CidampO
Um crepuscular fim de tarde,
rubicundo,
fez-me deixar os montes citadinos
despidos de gentes
e correr para as campestres ruas
amontoadas daquelas.
Procuro no bulício calmo
do campo,
a acalmia turbulenta
que acotovelei na cidade.
O roncar monocórdico dos tractores
da pequena cidade
recorda-me o infernal trânsito
do grande campo.
Os pássaros da cidade
presos em gaiolas de ar livre,
contrastando com os do campo,
livres em outras de betão.
Na cidade não conseguia ter
um momento de descanso,
poisque são tantos
os sons
os cheiros
as cores,
que me fazem sentir
...no Paraíso.
Tampouco, no campo consigo ter
um momento de turbulência,
poisque são tantos
o barulho
o fedor
a monocromia,
que me fazem sentir
...no Inferno.
Serei assi tão afortunado
por viver no campo
- fisicamente -
e na cidade
- mentalmente -
ou amaldiçoado,
p’lo contrário
in Poder da Díctamo, José Amaral
2 comentários:
Uma perspectiva conciliadora que nos descansa a alma...mas se escolhesse,seria a cidade...lá sem dúvida que os homens e mulheres se sentem mais livres..cá no campo, o território ainda se encontra muito minado..e por desbravar,sobretudo para livres pensadores...
Gostei da estrutura do poema,parece uma dança...irónica,mas alegre!
B.
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