terça-feira, 23 de novembro de 2010

pérola literária

Hoje apresento uma pequena pérola literária. O livro que vou publicitar entrava directamente no meu top10. Trata-se de a solidão dos números primos (Bertrand Editora, 265 páginas), de paolo giordano. É um livro que se lê num fôlego, aliás nem dá vontade de o fechar. Apetece mesmo ler até à última linha. Muito bem escrito, teve as melhores críticas e faz-nos pensar no ser humano, nas diferenças dos outros. Para provar aquilo que digo, aqui deixo a sinopse:
«Alice é obrigada pelo pai a frequentar um curso de esqui para ser forte e competitiva, mas um acidente terrível deixará marcas no seu corpo para sempre. Mattia é um menino muito inteligente cuja irmã gémea é deficiente. Quando são convidados para uma festa de anos, ele deixa-a sozinha num banco de jardim e nunca mais torna a vê-la. Estes dois episódios irreversíveis marcarão a vida de ambos para sempre. Quando estes "números primos" se encontram são como gémeos, que partilham uma dor muda que mais ninguém pode compreender. Ganhou o prémio Stregga e a menção honrosa do Campiello, os dois prémios literários mais importantes de Itália, e está a ser traduzido em mais de 20 países».
Aconselho vivamente este livro, pois acho que é um crime não fazê-lo e não o ler.

(José Amaral)

sábado, 13 de novembro de 2010

nós, pessoas...

Desta vez sugiro um livro interessantíssimo e que nos faz pensar em nós enquanto pessoas. O autor, Bernhard Schlink, de quem já publicitei aqui “O Leitor” e “O Regresso”, orienta-nos numa história muito bem urdida. O livro é O Fim de Semana (Asa, 191 páginas) e aconselho-o vivamente.
Aqui fica a sinopse: «Após mais de vinte anos de afastamento, um grupo de velhos amigos e amantes reúne-se durante um fim-de-semana. Numa casa de campo isolada desenterram memórias e comentam os diferentes rumos que as suas vidas tomaram. Mas esta não é uma simples reunião de amigos, nem as suas conversas sobre os velhos tempos constituem as típicas reminiscências de juventude. A verdade é que se juntaram para celebrar a libertação de um dos membros do grupo: após vinte e três anos de prisão, Jörg, condenado por terrorismo e homicídio, acaba de ser libertado.
No passado, este amigos partilhavam ideais revolucionários. Agora, todos eles asseguraram o seu lugar na sociedade: Henner é jornalista, Ulrich é um homem de negócios, Karin é pastora de uma pequena igreja e Ilse professora. Para trás parecem ter definitivamente ficado os dias de luta e idealismo…
Num mundo pós-11 de Setembro e Guerra do Iraque, O Fim-de-Semana debate a validade dos objectivos políticos e a sua actualidade, mas é também um exame psicológico das neuroses, paixões e receios das suas personagens».

(José Amaral)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Já por várias vezes tinha ouvido falar de João Tordo. O nome não me dizia nada, nem tão pouco associado ao nome de família (filho do cantor Fernando Tordo). Sabia que tinha ganho o Prémio José Saramago, em 2009. Sabia que tinha um novo romance O Bom Inverno (D. Quixote, 290 páginas). Sabia que tinha recebido os maiores elogios. Contudo, ainda não me tinha predisposto a adquirir a obra. Em boa altura o fiz. É um romance excelente, de leitura fácil e que nos prende do princípio ao fim. Muito bom para esta altura do ano.
Aqui fica a sinopse: «Quando o narrador, um escritor prematuramente frustrado e hipocondríaco, viaja até Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Coxo, portador de uma bengala, e planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer Vincenzo Gentile, um escritor italiano mais jovem, mais enérgico, e muito pouco sensato, que o convence a ir da Hungria até Itália, onde um famoso produtor de cinema tem uma casa de província no meio de um bosque, escondida de olhares curiosos, e onde passa a temporada de Verão à qual chama, enigmaticamente, de O Bom Inverno. O produtor, Don Metzger, tem duas obsessões: cinema e balões de ar quente. Entre personagens inusitadas, estranhos acontecimentos, e um corpo que o atraiçoa constantemente, o narrador apercebe-se que em casa de Metzger as coisas não são bem o que parecem. Depois de uma noite agitada, aquilo que podia parecer uma comédia transforma-se em tragédia: Metzger é encontrado morto no seu próprio lago. Porém, cada um dos doze presentes tem uma versão diferente dos acontecimentos. Andrés Bosco, um catalão enorme e ameaçador, que constrói os balões de ar quente de Metzger, toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e isola os presentes na casa do bosque. Assustadas, frágeis, e egoístas, as personagens começam a desabar, atraiçoando-se e acusando-se mutuamente, sob a influência do carismático e perigoso Bosco, que desaparece para o interior do bosque, dando início a um cerco. E, um a um, os protagonistas vão ser confrontados com os seus piores medos, num pesadelo assassino que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história».

(José Amaral)