sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Quem responde?...

Na edição da Revista “Visão” desta semana (N.º 781.21 de Fevereiro 2008) podemos ler um excelente ensaio de José Gil intitulado “As duas racionalidades”. Fico-me pela parte final que passo a transcrever:

«Um sector gritante de extracção de mais-valias de biopoder é o da Educação. Pela natureza do trabalho do professor (material e imaterial), é sempre possível fazer crer que “modernizar” igual a “gerir bem” igual a “ensinar bem”. O que permite retirar o máximo da “modernização” em mais-valias materiais e imateriais.
Por exemplo, a avaliação dos professores deve ser feita, mas os parâmetros impostos pelo ministério, as aberrações nas exigências da assiduidade dos docentes, a quase impossibilidade de obter a nota máxima, as dificuldades extremas em subir na carreira, o estatuto dos avaliadores incompetentes na matéria avaliada, etc. – estão a empurrar os professores para o abandono da profissão e para a reforma antecipada. A Educação sofre um massacre que provoca a fuga dos professores: não é isto um dos objectivos da “contenção”, a redução do número de docentes e dos custos da educação? A racionalidade necessária da avaliação esconde a outra racionalidade imposta pelo défice.
Nisto tudo, uma questão intriga: porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?»

(José Amaral)

4 comentários:

Meg disse...

Caro Amigo

Pelos vistos ninguém sabe, mas que os professores estão na berlinda isso estão. Eu desse "filme" não sei senão o que a imprensa e alguns amigos dizem... e parece que a "coisa" está preta para a classe. É esperar e ver o que acontece.

Um abraço e bom fim de semana

Isabel Filipe disse...

Olha ... eu também não consigo entender ...

é inacreditável o que a classe dos professores tem passado ...


bjs e bfds

Amaral disse...

Meg
O que acontece é o que está no artigo de José Gil. Os professores não temem ser avaliados.
Contudo o ministério cria uma avaliação injusta e baseada em pressupostos errados. Eu gostaria de saber qual é a avaliação feita à ministra e aos seus secretários. Gostava de os ver nas escolas a serem avaliados pela avaliação que impuseram...
Bom fim-de-semama
Abraço

Amaral disse...

Isabel
Pois é... mas infelizmente ainda há muitos que pensam que nós, professores, não fazemos nada. Muitos pais colocaram-se do lado da ministra (ela chegou a dizer "perdi os professores, mas ganhei os pais"). Porém, agora já alguns começam a contestar as medidas da ministra no que respeita ao ensino da música e ao ensino especial.
O problema é que as medidas tomadas (incluindo a avaliação dos professores) são economicistas e mais nada.
Vão estas medidas melhorar o ensino? Pagamos para ver...
Bom fim-de-semana
Bjo