Contraste
Uma chuva miudinha
asperge a vidraça.
Um porto rubicundo
contrasta com o dourado
das folhas de tília
na relva do jardim.
Ajoelhada aos pés da cruz
- mãos postas -
recusa-se a erguer os olhos
(já que aquele filho,
não chegará a ver
a luz do dia),
poisque a serenidade
do crucificado
contrasta com a raiva
sufocada no peito
daquela que fora violada.
(José Amaral in “Outonalidades” – Papiro Editora 2006)
1 comentário:
Sobre os motivos para tomada de decisões irreversíveis, só cada um de nós é que sabe o preço que quer ou não pagar,quem são os outros para nos julgar?
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