sábado, 1 de novembro de 2008

Dias de Reflexão

A Igreja Católica festeja a 1 de Novembro (feriado) a festa de Todos-os-Santos (Festum omnium sanctorum). Celebra-se em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. No dia seguinte, 2 de Novembro, a Igreja Católica celebra o Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados. Desde o século II, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de Novembro, porque a 1 de Novembro é a Festa de Todos os Santos.
Nestes dias de reflexão e recolhimento aqui vos deixo um belíssimo soneto da autoria de Vasco Graça Moura:



soneto do amor e da morte

quando eu morrer murmura esta canção

que escrevo para ti. quando eu morrer

fica junto de mim, não queiras ver

as aves pardas do anoitecer

a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,

põe os olhos nos meus se puder ser,

se inda neles a luz esmorecer,

e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,

sempre a doer de tanta perfeição

que ao deixar de bater-me o coração

fique por nós o teu inda a bater,

quando eu morrer segura a minha mão.


(José Amaral)

15 comentários:

Isabel Filipe disse...

é lindissimo o poema ...


não conhecia.


bjs e boa semana

Amaral disse...

Isabel
Bonito e faz-nos pensar na nossa pequenez.
Boa semana
Bjo

Carla disse...

quando eu morrer...descubro que o fim afinal existe!
belo poema
boa semana e beijos

Maria Clarinda disse...

LINDOOOOOOO!!!!!!
Jhs

Meg disse...

Caro Amaral,
Curiosa coincidência... e o mais interessante é que este poema chegou a ser a primeira escolha, dada a data que se comemora. Mas mudei de ideias.
Um belo poema sem dúvida.

Um abraço

Menina do Rio disse...

As vezes eu acho sem sentido visitar os mortos nos mausoléus, mas se pensarmos bem, sempre serão um pedaço de nós, mesmo em outro plano. Então haverá sempre esta ligação, este pesar...

Este poema é sublime!

Um beijo

NAMIBIANO FERREIRA disse...

Através da Meg cheguei aqui... e gostei. Que perfeita simbiose se encontra neste poema entre Eros e Thanatos, estarei enganado? De qualquer modo o Amor e a Morte sao duas coisas naturais da Vida e a Morte raramente queremos pensar nela...

Amaral disse...

Maria
Obrigado
Bjo

Amaral disse...

Maria
Obrigado
Bjo

Amaral disse...

Meg
Assim ficamos os dois bem servidos, com dois belos poemas de VGM.
Abraço

Amaral disse...

Menina do Rio
Concordo plenamente consigo.
Bjo

Amaral disse...

Namibiano
Antes de mais obrigado pela visita e seja bem-vindo.
Nõa se engana e faz uma leitura correcta do poema.
Abraço

Amaral disse...

Namibiano
Antes de mais obrigado pela visita e seja bem-vindo.
Nõa se engana e faz uma leitura correcta do poema.
Abraço

Deusa Odoyá disse...

Olá meu estimado amigo Amaral.
Que lindo e doce esse seu poema.
Chorei de emoção.
Sabemos que a morte é inevitável, mas nos deixa sempre muito tristes.
Quando perdemos um bem querido, parece que nosso chão se abriu e a saudade entra , muitas vezes dificil ir embora.
Devemos sempre lembrar com muito amor, carinho e luz.
Beijos meu estimado amigo.

Obrigado por suas visitas sempre tão carinhosas em meu cantinho.
Te adoro viuuuuuuu, meninoSua amiga do lado de cá.
Regina Coeli.

Anónimo disse...

Olà José Joaquim !
Não sabia desta tua faceta de escritor,fiquei surpreendido com o teu poema,é belissimo.
Se leres este comentario,contacta-me(apmorgado@hotmail.com)fui teu colega de seminàrio,sou o Morgado.
UM abraço.

www.morgadoart.com