Vai daí, comprei o livro “Gatos e mais gatos” (Livros Cotovia, 165 pág). Lê-se em duas penadas. A leitura cativa! Doris Lessing, nesta obra, conta-nos uma história sobre gatos. Contudo, a mesma não pode ser analisada assim de forma tão isolada. É bem mais uma Parábola em que a autora pela “vida” dos gatos mostra o lado humano que há ou não há nos Homens. Aliás, a autora termina o livro dizendo: “Conhecendo gatos, uma vida inteira com gatos, o que resta é um sedimento de mágoa bem diferente do que é devido aos humanos: composto de dor pelo seu desamparo, de culpa em nome de nós todos”. É difícil em qualquer página não encontrar mais de dez vezes a palavra gato/a/os/as (também com um título destes…).
O AD LITTERAM deixa aqui um excerto:
«Telefonei a três veterinários perguntando se era necessário retirar o útero e as trompas da gata – não podiam laquear as trompas e deixar-lhe o sexo pelo menos? Todos, com ênfase, insistiram o melhor era tirar tudo. “Fica tudo arrumado”, disse um; exactamente as mesmas palavras que um ginecologista usou com uma amiga minha. “Vou limpar-lhe tudo, fica tudo arrumado”, disse.
Muito interessante.
Em Portugal, dizem H. e S., que são portugueses, quando as senhoras burguesas se reúnem nos seus chás, falam das suas operações e dos seus problemas femininos. A frase que usam para esses órgãos é exactamente a mesma que é usada para as miudezas das galinhas: “As minhas miudezas, as tuas miudezas, as nossas miudezas”».
(José Amaral)
13 comentários:
Caro amigo e colega, José Joaquim!
Parabéns pelo teu site! Continua a partilhar os teus gostos literários.
Um abraço
João Paulo Clemente
João Paulo
Bem vindo ao meu blog. Irei visitar o teu e acrescentá-lo ao meus parceiros.
Espero que sigas algumas das minhas sugestões de leitura.
Um abraço do tamanho do mundo pela nossa amizade.
Bom fi-de-semana
"Em Portugal, dizem H. e S., que são portugueses, quando as senhoras burguesas se reúnem nos seus chás, falam das suas operações e dos seus problemas femininos. A frase que usam para esses órgãos é exactamente a mesma que é usada para as miudezas das galinhas: “As minhas miudezas, as tuas miudezas, as nossas miudezas”».
....
eu não digo ...
rsss.... e já há imenso tempo que não ouvia esta das "miudezas"
beijinhos e bom sábado
Isabel
Acredito que não diga, mas que há quem diga há... ou pelo menos já houve.
Bom fim-de-semana
Bjo
Agora ri-me com vontade, não sabia essa das miudezas... Olha o que aprendi já a propósito do Nobel.
Bom fim de semana
Um abraço
Meg
Não sabia? Nós somos um povo cheio destas... como hei-de dizer... olhe: miudezas.
Bom fim-de-semana
Abraço
Caro Amaral,
Já tenho ouvido referir as miudezas, e fico com a sensação de ser um falso pudor, tal como os nomes estranhos e variados com que denominam a vagina.
Mas o texto foca um caso grave e generalizado, a eliminação de tudo.
Um amigo disse que a mulher tinha um caroço numa mama e o médico disse que era conveniente tirar, além da mama, o útero e os ovários porque estava sujeita a mais tarde ter lá cancro. Que linda maneira de fazer o máximo de negócio com uma pessoa doente! Por tal raciocínio, podia tirar também os pulmões, o fígado, o pâncreas, o estômago, etc
O que esses veterinários e médicos querem é aumentar a factura...
Um abraço
Cumprimentos.
Amaral, preciso de entrar em contacto consigo. Se puder facultar o seu mail, agradeço.
O meu é "chas.joao@clix.pt".
Obrigado.
João Soares
Penso que esse seja um caso isolado (assim o espero), poruq ecom estas coisas não se brinca. Faz-se o diagnóstico e tira-se o que for preciso, mais nada.
Abraço
passei á procura de novo post...
fica um bj com os desejos de boa semana
Preciso ler algo dessa senhora. Quando li sobre ela nos jornais, achei-a um encanto.
Um abraço.
Odele
Leia que não sairá defraudada.
Bjo
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