AlvoreS
No alvor da aurora
abri os olhos, mas não acordei.
Sentia-me sorumbático,
perdido na imensidão
de um deserto de acalmia
de brisas suaves
de pensativos e expectantes
desejos incontidos
incontados
“in com tudos”.
Bateram, suavemente,
na madeira das minhas pálpebras
perguntando se morava,
naqueles “berlindes observantes”,
alguém.
Não, não morava lá ninguém.
Perdão!
Morava um... invisual.
O meu mundo,
sempre com a luz eléctrica cortada
(maldita companhia,
só pensa em impostos)
era negro;
de um negro lindo,
para mim,
um negro acetinado
que me protegia.
Agradeci aos Céus
o facto de ser invisual.
Não, não é masoquismo!!!
Assim não sou obrigado
a ver violência,
miséria,
ódio, ...nada.
Chamam-me cego,
alguns ceguinho,
eu sei.
Quero que saibais,
irmãos:
- «Vejo melhor, eu,
na minha cegueira,
que vós na vossa verborreia prepotente».
No alvor da aurora
abri os olhos, mas não acordei.
Sentia-me sorumbático,
perdido na imensidão
de um deserto de acalmia
de brisas suaves
de pensativos e expectantes
desejos incontidos
incontados
“in com tudos”.
Bateram, suavemente,
na madeira das minhas pálpebras
perguntando se morava,
naqueles “berlindes observantes”,
alguém.
Não, não morava lá ninguém.
Perdão!
Morava um... invisual.
O meu mundo,
sempre com a luz eléctrica cortada
(maldita companhia,
só pensa em impostos)
era negro;
de um negro lindo,
para mim,
um negro acetinado
que me protegia.
Agradeci aos Céus
o facto de ser invisual.
Não, não é masoquismo!!!
Assim não sou obrigado
a ver violência,
miséria,
ódio, ...nada.
Chamam-me cego,
alguns ceguinho,
eu sei.
Quero que saibais,
irmãos:
- «Vejo melhor, eu,
na minha cegueira,
que vós na vossa verborreia prepotente».
(José Amaral, in "Poder da Díctamo")
10 comentários:
Caro Amaral,
Muito bonito este poema, mas fiquei cativa destes versos...
«Vejo melhor, eu,
na minha cegueira,
que vós na vossa verborreia prepotente».
Um abraço
Meg
Ainda bem que gostaste. Pois, esses como outros versos, são enigmáticos e fazem-nos pensar.
Abraço
porque ver é muitas vezes um passaporte para a dor
dizer-te também do meu livro...In-finitos sentires que vão ser desenhados em papel. O lançamento é no próximo dia 27 de Junho, às 16 horas na Biblioteca de Valongo (Porto)...aparece se puderes
beijo
Carla
Vou ver da minha disponibilidade, mas desde já votos de felicidades.
Bjo
Um “alvor” de palavras reais… bonito poema… imponente…
Bjs
Carla
Ainda bem que gostaste. Bons feriados.
Bjo
Foi uma bonita escolha!
Bjos
Adelaide
Ainda bem que gostaste. Bons feriados.
Bjos
Amaral...
Um lindo e enigmático poema.
Sinta a paz da noite
descanse, seu corpo e sua alma
tenha lindos sonhos.
E que Deus, possa lhe abençoar sempre.
Que sua noite seja de muita iluminação e tudo de bom.
Beijinhos doces da amiga do lado de cá.
Regina Coeli.
Regina
Ainda bem que gostaste. Obrigado.
Bjo
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