domingo, 19 de junho de 2011

magnífico

Depois de aqui ter deixado uma sugestão deliciosa (Homens e Ratos) volto ao mesmo autor. Trata-se de John Steinbeck e desta feita como o romance As Vinhas da Ira (Editora Livros do Brasil, 547 páginas). Uma obra maravilhosa e, por isso mesmo, considerada como a obra-prima de Steinbeck. Trata-se, sem dúvida, de um romance magnífico, delicioso, com uma escrita imaginativa e perspicaz que nos prende. Aliado a tudo isto uma história de coragem. Vale a pena ler. Aqui fica a sinopse:«As Vinhas da Ira, de John Steinbeck, é um famoso romance clássico da literatura. Foi galardoado com o Prémio Pulitzer no ano seguinte à sua publicação bem como com o Prémio Nobel da Literatura. A acção desenrola-se durante a Grande Depressão e conta a história das famílias rurais e pobres do Oklahoma que são levadas a abandonar as suas terras em consequência da erosão dos solos. Em particular, a família Joad migra para a Califórnia, esperando vingar naquela que acreditam ser uma terra prometida. Durante a viagem os avós morrem e a família Joad depara-se com a difícil vida de migrantes apanhadores de fruta. A família encontra um descanso temporário num campo de trabalho estatal, mas quando este fecha são novamente forçados a trabalhar num pomar ilegal. É aqui que Tom Joad se junta a Jim Casy na luta pelos direitos dos trabalhadores. Em consequência da exploração dos trabalhadores, estes começam a associar-se. A certa altura, alguns membros da família Joad, a trabalhar no pomar, envolvem-se numa greve que assume contornos violentos. Casy é assassinado e Tom que já esteve preso acusado de matar um homem em Oklahoma, mata novamente para vingar a morte do amigo. Os Joads entram, então, numa luta para esconder o Tom da lei. Por fim, a matriarca, Ma Joad, decide que para o bem da família, Tom deve abandoná-los. Assim, ele o fez continuando o resto da família a lutar. Agravando ainda mais a situação, Rose of Sharon, a filha mais velha, dá à luz um bebé sem vida. Em toda a adversidade, Ma Joad revela uma extraordinária força interior e guia a família no seu caminho. A cena final revela um grande acto de fé e esperança no amanhã, em que Rose of Sharon alimenta um desconhecido esfomeado com o seu próprio leite. A história numa torrente de depressão desperta nas personagens a partilha de esperança e de vontade. O leitor é cativado e deixado sem palavras mesmo, após a leitura do livro há já muito tempo».

(José Amaral)

2 comentários:

António Sá Gué disse...

Há um parágrafo, logo no início, desse belo livro que aqui trazes que me ficou gravado na minha memória, não sei porquê. E diz assim:
(...) Nas estradas, onde o gato transitava, as rodas dos carros moíam o chão e as patas dos cavalos calcavam a terra, rompia-se a crosta de lama e formava-se a poeira. Tudo o que se movia lançava poeira no ar; um viandante levantava uma camada, que lhe chegava à cintura, uma carroça fazi-a subir até aos taipais e um automóvel deixava uma nuvem atrás de si. E, só muito tempo depois, acabava por assentar. (...)

Abraço,

Amaral disse...

Sá Gué
Sem dúvida muitas passagens ficam gravadas. É uma obra memorável.
Abraço