sexta-feira, 28 de novembro de 2008

FP

Fernando Pessoa, poeta e escritor, nasceu em Lisboa, no dia de S.to António, 13 de Junho de 1888 e faleceu também em Lisboa, a 30 de Novembro de 1935.
É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos. Aqui fica um dos seus belíssimos poemas cujo título é tão sugestivo.



Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...



(José Amaral)

2 comentários:

Deusa Odoyá disse...

Oi meu amigo Amaral.
Um lindo poema de Fernando pessoa.
Adorei...
A liberdade de nossos vicios e pensamentos.
A paz de nossas almas.
Bendito serás Deus...
Iluminador do nosso infinito.
Uma semana de muita paz, amor e luz.
Beijos doces, meu amigo.
Regina Coeli.

Amaral disse...

Regina
Sem dúvida que esse sentimento, a liberdade, ainda a podemos ter; pelo menos no nosso pensamento.
Bjo