sábado, 22 de julho de 2006

Cidade ou campo?


CidampO

Um crepuscular fim de tarde,

rubicundo,

fez-me deixar os montes citadinos

despidos de gentes

e correr para as campestres ruas

amontoadas daquelas.

Procuro no bulício calmo

do campo,

a acalmia turbulenta

que acotovelei na cidade.

O roncar monocórdico dos tractores

da pequena cidade

recorda-me o infernal trânsito

do grande campo.

Os pássaros da cidade

presos em gaiolas de ar livre,

contrastando com os do campo,

livres em outras de betão.

Na cidade não conseguia ter

um momento de descanso,

poisque são tantos

os sons

os cheiros

as cores,

que me fazem sentir

...no Paraíso.

Tampouco, no campo consigo ter

um momento de turbulência,

poisque são tantos

o barulho

o fedor

a monocromia,

que me fazem sentir

...no Inferno.

Serei assi tão afortunado

por viver no campo

- fisicamente -

e na cidade

- mentalmente -

ou amaldiçoado,

p’lo contrário

in Poder da Díctamo, José Amaral

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma perspectiva conciliadora que nos descansa a alma...mas se escolhesse,seria a cidade...lá sem dúvida que os homens e mulheres se sentem mais livres..cá no campo, o território ainda se encontra muito minado..e por desbravar,sobretudo para livres pensadores...
Gostei da estrutura do poema,parece uma dança...irónica,mas alegre!
B.

Anónimo disse...

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