segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mais uma sugestão literária a registar. Desta feita trata-se de um livro finalista do “Booker Prize” e do “Orange Prize”, além de ter sido vencedor do “AMI Literature Award” e do “Betty Trask Prize” 2009. Trata-se de Os Espaços em Branco (Bertrand Editora, 315 páginas), de Samantha Harvey. É um romance que nos faz pensar, que perturba, mas que vale a pena ler. Fala-nos de um tema delicado, a doença de Alzheimer. Narra a história-puzzle de Jake, uma história inconstante com muitos espaços em branco. É a própria natureza da memória que empresta os seus ritmos à narrativa, que vai construindo e minando alternadamente a sua estrutura, expondo assim duplamente um quadro daquilo que é – em toda a sua fragilidade, em toda a sua ternura e imperfeição – ser-se humano.
Aqui fica a sinopse:
«É o dia de aniversário de Jake e ele sobrevoa uma paisagem familiar: que o viu crescer, casar-se, onde trabalhou. Mas já não é o mesmo homem: a mulher morreu, tem o filho na prisão e está prestes a perder o seu passado.
Jake sofre de Alzheimer. À medida que a doença vai avançando, Jake esforça-se por manter presente a sua história, as suas memórias e identidade, mas elas escapam-lhe e deixam de ser credíveis. O que aconteceu à sua filha? Está viva ou morreu há muito? E porque é que o filho foi preso? O que correu assim tão mal na sua vida? Houve em tempos uma cerejeira e um vestido amarelo, mas o que significam exactamente? Ajudado por Eleanor, uma amiga de infância com quem, por alguma razão desconhecida, ele agora dorme, Jake tenta resistir à inevitabilidade do esquecimento, mas os principais acontecimentos da sua vida estão sempre a mudar, embora ele tente fixá-los, e aquilo que até recentemente parecia sólido funde-se em sonhos surreais ou cenários de pesadelos. Poderá ainda salvar alguma coisa da destruição? A beleza, talvez, a memória do amor, ou absolutamente nada?»
Não há que ter medo em ler este livro. Há que ter coragem de lê-lo, mais não seja para conseguirmos entender todos aqueles que vivem – directa ou indirectamente – este drama.

(José Amaral)

2 comentários:

GeoBlog disse...

Parece ser um romance bastante interessante!
As famílias que têm alguém a sofrer de Alzheimer vivem verdadeiros dramas!
Boa semana!
Bjos

Amaral disse...

Adelaide
Podes crer que sao dramas autênticos. Lê que vale a pena.
Boa semana.
Bjo