à esperança que acalenta em encontrá-la, leva Mário a instalar uma série de câmaras de vídeo que registam o movimento das ruas. No meio de todos aqueles rostos, daquela multidão anónima, que cruza as ruas de Lisboa, Mário procura uma pista, uma ajuda, um sinal...
Quer no filme, quer na realidade a dor brutal causada pela ausência de Alice/qualquer filho desaparecido é assustadora; pelo olhar do realizador podemos aperceber-nos como é a vida de quem “perde” um filho… Este pai, assim como muitos espalhados pelo mundo, tudo fez para encontrar a filha.
Vale a pena ver este filme, pois faz-nos reflectir, faz-nos sentir pequenos perante uma tragédia.

(José Amaral)

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