terça-feira, 15 de agosto de 2006

Segunda "Lhéngua"


Primeiro livro infantil mirandês

Francisco Pinto


Foi apresentado o primeiro livro infantil escrito em língua mirandesa dirigido "expressamente" para crianças entre os quatro e os sete anos de idade. O título do livro é o "Fio e Novelo". A historia é da autoria de "Fracisco Niebro", pseudónimo do escritor de língua mirandesa, Amadeu Ferreira, e conta com ilustrações de Sara Cangueiro, aluna da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, que conta já no seu curriculum com uma série de obras viradas para as crianças.

Este trabalho foi publicado por uma nova editora - Chim Chim - que vai lançar exclusivamente livros escritos na segunda língua oficial em Portugal. A editora serve igualmente para homenagear todas as mães mirandesas, já que antigamente estas mulheres traziam os seus filhos presos com um xaile - o 'chim chim'.

O livro aborda temas essenciais para a formação das crianças, como as cores, noções de grande e pequeno ou alto e baixo.

Segundo Amadeu Ferreira, esta é "a historia de um novelo que anda a procura da outra ponta do fio e, pelo caminho, faz uma volta imaginária pelo Mundo, pelas estrelas, por montanhas e vales mas nunca consegue encontrar a outra ponta". Encontra uma teoria o Mundo não poder ser descoberto só com os olhos, sendo preciso ter outros sentidos.

Este livro poderá ser o pontapé de saída para a alfabetização em língua mirandesa e um instrumento de apoio para o professores de língua mirandesa que estão a dar aulas a crianças de tenra idade.

Ainda em matéria de aprendizagem da língua mirandesa, o dicionário da "Lhéngua" já está disponível, mas apenas a letra 'M'. O dicionário vai ser publicado letra a letra na Internet ainda durante o corrente mês, com a finalidade de chegar ao maior número de pessoas possível. Terá cerca de 25 mil entradas.

in Jornal de Notícias (edição online) 15AGO06

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns aos nossos guardiães da memória e á sensibilidade que demonstram...por abrir essa arca empoeirada e quase esquecida num canto do nosso pequeno grande país e revelar o seu conteúdo aos herdeiros do futuro.
B.