sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Sabedoria Oriental

Confúcio (em chinês: 孔夫子) (551 a.C. - 479 a.C.) é o nome latino do pensador chinês Kung-Fu-Tzu. Foi a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político. Sua doutrina, o confucionismo, teve forte influência não apenas sobre a China mas também sobre toda a Ásia oriental.

Conhece-se muito pouco da sua vida. Parece que os seus antepassados foram gente nobre, mas o filósofo e moralista viveu pobre, e desde a infância teve de ser mestre de si mesmo. Na sua época, a China estava praticamente dividida em reinos feudais cujos senhores dependiam muito pouco do rei.

Nascimento e juventude

Confúcio, também conhecido com K'ung ch'iu (mestre kong), nasceu em meados do século VI (551 a.c.), em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung. Esse estado é denominado de "terra santa" pelos chineses. Confúcio estava longe de se originar de uma família abastada, embora seja dito que ele tinha descendência aristocrática. Seu pai, Shu-liang He, antes magistrado e guerreiro de certa fama, tinha setenta anos quando se casou com a mãe de Confúcio, uma jovem de quinze anos chamada ""Yen Cheng Tsai"", que diziam ser descendente de ""Po Chi'in"" o filho mais velho do Duque de Chou, cujo sobrenome era ""Chi"".

Dos onze filhos, Confúcio era o mais novo. Seu pai morreu quando ele tinha três anos de idade, o que o obrigou a trabalhar desde muito jovem para ajudar no sustento da família. Aos quinze anos, resolveu dedicar suas energias em busca do aprendizado. Em vários estágios de sua vida empregou suas habilidades como pastor, vaqueiro, funcionário e guarda-livros. Aos dezanove anos se casou com uma jovem chamada ""Chi-Kuan"". Apesar de se divorciar alguns anos depois, Confúcio teve um filho, "K'ung li"", que nasceu um ano após seu casamento, e uma filha.

Confúcio viajou por diversos destes reinos, esteve em íntimo contacto com o povo e pregou a necessidade de uma mudança total do sistema de governo por outro que se destinasse a assegurar o bem-estar dos súbditos, pondo em prática processos tão simples como a diminuição de contribuições e o abrandamento das penalidades. Embora tentasse ocupar um alto cargo administrativo que lhe permitisse desenvolver as suas ideias na prática, nunca o conseguiu, pois tais ideias eram consideradas muito perigosas pelos que mandavam. Aquilo que ele não pôde fazer pessoalmente acabaram por fazer alguns dos seus discípulos, que, graças à boa preparação por ele ministrada, se guindaram, dia após dia, aos cargos mais elevados. Já idoso, retirou-se para a sua terra natal, onde morreu com 72 anos.

Kong zi é biograficamente, segundo o historiador chinês Sima Qian (século II a.C.), uma representação típica do herói chinês. Ele era alto, forte, enxergava longe, tinha uma barriga cheia de Chi, usava longa barba, símbolo de sabedoria, mas se vestia bem e era simples. Era também de um comportamento exemplar, demonstrando sua doutrina nos seus actos. Pescava com anzol, dando opção aos peixes, e caçava com um arco pequeno, para que os animais pudessem fugir. Comia sem falar, era directo, franco, acreditava ser um representante do céu.

Sua ideia de organização da sociedade buscava também recuperar os valores antigos, perdidos pelos homens actuais. No entanto, em sua busca pelo Tao, ele usava de uma abordagem diferente da noção de desprendimento proposta pelos Taoístas. Sua ideia estava baseada num critério mais realístico, onde a prática do comportamento ritual daria uma possibilidade real aos praticantes de sua doutrina de viverem em harmonia.

Apesar das ideias de conformismo que possam ser atribuídas a esse pensamento, elas são erróneas. Kong zi não pregava a aceitação plena de um papel definido para os elementos da sociedade, mais sim, que cada um cumprisse com seu dever de forma correcta. Já o condicionamento dos hábitos serviria para temperar os espíritos e evitar os excessos. Logo, sua doutrina pregava a criação sim, de uma sociedade capaz, culturalmente instruída e disposta ao bem-estar comum. Sua escola foi sistematizada nos seguintes princípios:

Ren, humanidade (altruísmo);

Li, ou cortesia ritual;

Zhi, conhecimento ou sabedoria moral;

Xin, integridade;

Zhing, fidelidade;

Yi, justiça, rectidão, honradez.

Cada um desses princípios se ligaria às características que para ele se encontravam ausentes ou decadentes na sociedade.

Confúcio não procurou uma distinção aprofundada sobre a natureza humana, mas parece ter acreditado sempre no valor da educação para condicioná-la. Sua bibliografia consta de 3 livros básicos, sendo que os dois últimos são atribuídos aos seus discípulos. Temos o Lun yu (Diálogos, Analectos), no qual se encontra a síntese de sua doutrina. Depois, temos o Dà Xué (大学) (Grande Ensinamento) e o Zhong Yong (Jung Yung), ou a “Doutrina do Meio”.

Fonte Wikipédia

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