sábado, 4 de agosto de 2007

Poema para as férias


Luar

Um ominoso luar

quebrava,

enigmaticamente,

a calma celestial

daquela noite estival.


O piar

de um mocho

confunde-se

com o uivo

de um lobo que,

por sua vez,

se confunde

com o som do amanhecer

e o espreguiçar

de plantas e animais.


(in Outonalidades, José Amaral)

3 comentários:

Anónimo disse...

Neste poema temos o mistério do mundo na palma da mão.

Amaral disse...

Inconformist
talvez fosse bom conseguirmos ter o mistério do mundo na palma da mão... ou talvez fosse aterrador.
Boa semana

A. João Soares disse...

Há horas em que tudo se confunde. O tal mistério que é um condimento que não se dispensa, mas que se for dominado, o mundo perde a poesia e nós perdemos o encanto dos poetas.
A vida não pode ser apenas o materialismo das certezas, é também necessária a fantasia, o sonho, o mistério.
Um abraço
Do Miradouro