segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Primeira distinção atribuída

Poeta português José Bento vence Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

O 1º Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura foi hoje atribuído ao poeta e tradutor português José Bento. O anúncio do nome do vencedor foi feito ao início da tarde, em Lisboa e em Madrid, por responsáveis dos respectivos ministérios da Cultura.
Natural de Pardilhó, Aveiro, José Bento, de 74 anos, formou-se em Contabilidade, mas foi na escrita e na tradução que se notabilizou, com destaque para a recente tradução de "D. Quixote de La Mancha", de Cervantes, editado pela Relógio d'Agua.Foi com este trabalho que José Bento recebeu, no ano passado, o Grande Prémio de Tradução do Pen Clube Português, ex-aequo com Miguel Serras Pereira, autor de outra tradução da obra magna de Cervantes.Entre os autores que José Bento traduziu contam-se Federico García Lorca, Pablo Neruda, Unamuno, Juan Ramón Jiménez, Ortega y Gasset, Jorge Luis Borges, María Zambrano, Octavio Paz, Ignacio Martínez de Pisón e Calderón de la Barca. Organizou ainda várias as antologias de poesia espanhola.O prémio anunciado hoje, no valor de 75 mil euros, junta-se a outras distinções atribuídas por Portugal e por Espanha.Em 1991 foi condecorado pelo Rei Juan Carlos de Espanha com a medalha de ouro de Belas Artes e no ano seguinte foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então presidente da República Mário Soares.Em 1992 recebeu ainda os prémios Pen Clube Português e D. Dinis da Fundação Casa de Mateus pela obra "Silabário", editado pela Relógio d´Água, que condensa toda a sua obra poética até então.Além de "Silabário" (1992), a sua obra integra outros títulos como "Adagietto" (1990), "Sequência de Bilbau" (1978), ou "Rimas" (1994).O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído hoje pela primeira vez, pretende distinguir "um autor, pensador, criador ou interprete" que tenha "contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois países".Este ano, o júri foi composto por seis personalidades: José Saramago, Álvaro Siza Vieira e José Adriano de Carvalho (indicadas por Portugal) e Clara Janês, José Luís Borao e Carlos Hernandéz Pezzi (indicadas por Espanha).José Bento manifestou-se satisfeito com a distinção, mas disse que o galardão, não irá alterar a sua vida. "Vou continuar a trabalhar. Há tanta coisa que gostaria ainda de traduzir", disse.

in “Público” 11DEZ06 (edição online)

3 comentários:

Anónimo disse...

Vá lá...nem que o reconhecimento venha tarde, mais vale tarde do que nunca...finalmente os portugueses descobriram que também temos um Bento com valor!Os tradutores muitas vezes fazem um trabalho de bastidores,mas abrem portas e pontes para outros mundos culturais com realidades diferentes da nossa, sabemos que quando
as culturas se encontram e se questionam,só poderemos ter maior diversidade e também maior qualidade,cada vez mais estamos abertos para o mundo,hoje temos a net, durante séculos tivemos os tradutores e os mercadores...

Amaral disse...

Bem observado Inconformist.

Anónimo disse...

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