Memórias inéditas nos 100 anos de Rómulo de Carvalho
Alfredo Cunha e Ana Vitória
O nome Rómulo de Carvalho talvez só diga alguma coisa aos académicos e a quem teve o privilégio de ter sido seu aluno ou de com ele privar como professor. Mas se falarmos em António Gedeão, o pseudónimo que o revelou no mundo das letras, já o assunto é familiar para um leque mais alargado de pessoas.
O homem que escreveu "Pedra Filosofal" foi o mesmo que se preocupou, nos anos 70, em divulgar noções básicas de física para o povo. Morreu em 1997. No próximo dia 24 de Novembro, data em que se assinala os 100 anos do seu nascimento, um grupo de amigos aproveita a oportunidade para realizar uma série de iniciativas com as quais pretende "recordar e manter viva na sociedade portuguesa a herança intelectual de Rómulo de Carvalho e do seu inseparável "amigo" António Gedeão".
Uma sessão solene no dia do aniversário, que terá como palco a Academia de Ciências de Lisboa, data em que também se assinala o Dia Nacional da Cultura Científica, instituído em 1996 pelo ministro da Ciência, Mariano Gago, a inauguração de uma exposição evocativa da sua obra científica, didáctica e poética, a inclusão de um conjunto de obras publicadas no âmbito do Plano Nacional de Leitura são apenas algumas das iniciativas previstas.
A exposição na BN assenta no espólio que, por decisão dos herdeiros, foi entregue à guarda desta instituição. Entre essa documentação, lembrou Natália Nunes de Carvalho, a viúva do homenageado, constam autênticas preciosidades. "Vivi com ele e não sei onde arranjava tempo para escrever aquilo tudo". Entre esses documentos contam-se uma colecção de 30 maços de papel que são o repositório de um aturado trabalho de investigação que Rómulo de Carvalho fez sobre as relações de Portugal com o estrangeiro. É um trabalho colossal que merecia ser publicado".
Rómulo de Carvalho costumava ainda fazer recortes de jornais e comentar as respectivas notícias. "Ele colava esses artigos num caderninho e, ao lado, escrevia os seus comentários sempre recheados de ironia e de um profundo sarcasmo. Abordava todos os aspectos da sociedade portuguesa ", adiantou a viúva.
O programa de comemorações tem o apoio, entre outras entidades já citadas, dos ministérios da Cultura, da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior e da Educação, da Fundação Calouste Gulbenkian, do Instituto Camões, da Biblioteca Nacional, e da Rádio e Televisão de Portugal.
in Jornal de Notícias (edição online) 28JUL06
2 comentários:
"...sempre que um homem sonha ,o mundo gira,pula e avança...como uma bola nas mãos de uma criança."
Há palavras que valem pelo que valem...as nossas concretizações tiveram que ser sonhos,o que hoje é sonho provávelmente amanhã não o será.Quem decide o nosso futuro somos nós e apenas nós próprios!cada qual tem a sua singularidade e a vida é demasiado preciosa para deixar os outros decidir por nós!
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