segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Poema


O enforcado

No gesto suspensivo de um sobreiro,
o enforcado.

Badalo que ninguém ouve,
espantalho que ninguém vê,
suas botas recusam o chão que o rejeitou.

Dele sobra o cajado.

(Alexandre O'Neill, 1979)

2 comentários:

Al Cardoso disse...

Profundo!!!

Um abraco amigo do d'Algodres.

Amaral disse...

Al Cardoso
Profundo e bonito.
Abraço