domingo, 31 de janeiro de 2010


No primeiro dia das comemorações do Centenário da República...


XIX


As cores que da Bandeira Portuguesa,
por trinta dinheiros quinadas,
florescem num vivo e odorífero cravo
prenhe de esperança e de sangue
serão a minha mortalha.

Sou o País que se arrasta
num negro fado vestido,
que grita gemidos de guitarra
quando muitos fazem a farra.
Não me reconheço na Revolução
que trouxe para a rua
com promessas de um futuro melhor,
pois vejo um passado já gasto
e um presente-futuro pior.

Matem-me!
Disparem contra mim,
acabem com esta minha triste sina
e descansarei em paz, por fim!




(in "25 de Abril/34 Anos", José Amaral)



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