Olhares
Tinha um brilho triste
nos olhos,
sempre,
aquele cachorrinho rafeiro.
Não seria antes o dono?
Ambos
(parecendo escoteiros de rua)
viviam da misericórdia
anónima dos passantes,
poisque partilhavam
as pedras da calçada
calcorredas
pelas gentes que passam.
O rafeiro
ainda recebia
- abanando a cauda –
festinhas na cabeça;
o humano
- sorrindo –
recebia…
… olhares de soslaio!!!
Tinha um brilho triste
nos olhos,
sempre,
aquele cachorrinho rafeiro.
Não seria antes o dono?
Ambos
(parecendo escoteiros de rua)
viviam da misericórdia
anónima dos passantes,
poisque partilhavam
as pedras da calçada
calcorredas
pelas gentes que passam.
O rafeiro
ainda recebia
- abanando a cauda –
festinhas na cabeça;
o humano
- sorrindo –
recebia…
… olhares de soslaio!!!
(José Amaral, in "Outonalidade")
6 comentários:
Amigo, sempre ouvi dizer "se queres saber a cara do dono, olha para o cão e, vice versa" mas não é que na realidade já tenho reparado e é verdade mesmo?
Daí que tua história pode muito bem ser isso mesmo.
Beijinho prateado
SOL
Gostei... a ironia, a verdade, a Poesia!
Abraço
Sol
Obrigado pela visita e volta sempre.
Bjo
Delfim
Folgo em saber que gostaste. Bom domingo.
Abraço
Um belo olhar de uma feia realidade! Bjs
Carla
Infelizmente é assim a vida. Boa semana.
Bjo
Enviar um comentário