OutonO
Era Outono!
Passei por uma ruazita;
num pobre banco de madeira,
um “pobre” idoso sentado.
Tinha uma lágrima,
no canto do olho,
prestes a escorrer pela sua face
já gasta pelas agruras da vida.
Era Outono!
Nesse preciso momento reparei,
na única árvore existente.
Estava praticamente despida.
Tinha a sua beleza,
tal como o velhinho;
uma única folha
se mantinha incólume
à passagem do tempo.
Era Outono!
O idoso baixou a cabeça.
O ramo da árvore,
onde se encontrava a solitária folha,
buliu.
Era Outono!
Quando nada o fazia prever,
o sopro da vida,
gélido e aterrador,
percorreu a ruazita.
Foi fatal!
Para a folha que... caiu.
Para o idoso que... faleceu.
Era Outono!...
in “Poder da Díctamo” (José Amaral)
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