No ano do centenário de Miguel Torga (nasceu em 1907) e no mês do seu nascimento (12 de Agosto), aqui vos deixo um belíssimo poema:
Fábula da fábula
Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda gente
Inteligente,
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos,
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E realmente...
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.
(Miguel Torga)
2 comentários:
As fábulas tinham sempre algo de lição sensata de moral e ética. Não havia rádio nem televisão nem Internet, e era dessa forma oral que a informação e o ensinamento se difundia.
Agora temos informação a mais, sem termos capacidade de a digerir e pôr em prática., Perderam-se os valores, as referência éticas. Este facto é um dos meus cavalos de batalha nos blogs. Mas sei que luto contra moinhos de evento à semelhança do Cavaleiro da triste figura.
Um abraço
Do Miradouro
João Soares
Os grandes sonhadores lutam contra qualquer moinho, não perca essa sua veia sonhadora.
Abraço
Enviar um comentário