Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, a 31 de Outubro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de Agosto de 1987)
(Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, a 31 de Outubro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de Agosto de 1987)
2 comentários:
Este é um autor de quem gosto muito e de quem já publiquei vários poemas.
Está sempre presente... e hoje, como me sabe a diferente, a raiva, este Piano! Lindo!
Um abraço
Meg
Muito bem pelo gosto que manifesta pelo Drummond.
Raiva por este Piano?... gostei desta frase poética.
Abraço
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