segunda-feira, 18 de abril de 2011

leia-se

Um livro simpático de um autor que nunca tinha lido. Trata-se de Rio de Glória (Oficina do Livro, 396 páginas), de Possidónio Cachapa. Conhecia o autor de alguns apontamentos, mas nunca havia lido nada dele. No entanto, a sua escrita agradou-me bastante. Lê-se com muito agrado. Vale a pena arriscar a leitura desta obra. Para abrir o apetite aqui fica a sinopse:«Uma viagem ao coração de um mundo desconhecido leva duas personagens a enfrentar tudo para alcançar a glória e a encontrar a resposta à questão fundamental: "Deus está do lado de quem?" Vera, uma escritora light abandonada na infância pelos pais que fogem da revolução, é agora lida e reconhecida por milhares de pessoas. Continua, contudo, a sentir-se só e a rever-se na voz egoísta da mãe que a acusava de ser gorda e desinteressante. As suas relações são como as suas roupas: fashion e efémeras. E tudo parece perpetuar-se, num círculo ligeiro e fútil. Porém, a morte trágica dos pais e a tentativa de recuperar os seus corpos levam-na ao Brasil, empreendendo uma busca da sua harmonia e questionando tudo aquilo em que sempre acreditou e que tomava por sucesso. Só no Pântano do Sul tudo se tornará claro e o seu lugar na terra, como escritora e mulher se manifestará definitivamente. No mesmo avião, segue Mário, um padre tocado por todas as graças e que por isso mesmo enfrenta o medo e o ódio de uma hierarquia que perdeu a fé na bondade humana. Para Mário, Deus materializa-se no corpo e nos gestos dos seus semelhantes. Acredita na necessidade de ser nobre e que a mentira é uma coisa escorregadia que não se agarra ao coração dos homens. Tentando chegar ao seu destino nos confins do Pará, atravessa um país-continente cheio de contrastes e histórias maravilhosas e comoventes. Rios, florestas, escravos actuais e mulheres que só esperam que alguém as veja como elas são, vão cruzar-se no seu caminho, criando uma atmosfera de emoção e beleza e respondendo à sua questão fundamental: "Deus está do lado de quem?" Dois universos distintos que se cruzam várias vezes sem se tocarem. O mundo da igreja católica pleno de exigências e de actos contraditórios, apregoando o santidade e perseguindo os que a buscam, através da figura de Mário. E o mundo da mundaneidade contemporânea, o elogio do efémero, da felicidade que se apaga antes de arder em pleno, que Vera tomou para si como modelo. Um livro sobre a busca do sucesso, da fama e ao mesmo tempo sobre a graça que alguns transportam sem saber».




(José Amaral)

terça-feira, 5 de abril de 2011


Depois de uma ausência prolongada, justificada por muitos afazeres, regresso às sugestões literárias. Desta feita uma deliciosa obra de Ken Follet. Trata-se do I volume da trilogia “O Século” e a obra é A Queda dos Gigantes (Editorial Presença, 921 páginas). Ao bom estilo de Follet, que já elogiei aqui, este livro torna-se pequeno (apesar das muitas páginas), pois lê-se com agrado. Numa trama bem urdida, as páginas vão sendo devoradas com deleite. Para abrir o apetite aqui fica a sinopse:
«Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período histórico. “A Queda dos Gigantes”, o primeiro volume da trilogia “O Século”, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente - as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos. Na Grã-Bretanha, o destino dos Williams, uma família de mineiros de Gales do Sul, acaba irremediavelmente ligado por amor e ódio ao dos aristocráticos Fitzherberts, proprietários da mina de carvão (onde Billy Williams vai trabalhar aos 13 anos) e donos da bela mansão (em que sua irmã, Ethel, é governanta). Na Rússia, dois irmãos órfãos, Grigori e Lev Peshkov, seguem rumos opostos em busca de um futuro melhor. Um deles vai atrás do sonho americano e o outro junta-se à revolução bolchevique. A guerra interfere na vida de todos. O alemão Walter von Ulrich tem que se separar de seu amor, lady Maud, e ainda lutar contra o irmão dela, o conde Fitz. Nem mesmo o americano Gus Dewar, o assessor do presidente Wilson que sempre trabalhou pela paz, escapa dos horrores da frente de batalha. Enquanto a acção se desloca entre Londres, São Petersburgo, Washington, Paris e Berlim, “A Queda dos Gigantes” retrata um mundo em rápida transformação, que nunca mais será o mesmo».
Recomendo, vivamente, esta maravilhosa obra.

(José Amaral)