terça-feira, 11 de julho de 2006

Erasmo

Roterdão, Erasmo de (1466 – 1536)

Desiderius Erasmus Roterodamus, conhecido como Erasmo de Roterdão ou Erasmo de Roterdã, nasceu provavelmente a 27 de Outubro de 1466 em Roterdão, em Geert Geertsen.

Era, quase de certeza, filho ilegítimo. A informação sobre a sua família e a sua juventude não é muito, contudo o próprio faz-lhes referências nos seus escritos. O pai era padre (Gerard) e da mãe (Margarete) pouco ou nada se sabe. Nessa altura a sua educação ficou a cargo de uma série de mosteiros, e foi uma educação exemplar, a melhor possível a um jovem do seu tempo. Realizou os votos monásticos aos 25 anos, mas nunca viveu como tal. Era um crítico da vida monástica e das características que julgava negativas na Igreja.

Frequentou o Collège Montaigu em Paris e continuou os seus estudos na Universidade de Paris, então o principal centro da escolástica, apesar da influência crescente do Renascimento da cultura clássica, que chegava de Itália. Erasmo optou por uma vida de académico independente, independente de país, independente de laços académicos, de lealdade religiosa, e de tudo que pudesse interferir com a sua liberdade intelectual e a sua expressão literária. Os principais centros da sua actividade foram Paris, Louvain, Inglaterra e Basiléia. No entanto, nunca pertenceu firmemente a nenhum destes sítios.

A sua residência em Louvain expôs Erasmo a muitas críticas mesquinhas por parte daqueles que eram hostis aos princípios do progresso literário e religioso aos quais ele devotava a vida. Ele interpretava esta falta de simpatia como uma perseguição e procurou refúgio em Basiléia, onde, sob abrigo de hospitalidade suíça, pôde expressar-se livremente e onde estava rodeado de amigos. Foi lá que ele esteve associado por muitos anos com o grande editor Froben, e aonde uma multidão de admiradores de (quase) todos os cantos da Europa o veio visitar. A produtividade literária de Erasmo começou relativamente tarde na sua vida. Apenas quando ele dominou o Latim é que começou a escrever sobre grandes temas contemporâneos em Literatura e em Religião.

A sua revolta contra as formas de vida da igreja não resultou tanto de dúvidas quanto à verdade da doutrina tradicional, nem de alguma hostilidade para com a organização da Igreja. Sentiu antes a necessidade de aplicar os seus conhecimentos na purificação da doutrina e na liberalização das instituições do cristianismo.

Ele publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516 - Novum Instrumentum omne, diligenter ab Erasmo Rot. Recognitum et Emendatum. A edição incluiu uma tradução em Latim e anotações. Baseou-se também em manuscritos adicionais recentemente descobertos.

Na segunda edição, o termo mais familiar "Testamentum" foi usado em vez de "Instrumentum". Esta edição foi usada pelos tradutores da versão da Bíblia do Rei Jaime I de Inglaterra. O texto ficou conhecido mais tarde como o textus receptus. Erasmo publicou mais três edições - 1522, 1527 e 1535. Foi a primeira tentativa por parte de um académico competente e liberal de averiguar aquilo que os escritores do Novo Testamento tinham efectivamente dito. Erasmo dedicou o seu trabalho ao Papa Leão X, como patrono da aprendizagem, e considerou o seu trabalho como o seu principal serviço à causa do Cristianismo.

O movimento de Martinho Lutero começou no ano seguinte à publicação do Novo Testamento, e foi um teste ao carácter de Erasmo. Erasmo tinha uma simpatia pelos pontos principais da crítica luterana à Igreja. Tinha um grande respeito pessoal por Martinho Lutero e Lutero sempre falava de Erasmo com reverência pelo seu conhecimento.

A sua obra mais conhecida, "Praise of Folly" ("Elogio da Loucura"), foi dedicada ao seu amigo Sir Thomas More. Em 1536 ele escreveu "De puritate ecclesiae christianae", na qual ele tentou reconciliar os diferentes partidos.

Erasmo retornou a Basiléia, a sua casa mais feliz, em 1535, após ausência de seis anos. Aí faleceu em 12 de Julho de 1536.

Aqui ficam, também, algumas citações de Erasmo de Roterdão:

  • "Rir de tudo é coisa de tontos, não rir de nada é coisa de estúpido."
  • "O amor recíproco entre quem aprende e quem ensina é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento."
  • "Não merece o doce quem não experimentou o amargo."
  • "A primeira fase do saber é amar os nossos professores."
  • "Os grandes escritores nunca foram feitos para suportar a lei dos gramáticos, mas sim para impor a sua."

[Este texto, abreviado, sobre a vida de Erasmo de Roterdão foi elaborado a partir de informações da Wikipédia]

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