quinta-feira, 1 de outubro de 2009


InsóniA

A minha cama parecia
um mar revolto,
em dia de tempestade.
Eu parecia um barco
à deriva.

As ondas, gigantes,
faziam-me sentir um anão.
Esta insone epopeia
parecia não findar.

Voltas e mais voltas
deste barco, indefeso,
qual casca de noz,
procurando um porto de abrigo.

Fogos de S’Antelmo,
Adamastores,
trombas d’água,
vagas enormes,
tudo servia para amedrontar
este pobre mareante.

Tu? Quem eras, tu?

O canto da sereia
foi a punhalada final,
e fatal,
nesta agonia.

Naufraguei pela vida...


(in "Poder da Díctamo", José Amaral)

6 comentários:

GeoBlog disse...

Mais uma óptima escolha!
Muito bonito este poema!
Bom fim-de-semana!
Bjos

Meg disse...

Amigo Amaral,

Já de férias, volto para o convívio dos amigos, um mês de
paragem, para ler e me encontrar comigo e com os amigos - vós!
São assim as minhas férias.

Cada poema teu é uma descoberta...
E este é muito sugestivo... adorei.

Um bom fim de semana

Um abraço

Amaral disse...

Adelaide
Ainda bem que gostaste.
Bom fim-de-semana
Bjo

Amaral disse...

Meg
Também é preciso tempo para nos reencontrarmos, a nós e aos outros.
Ainda bem que este poema te agradou. BOm fim-de-semana
Abraço

Carla Pimentel disse...

Que “mar revolto” esta insónia… adorei a comparação.

Amaral disse...

Carla
Ainda bem que gostaste.
Boa semana
Bjo