Escrevi um livro.
Quantos anos a sonhá-lo,
A rascunhá-lo nas mesas dos cafés,
A escrevê-lo nos intervalos do emprego,
A vivê-lo,
A sofrê-lo,
Na província, nas cidades...!
Criei um filho.
Tanta alegria no meu coração!
Só ainda não plantei uma árvore.
O frágil caule como protegê-lo?
Como não deixar que os bichos
Maculem as pequeninas folhas?
E como dialogar com uma árvore-menina?
Agora vai sendo tempo.
Os anos já me pesam.
Amanhã vou plantar uma árvore.
(Saúl Dias, "Essência")
10 comentários:
Lindo! Como sempre para pensar!
Abraço, Poeta
Delfim
Realmente faz-nos pensar. Abraço poético
Um bom aproveitamento de uma lição antiga. Curiosamente seguiu o percurso inverso ao mais natural para alguém que tenha nascido em contacto com a Natureza.
Vale a pena pensar nas razões que estarão por trás do fenómeno da forte edição de livros nos tempos mais recentes, quando se dizia que somos um povo pouco dado à leitura.
Um abraço
João
João
Por acaso é um bom motivo para um "study case". Mesmo assim acho que se lê pouco.
Bom fim-de-semana
Abraço
Então, só te falta plantares um árvore... ;)
lindo ... como sempre ....
nunca escrevi um livro ....
mas já escrevi algumas coisas (sem jeito nenhum .... mas escrevi) ...
e já plantei várias árvores...
e criei (e acho que continuarei a criar para todo sempre ...) com muito orgulho ... uma filha ...
beijinhos
desculpa ...
só para dizer que o comentário anterior é meu ...
Delfim
Por acaso já plantei muitas, muitas mesmo.
Bom fim-de-semana
Abraço
Isabel
Bem-vinda ao meu cantinho. Isso de achar que escreveu umas coisas sem jeito quer-me parecer que é modéstia- Será?
Obrigado e bom fim-de-semana
Bjo
Olá amigo!
Um lindo texto.
Como ainda não plantou, se hás tem no coração.
Parabéns, pois escreves com a alma de um sensivel escritor.
beijinhos doce.
sua amiga.
Regina Coeli.
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