Este é um Romance épico sobre mulheres, num país dominado por homens, cujo expoente máximo é Shangguan Lu, a protagonista. Casa-se com dezassete anos e teve nove filhos. Para sua infelicidade só teve filhas, mas o último (gémeo da oitava) nasceu varão. Nenhum dos filhos é, contudo, do seu marido. O rapaz é inseguro e fraco ao contrário das irmãs. Este romance retrata e percorre a China do século XX. O livro está muito bem escrito e lê-se com bastante agrado. O único senão – aliado à totalidade das páginas – é o tamanho da letra e o espaçamento entre linhas. Nada que não se supere, pois o livro prende-nos a atenção.
O AD LITTERAM deixa aqui um pedacinho da história:
«A minha segunda irmã afastou então as pernas, dobrou-se pela cintura, e largou a correr, descrevendo um círculo completo. Os seus membros eram flexíveis como o ramo do salgueiro, os seus passos serpentes ondulando entre espigas finas. Era uma noite sem vento, porém de um frio penetrante, mas a minha irmã trazia apenas roupa fresca. A Mãe olhava pasmada; o corpo da minha irmã desenvolvera-se depressa depois de ela comer a enguia; tinha os seios como duas peras, graciosamente torneados, e viria a perpetuar, sem dúvida, a tradição gloriosa das mulheres Shangguan, todas com peito grande e anca larga. Depois do círculo completo a correr, nem sequer estava ofegante, mantendo uma postura inalterada».
(José Amaral)
8 comentários:
Olá, José Amaral!
Cá estamos de novo para te desejar um bom fim-de-semana e ler os teus maravilhosos trabalhos.
David Santos
Bem-vindo ao meu blog e obrigado pelas suas palavras amigas.
Bom fim-de-semana também para si e um abraço fraterno.
Uma homenagem a essa «pecadora»!?.
"Depois da queda do Éden, pronunciou-se a sentença: «Dáras à luz na dor!» E todo o acto criador se tornou penoso: não somente o da mãe, mas o do trabalhador, do artista, do génio. Todo aquele que produz qualquer coisa, no mundo, seja em que domínio for, homem de Obras, sábio ou sacerdote,está sujeito à lei: «Darás à luz na dor!»
(C. hoornaert - A luta pela pureza)
É, pois, esta dor o maior «fantasma» da mulher, esse sentimento de culpa original que,na pratica, faz da mulher um cidadão de segunda...
Abraço
Paulo
Paulo Sempre
Respeito a sua opinião, embora discorde dela.
Podemos filosofar da forma que entendermos, mas a mulher é um cidadão como o homem: de primeira.
Mas, repito, a sua opinião é tão válida como a minha.
Abraço
A mulher é sem dúvida tão ou mais capaz que o homem, e um ser em perfeita igualdade.
É preciso pois, respeitá-las e amá-las.
Um abraço e bom fim-de-semana.
este livro vou mesmo comprar ...
deve ser bem interessante ...
obrigada pela dica
bjs
Matos
Tens toda a razão. Acima de tudo há que respeitá-las.
Bom fim-de-semana
Abraço
Isabel
Por sinal é um livro bom. Vale a pena ler.
Bom fim-de-semana
Bjo
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