O livro relata-nos a história de António. Um rapaz da aldeia. Foi para a cidade; Lisboa, à procura de uma vida melhor. Nesta altura, os heterónimos de Pessoa e o próprio Pessoa andavam pelas ruas da Baixa. António arranjou trabalho num armazém de tecidos e instalou-se em casa da irmã (Florinda) e do brutamontes do cunhado (Gomes).
António foi depois caixeiro, empregado no escritório onde trabalhava o Sr. Soares, um tradutor entre livros de contas e de contabilidade. O senhor Soares era um homem estranho a quem chamavam poeta, que se sabia ser poeta, mas de quem António não conhecia a poesia. António apenas admirava a estranheza da figura e o respeito tutelar que ela lhe impunha. Este livro gira à volta da figura de Bernardo Soares, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, narrador do “Livro do Desassossego”.
É um livro de costumes, mas acima de tudo um livro interior, onde nos apercebemos da existência de um rapaz de sonhos, que se transforma num homem banal, anti-herói de uma ficção que reconstitui uma certa Lisboa, com as suas falas, a gente, as ruas, as coisas que se perderam e outras que permanecem, imutáveis. É um livro um pouco ao jeito de uma “Lisbon revisited”.
Recomendo vivamente este livro, que se lê com redobrado agrado.
(José Amaral)
4 comentários:
É sempre um prazer ler o que escreves
Abraço
Delfim
Obrigado.
Bom fim-de-semana.
Abraço
Boas leituras e bom Carnaval.
Matos
Igualmente para vós. Bom carnaval.
Abraço
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