
INFERNO
CANTO I (trecho inicial)
No meio do caminho desta vida
me vi perdido numa selva escura,
solitário, sem sol e sem saída.
Ah, como armar no ar uma figura
desta selva selvagem, dura, forte,
que, só de eu a pensar, me desfigura?
É quase tão amargo como a morte;
mas para expor o bem que encontrei,
outros dados darei da minha sorte.
Não me recordo ao certo como entrei,
tomado de uma sonolência estranha,
quando a vera vereda abandonei.
Sei que cheguei ao pé de uma montanha,
lá onde aquele vale se extinguia,
que me deixara em solidão tamanha,
e vi que o ombro do monte aparecia
vestido já dos raios do planeta
que a toda gente pela estrada guia.
Então a angústia se calou, secreta,
lá no lago do peito onde imergira
a noite que tomou minha alma inquieta;
e como náufrago, depois que aspira
o ar, abraçado à areia, redivivo,
vira-se ao mar e longamente mira,
o meu ânimo, ainda fugitivo,
voltou a contemplar aquele espaço
que nunca ultrapassou um homem vivo.
(...)
Tradução: Augusto de Campos
2 comentários:
Meu Amigo,
Estou hoje a retomar as visitas aos amigos que me têm alegrado com a sua presença lá em casa. Mas por motivos imperiosos tive de (quase)parar dois dias, estive ausente.
Mas estou de volta, mas Dante, gostava mas agora à noite não vou ler...
passo amanhã, menos cansadita, porfque Dante não é conversa mole, não é? Estou desculpada?
Um abraço e um óptimo fim de semana.
Meg
Fez bem em passar e claro que está desculpada. Espero, isso sim mais importante, que descanse e que tenha um bom fim-de-semana
Abraço
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